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Ciclista pede mais oportunidades para mulheres à Confederação Brasileira de Ciclismo

A fisioterapeuta e doutora em saúde da mulher, Mirian Kracochansky, 55 anos, é apaixonada pelo ciclismo desde 1993, quando começou a praticar o esporte em busca de mais saúde e qualidade de vida. Incorfomada com a falta de incentivo e oportunidades para as mulheres que praticam a modalidade, Mirian criou um abaixo-assinado na plataforma Change.org pedindo à Confederação Brasileira de Ciclismo que dê as mulheres as mesmas chances e modalidades que oferece aos homens nas competições amadoras e profissionais.

Mirian já conseguiu mais de 12 mil assinaturas e tem mobilizado outras mulheres a se engajarem por mais oportunidades e igualdade no esporte. “Em 90% das provas de ciclismo no Brasil, o feminino entra como categoria única. Isso quer dizer que mulheres de 18 anos competem com outras de 50. Para os homens, o cuidado é bem maior e as categorias são definidas de cinco em cinco anos”, afirma. A motivação para fazer o abaixo-assinado veio depois que ela tentou se inscrever em uma das poucas provas que existem no Brasil para mulheres. “Não há mulheres com mais de 30 anos competindo no Brasil. E as que tentam seguir no esporte enfrentam todo os tipos de obstáculos e acabam desistindo. Já os homens podem participar de competições até depois dos 65 anos. Essa postura só demonstra o preconceito e a discriminação que há no ciclismo”, ressalta.

De acordo com Mirian, os esportes individuais como natação e atletismo já superaram essa barreira e hoje possibilitam que mulheres participem de competições de acordo com as suas categorias. “Não há razão para que outros esportes já tenha se organizado e o ciclismo continue sendo a única modalidade em que mulheres são enquadradas em uma única categoria”, enfatiza.

A fisioterapeuta, que também é doutora em saúde da mulher, relata que o descaso com as mulheres vai desde a falta de apoio e patrocínio, à memória e segurança. Pouco se sabe, por exemplo, quem foram as primeiras mulheres a praticar o esporte no Brasil. Ela lembra ainda que foi atropelada cinco vezes e os riscos que as ciclistas enfrentam diariamente. “Como não há espaços adequados para o treinamento, muitas mulheres acabam se arriscando em estradas e rodovias, colocando suas vidas em risco”. A doutora chama atenção para a importância do esporte e afirma que muito mais do que um meio de transporte, a bicicleta possibilita que mulheres que superaram o câncer pratiquem uma atividade fisica de baixo impacto. “Muitas começam a pedalar por necessidade e se apaixonam. As que se profissionalizam não conseguem seguir adiante e as que praticam por lazer não passam disso, já que não há incentivo. Neste percurso, perdemos vários talentos que poderiam estar competindo pelo país, nas Olímpiadas, por exemplo”, lamenta.

Ela criou um comitê que reúne mulheres em vários estados e a proposta é reuní-las para pensarem juntas sugestões para que a Confederação adote medidas que promovam a inclusão e a igualdade no ciclismo.

O abaixo-assinado da Mirian está no link www.change.org/MulheresNoCiclismo.

A Change.org é a maior plataforma de abaixo-assinados do mundo, com 140 milhões de usuários em 196 países. Mais de 50 milhões de pessoas já assinaram pelo menos uma petição vitoriosa. Atualmente, a cada hora, um cidadão consegue uma vitória por causa da petição que ele criou no site. É uma ferramenta de mobilização aberta e neutra, em que qualquer pessoa ou grupo pode criar o seu abaixo-assinado e movimentar a sua campanha.

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