Documentário Canal do Varadouro: História, Cultura e Natureza será exibido no litoral
A história da abertura do canal mais importante entre Paranaguá (PR) e Cananéia (SP)
"Contando os dias", é assim que os moradores de Paranaguá, Guaraqueçaba e Cananéia definem a ansiedade quando questionados sobre o Documentário Canal do Varadouro que será exibido in loco para eles. Quase um mês depois da apresentação oficial em Curitiba (PR), o litoral já tem data marcada para o grande dia. Em Paranaguá (PR), será no dia 28 de julho, às 19h, no Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR; em Guaraqueçaba (PR), será no dia 29 de julho, às 20h, que coincide com a festa da Padroeira e por isso mesmo as festividades acontecerão juntas na Igreja Matriz. Já em Cananéia (SP), a apresentação do documentário será no dia 12 de agosto, às 22h, junto com a Festa da Cidade, e acontecerá no Palco Cultural.
A empresa curitibana GPR Vídeos, que tem à frente os sócios Paulo Roberto Macedo Junior e Pedro Cesar Prosdócimo fizeram questão de voltar às cidades envolvidas nas pesquisas e apresentar o resultado do trabalho a todos que de alguma maneira ajudaram o projeto. O documentário foi possível graças à ideia e esforço dos sócios e com o apoio da Lei Rouanet. "Depois de três anos entre ideia, produção e finalização, estamos muito felizes em poder lançar o trabalho. Afinal, esse documentário vem mostrar os principais aspectos históricos, culturais e ambientais de uma região muito importante e ainda pouco conhecida", diz Paulo Roberto Macedo Jr.
Aberto artificialmente pelo homem, o Canal do Varadouro, localizado em um antigo istmo que levava o mesmo nome, no estuário do Lagamar, na Mata Atlântica paranaense, foi uma exigência muito antiga de moradores e comerciantes das cidades de Paranaguá, no Paraná, e Cananéia, em São Paulo, que necessitavam dessa via de acesso, no século XVIII, para o transporte de produtos e passageiros.
Informalmente, o Canal começou a ser aberto por moradores locais com pás e enxadas em meados de 1820. Mas só mais tarde, sob análise dos governantes, as obras de construção do Canal tiveram início de verdade em 1950 e foram até 1958. Vale ressaltar que estamos falando de aproximadamente 6 km de extensão. Sua abertura originou a Ilha artificial de Superagui, onde hoje se localiza o Parque Nacional e um dos cinco mais importantes ecossistemas do planeta. Embora exista um projeto do governo para a reativação da linha fluvial de transporte de passageiros e este esteja paralisado, atualmente o Canal do Varadouro é utilizado para fins turísticos e esportivos, fator que contribui para a preservação ambiental e a sustentabilidade dos moradores da região.
Além do lançamento oficial, serão feitas exibições futuras nas cidades próximas ao Canal do Varadouro, além de serem disponibilizadas cópias do documentário para as escolas locais da região estudada.
Sobre o documentário:
A região sul do litoral e atual estado de São Paulo, na divisa com o Paraná, caracterizou-se como sendo umas das primeiras regiões de colonização portuguesa na América. O Tratado de Tordesilhas, de 1494, proposto pelo Papa Alexandre VI aos reinos de Portugal e Espanha, e que visava à divisão das terras descobertas e a descobrir por ambas as Coroas fora do território europeu, possuía como área limite a atual cidade de Cananéia em São Paulo. Em tempos remotos, a principal via de comunicação existente entre as regiões de Paranaguá, no PR, e Cananéia, em SP, era, a partir de Paranaguá, a navegação pela Baía dos Pinheiros até o istmo do Varadouro e, do lado Cananeense, a navegação do canal do Ararapira até a chegada e travessia do mesmo istmo.
Com aproximadamente seis quilômetros de extensão, a travessia do Istmo do Varadouro levava cerca de uma hora de marcha. O nome Varadouro se deu da necessidade dos viajantes ou comerciantes o "vararem", arrastando ou carregando as canoas de um rio ao outro.
