A GUERRA FISCAL E SEUS EFEITOS
Denomina-se
guerra fiscal, a concorrência entre Estados da Federação na disputa por
investimentos e instalações de empresas em seu território. Esta concorrência fiscal ocorre, pois, cada
Estado tem sua autonomia para legislar sobre quanto de imposto irá cobrar sobre
determinada atividade. Embora tenhamos
discussões judiciais a respeito, atualmente o Confaz, órgão formado por todas
as unidades federação, tem tomado as rédeas e encontrado consensos.
Acenando com
redução de impostos, a unidade da federação atrai investimentos e
empregos. Novas fábricas, centros de
distribuição e desembaraço de mercadorias em seus portos são atraídos desta
forma.
Podemos citar
o exemplo do Porto de Itajaí, em Santa Catarina, onde várias empresas paulistas,
dentre outros estados, passaram a importar via Santa Catarina por este cobrar
um imposto na importação menor do que São Paulo. O que justifica desembaraçar
por lá, apesar do aumento do custo logístico.
Como resultado
disto, o Estado de Santa Catarina cresceu e gerou empregos e investimentos, e
vem quebrando sucessivos recordes na sua arrecadação.
Ao mesmo tempo
o Estado de São Paulo e sua arrecadação não deixaram de crescer. O Porto de
Santos, continua necessitando de investimentos em sua estrutura para atender a
sua demanda cada vez mais crescente. Neste caso temos a “guerra dos portos” como um
subproduto da “guerra fiscal”
O termo mais
adequado é livre concorrência, a exemplo do mercado. Concorremos com os chineses e indianos, pois
lá o imposto é menor. Um par de meias ou uma calça jeans atravessam o mundo e
chegam aqui no Brasil a um preço menor do que a meia ou calça
aqui
fabricados. O motivo é simples: os
impostos lá cobrados são menores do que aqui.
Livre
concorrência é o que faz o mercado crescer, antes da privatização, telefone era
privilégio de poucos, declarava-se a linha telefônica como um bem da declaração
de renda, e quem não tinha recursos para comprar um telefone podia alugar uma
linha.
Veio a
privatização, e atualmente as empresas de telefonia, competem entre si para
oferecer o melhor plano, maior pacote de dados, pelo menor preço. Mesmo assim, oferecendo serviços a preços
menores elas não deixam de crescer.
Aliás é o preço menor que a faz crescer e expandir.
Não podemos
deixar de citar também o porto de Vitória no Espírito Santo, o porto de Alagoas
na Paraíba, Os Estados do Nordeste que atraíram todas as empresas calçadistas gaúchas, o Estado de
Goiás nos anos 90, ao atrair várias empresas paulistas, e mais recentemente o
Estado de Minas Gerais, notadamente o município de Extrema são outros grandes exemplos
onde esta prática deu certo.
Hoje os nordestinos
com poucos recursos, não precisam mais vir a Paulo em busca de emprego, pois as
empresas calçadistas e automobilísticas lá instaladas necessitam e absorvem
esta mão de obra.
Este é o
verdadeiro crescimento e inclusão social, quando criamos trabalho, distribuímos
riqueza ao invés de simplesmente distribuir renda nos programas sociais,
criados há décadas e que apenas criam dependência e voto.
O Estado que
não abre mão de reduzir seus impostos, perde a oportunidade de fazê-lo. Pois o investimento que nele seria feito vai
para outro Estado. Aumento de carga é nocivo para a economia, é só aumentar a
carga que as empresas vão embora. A
guerra fiscal, mostra que o inverso também é verdadeiro. Trata-se de matemática simples. O que é melhor
100% de nada ou 50% de alguma coisa concreta?
Nos exemplos
citados todos os Estados que atraíram investimentos reduzindo seus impostos
ganham uma arrecadação que antes não tinham, empregos, serviços, investimentos
imobiliários, qualidade de vida, pessoas saindo da linha de pobreza.
Vejamos a
cidade de Camboriú que está ao lado de Itajaí, hoje concentra os maiores
prédios do país. Vejamos também o crescimento da cidade de Extrema em Minas
Gerais, vejam o Porto de Vitória, e o Estado do Espírito Santo, sem falar no
Nordeste que está se industrializando e se tornando um polo automotivo e
calçadista. Hoje em dia o nordestino não
precisa mais vir para São Paulo em busca de emprego, pois as empresas foram
para lá, onde o imposto é mais barato.
Por este
motivo responsabilidade fiscal é o caminho para o país crescer, ou seja, o país
não gastar mais do que arrecada com impostos, pois gastando mais do que
arrecada sempre vai ter necessidade de arrecadar mais impostos.
Deveríamos ser
capazes de entrar em guerra ou concorrência fiscal com outros países, para que
possamos desenvolver nossa indústria e exportar aquilo que hoje importamos da
China.
Nossas
indústrias já se instalaram na China, Indonésia, Taiwan, Vietnã, e mais
recentemente temos algumas empresas indo para os vizinhos Paraguai e
Uruguai. Empregam lá, geram dinheiro lá
e vendem para cá, simplesmente porque a carga tributária lá é menor.
Enquanto
nossas indústrias se instalam em outros países, aqui ficamos discutindo na
reforma tributária a divisão do bolo dos impostos, União quer ficar com a fatia
maior.
Redução de impostos, que abriria o caminho para nos tornarmos competitivos, atrair investimentos e empregos, foi assunto proibido na reforma tributária, ninguém sequer levantou esta bandeira até o momento.
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