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Mostra "Roberto Vieira ...Em Processamento...", segue em exposição no Palácio das Artes, até dia 16 de outubro

ARTISTA MINEIRO TAMBÉM ABRE EXPOSIÇÃO NO PALÁCIO DAS ARTES, 
“ROBERTO VIEIRA ...EM PROCESSAMENTO...”, NESTA QUINTA (28)

Caixa - Foto Inês Rabelo
Terra. Superfície e profundeza. Matéria-prima e fóssil. Início e fim. O trabalho desenvolvido por Roberto Vieira ininterruptamente, há mais de 50 anos, foi organizado por Glória Campos e Mário Azevedo no livro Arqueologias, que será lançado neste sábado (30), das 11 às 14h, na livraria Quixote. Publicado pela 2 Linhas Editora, o livro contém textos críticos de Luiz Flávio Silva, Márcio Sampaio, Olívio Tavares de Araújo e Teodoro Rennó Assunção, além de fotografias de trabalhos do artista, em diversas fases de produção.

Roberto Vieira também abre na quinta-feira (28), às 19h, a exposição “Roberto Vieira ...em processamento...” na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, no Palácio das Artes. Após alguns anos sem expor em Belo Horizonte, o artista apresenta uma mostra ampla, com objetos, esculturas e instalações. A exposição faz parte da segunda edição do projeto ArteMinas, uma iniciativa da Fundação Clóvis Salgado.

O trabalho de Roberto Vieira está em constante movimento, assim como a própria terra. “Até os anos 80 eu pintava a terra, então parei de representa-la para trabalhar diretamente com ela. A natureza foi se tornando parte do que faço. Desse encontro surge o barranco como espaço de trabalho no qual vou adicionando objetos do cotidiano, que geram identificação nas pessoas. Um sapato, um liquidificador... E esse barranco hoje tem mais de 21m”, comenta.

Os objetos enterrados – como vestígios de uma vida, demonstrando a finitude das coisas – trazem não um estranhamento, mas a sensação de um devir, um amanhã. O artista consegue arrancar a beleza existente no final de trajetória dos objetos eternizada em fósseis. “Este barranco para mim é como uma partitura musical, uma sinfonia. Os objetos formam acordes graves, como de um violoncelo ou um baixo”, conta.

O artista também trabalha em caixas, fechadas com vidro, contendo objetos comuns revestidos de terra. “Eles querem a todo custo sobreviver ao assédio do tempo, saltando para o espaço próprio dos seres naturais. Roberto guarda-os dentro das caixas, em concentrações densas, carregadas de uma beleza trágica.”, afirma o artista e crítico de arte Márcio Sampaio em texto sobre o artista. Ainda de acordo com Márcio Sampaio, as instalações transformam os objetos fragmentando-os sem que, no entanto, eles percam sua identidade.

A presente mostra traz parte da produção recente de Roberto Vieira que trabalha a transitoriedade da vida, a força dos contrários, o ritmo do mundo e o silêncio. “A instalação com corpos recortados representando erosões, dispostos ao longo da galeria, propõe aos visitantes participar do processo criativo, tornando-se parte da obra”, finaliza o artista.

Sobre Roberto Vieira:

Roberto Vieira nasceu em 1939, em Juiz de Fora. Começou a estudar violino em 1946 e, em 1955 passou a fazer parte da Orquestra Filarmônica de Juiz de Fora. Entre 1958 e 1963 frequenta a cadeira de violino da UMA, em Belo Horizonte. Ingressa na Escola de

Arquitetura da UFMG, em 1962. Junto a outros estudantes de arte cria, em 1964, a “Oficina de Arte” e realiza uma série de experiências minimal/concretistas. A partir de então, passa a participar de exposições. Em 1973, recebe Prêmio de Aquisição do “I Salão Global de Inverno do MAP”, fica entre os “Selecionados de Minas e Goiás” para a XII Bienal de São Paulo e participa do V Salão Nacional de Arte, do MAP. Integra também a coletiva “Image du Brésil”, da Feira Internacional de Bruxelas, na Bélgica.

Participa de diversas edições do Salão de Verão e coletivas no MAM, no Rio de Janeiro, faz parte do VIII Panorama da Arte Atual Brasileira, no MASP e de algumas edições da Bienal de Arte em São Paulo. Sua trajetória soma mais de 60 coletivas e mais de 20 exposições individuais em todo o Brasil, além de diversos prêmios.

Sobre o projeto ArteMinas

A expressiva produção artística das décadas de 1980 e 1990 é o grande destaque das galerias do Palácio das Artes durante a segunda edição do projeto ArteMinas, que acontecerá de julho a outubro próximo. Trata-se de uma iniciativa da Fundação Clóvis Salgado que se consolida como um programa voltado às artes visuais mineiras e seus artistas.

Para este ano, os selecionados foram Roberto Vieira (Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard), Marco Túlio Resende (Galeria Genesco Murta), Jorge dos Anjos (Galeria Arlinda Corrêa Lima) e Cláudia Renault (Galeria Mari’Stella Tristão) que terão exposições individuais, com linguagens e propostas diferenciadas, evidenciando tanto a arte aprendida no cotidiano quanto suas vivências acadêmicas.

SERVIÇO:

Lançamento do livro Arqueologias
Data: sábado, 30 de julho.
Horário: das 11 às 14h.
Local: Livraria Quixote (Rua Fernandes Tourinho 274).
Entrada gratuita.

ROBERTO VIEIRA ...EM PROCESSAMENTO...
Período: de 28 de julho a 16 de outubro
Horário: Terça a sábado, das 9h30 às 21h. Domingo, das 16h às 21h
Local: Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, Palácio das Artes.
Entrada gratuita.

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