O primeiro documento oficial sobre a necessidade de abertura de um canal que comunicasse a navegação entre Paranaguá e Cananéia, data do ano de 1804. Trata-se de um ofício da Câmara de Cananéia ao Governador Geral da Capitania de São Paulo, informando-o sobre a urgência da abertura de um canal que possibilitaria a passagem para a Vila de Paranaguá.
Vale destacar ainda que, com a elevação do Paraná à condição de Província, em 1853, tanto a cidade de Iguape, quanto a cidade de Cananéia deveriam pertencer à nova circunscrição administrativa do Império, o que de fato não ocorreu. Por sua vez, a linha divisória entre as duas províncias cortava o istmo exatamente ao meio, o que, de certa forma, obstruiu a abertura do canal, pois, segundo os comerciantes que habitavam a recém-criada Província, a fim de conservar sua preponderância comercial no litoral sul, não havia mais nenhum interesse por parte dos paulistas na conclusão da referida obra.
Foi em 1920, durante a presidência de Epitácio Pessoa, é que finalmente foi consolidada a área limite entre os Estados do Paraná e São Paulo, quando se fixou a linha do rio Ararapira como divisa natural entre os estados da federação. Dessa forma, o istmo do Varadouro ficou completamente situado do lado paranaense, permitindo, dessa forma, a retomada das discussões sobre a abertura do Canal do Varadouro.
O interventor no estado do Paraná, o Cel. Manuel Ribas, foi o principal entusiasta da referida obra, porém, seu falecimento somado à entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, adiaram mais uma vez o início do empreendimento. A partir dos anos 50, toda a responsabilidade do projeto e execução da obra do Canal do Varadouro passou para o comando da Inspetoria Nacional de Portos e Canais, um departamento do Ministério da Viação e Obras Públicas. A concorrência pública foi aberta através de edital publicado no Diário Oficial da União e cujo vencedor foi a Empresa Brasileira de Engenharia e Comércio Limitada. Sob a responsabilidade do engenheiro e Diretor Técnico da empresa, Asdrubal Soares, os trabalhos de dragagem e escavação do Canal do Varadouro finalmente tiveram início em 22 de Abril de 1952.
Sobre os sócios:
Paulo Roberto Macedo - Diretor de Produção
Sócio da GPR Vídeos encarregado por gerenciar a produção e operação dos projetos. Jornalista pela Universidade Tuiuti do Paraná, Pós-Graduado em Marketing pela Universidade Positivo e Especialista em Marketing e Mídia pela San Diego State University - EUA. No mercado audiovisual desde a faculdade, seu primeiro documentário foi seu trabalho de conclusão de curso “Stock Car 25 anos” em 2004.
Desde que começou na GPR com Pedro C. Prosdócimo se focaram na produção de vídeos institucionais, videoclipes de música, animações, cobertura de eventos ao vivo e criação de conteúdo para TV e Internet.
Pedro Cesar Prosdócimo - Diretor/Editor/Pós-produção
Artista digital pós-graduado em Artes Interdisciplinares pela Columbia College Chicago e bacharelado em Desenho Industrial - Programação Visual pela Unicenp (hoje Faculdade Positivo). Em sua recente residência, trabalhou por 4 anos como captador, editor e animador para a empresa de sistemas de aquecimentos radiantes estrangeira WarmlyYours em Lake Zurich, IL, EUA. Entre vídeos comerciais e técnicos, dirigiu e produziu na íntegra e independentemente também videoclipes, animações e videoartes com exposição em galerias digitais espalhadas pela web e também em espaços físicos como galerias locais e no campus da universidade onde adquiriu seu Master.
Serviço:
Documentário Canal do Varadouro: História, Cultura e Natureza
Paranaguá (PR) - 28 de julho - No Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR às 19h.
Guaraqueçaba (PR) - 29 de julho na Festa do Padroeiro na Igreja Matriz às 20h.
Cananéia (SP) - 12 de agosto na Festa da Cidade no Palco Cultural às 22h.
Quanto: entrada gratuita
Duração: 1h
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