Penido inicia a venda de lotes em condomínio aéreo
Por Virgínia Silveira | Para o Valor, de São José dos Campos
A construtora Penido inicia este mês a venda dos lotes do
Aerovale Centro Empresarial Aeroespacial, condomínio aeronáutico com área
industrial e comercial com licença ambiental de instalação e registro
imobiliário aprovados.
Com as obras de infraestrutura do novo aeroporto, em
Caçapava (SP), já em andamento, o presidente da Construtora, Rogério Penido,
defende o empreendimento como a melhor alternativa, a curto prazo, para atender
ao crescimento da frota de aeronaves executivas do país, que não encontram
infraestrutura e espaços adequados nas grandes cidades. O Brasil já possui a
segunda maior frota de jatos executivos do mundo, atrás dos EUA.
A previsão de Penido é que o condomínio comece a ser utilizado
entre abril e maio do próximo ano. Ele estima um investimento da ordem de R$
200 milhões na área, que levou seis anos para conseguir a aprovação da Cetesb.
O projeto ganhou impulso com a aprovação do decreto
presidencial 7871, em dezembro, autorizando a exploração comercial de
aeródromos privados voltados exclusivamente à aviação geral (executiva). Com o
incentivo aos empreendimentos privados, o governo espera desafogar os
aeroportos das capitais para atender à necessidade dos voos regulares das companhias
aéreas. Devido à saturação do Campo de Marte e do Aeroporto de Congonhas, na
capital de São Paulo, parte da demanda da aviação executiva foi transferida
para os aeroportos privados existentes em Jundiaí e Sorocaba.
A região metropolitana de São Paulo conta com alguns
projetos de aeroportos privados para aviação executiva, como o da construtora
JHSF, localizado a 62 km da capital, e o empreendimento dos empresários
Fernando Botelho Filho e André Skaf, próximo ao rodoanel.
Embraer, Gespi Aeronáutica, Global Aviation e a Rede de
Hoteis Accor já reservaram um espaço no Aerovale, que dispõe de uma área de 2,4
milhões de metros quadrados e pista de 1,5 mil metros para pouso e decolagem.
A Gespi Aeronáutica, especializada em manutenção, reparo e
revisão de componentes aeronáuticos, pretende instalar uma unidade de
manutenção de aeronaves no Aerovale. "Precisamos de uma área próxima a uma
pista para desenvolver essa atividade de manutenção, fator determinante para
que a empresa continue a crescer", disse o presidente da Gespi, João
Scarparo.
Segundo Scarparo, o aeródromo da Penido será a primeira
pista de pouso e decolagem aberta à iniciativa privada empresarial na região do
Vale do Paraíba, que opera três aeroportos principais em Taubaté, São José dos Campos
e Guaratinguetá, mas todos são militares.
Na fase de pré-lançamento, serão oferecidos 319 lotes do
empreendimento, sendo 124 aeronáuticos e 181 industriais e comerciais. Os
tamanhos variam de 2.250 metros quadrados (m2) a 13,5 mil m2, no caso dos lotes
aeronáuticos, e de 722 m2 a 15 mil m2 para os terrenos comerciais e
industriais. O valor dos terrenos varia de R$ 600 a R$ 1,4 mil o metro
quadrado. Já no período de lançamento, previsto para junho, o preço do metro
quadrado vai variar de R$ 774 a R$ 1,6 mil
Segundo a construtora, 20% do empreendimento tem reservas
firmes e a expectativa é que esse número aumente para 40% após a fase de
pré-lançamento.
FONTE: VALOR ECONÔMICO
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