Estudo aponta desafios de limpeza urbana na Região Metropolitana de Belo Horizonte e revela que capital mineira tem baixa taxa de reciclagem, com 0,6%
Os municípios de Lagoa Santa e Nova Lima foram destaques em reciclagem e sustentabilidade financeira na avaliação do ISLU (Índice de Sustentabilidade de Limpeza Urbana)
A gestão da limpeza urbana é o terceiro ou quarto maior gasto das gestões municipais, segundo dados do STN (Secretaria do Tesouro Nacional) e das próprias prefeituras. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), esses desafios podem variar, mas 87% dos municípios receberam a classificação C (em uma variação de A-E) na avaliação do ISLU (Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana). O estudo, que analisou mais de 1.700 cidades em todo o país, foi desenvolvido em parceria pelo Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana do Estado de São Paulo) e a PwC Brasil.
A capital mineira apresenta boas notas nas quatro dimensões avaliadas pelo ISLU, com destaque para sua autonomia financeira que sustenta os gastos com resíduos em cerca de 41%. Assim como em outras cidades do país, Belo Horizonte apresenta baixa taxa de recuperação de resíduos, com apenas 0,6%. Para se ter uma ideia, países como Japão, Canadá e Alemanha têm taxas de reciclagem que podem chegar a 40%.
“A falta de conscientização da sociedade e ausência de iniciativas para incentivar a recuperação de resíduos explica os resultados em Belo Horizonte e de outras cidades da região metropolitana, como Lagoa Santa e Nova Lima”, explica Ariovaldo Caodaglio, consultor do Selur.
Destaques regionais
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Lagoa Santa e Nova Lima receberam as notas mais altas e são as únicas na faixa B de classificação do ISLU. No quesito recuperação de resíduos, Lagoa Santa chega a um índice de 12,6%, muito acima da média brasileira de 0,4%. Em Nova Lima, a arrecadação específica evita que o serviço não dependa de decisões orçamentárias da gestão municipal – estabilidade que é um dos principais critérios do estudo.
Apesar de ter a melhor sustentabilidade financeira da região, com 50% de cobertura da despesa total, a cidade de Santa Luzia registra dificuldades na gestão de resíduos, incluindo a destinação inadequada - descarte em lixões ao invés de aterros sanitários -gerando danos a longo prazo ao meio ambiente, com poluição de águas, solos e do ar. Nova União ainda destina a totalidade do seu lixo incorretamente, assim como Jaboticatubas, com destinação incorreta de cerca de 60%.
“A destinação correta de resíduos para aterros sanitários é fundamental para garantir um serviço de limpeza seguro, eficiente e adequado para a população. Sem ela, os danos gerados a curto, médio e longo prazos são enormes não só para a população, mas também para o solo, o ar e as águas desses municípios”, esclarece Caodaglio.
Impacto nacional
O ISLU gerou resultados em 1.721 municípios brasileiros com base nos critérios da PNRS, aprovada em 2010, e criou um termômetro onde aponta os problemas e soluções de cada local, caso a caso, com pontuação de zero a um. Os dados utilizados foram coletados na base de 2014 do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento).
“O objetivo do ISLU não é ser um ranking de cidades limpas x cidades sujas. Os resultados dessa análise servirão de insumo para os gestores públicos e privados de limpeza urbana, assim como associações e a sociedade em geral, a tomarem as medidas necessárias a fim de atender as exigências da PNRS e fomentar um ambiente sustentável e saudável em seus municípios”, afirma o conselheiro do Selur.
“Para que um município tenha uma boa pontuação, ele deve apresentar resultados relevantes no otal de indicadores utilizados. Com isso, o ISLU avalia uma série de informações consolidadas, sem trazer análises tendenciosas para o atendimento de apenas um aspecto da gestão da limpeza urbana”, explica Carlos Rossin, diretor da PwC Brasil e coordenador do estudo.
ISLU
A fim de suprir a falta de informações sobre a limpeza urbana das cidades brasileiras e mapear os desafios para o cumprimento das recomendações da PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), o ISLU foi desenvolvido. A pesquisa leva quatro aspectos em consideração:
- Engajamento do Município (população atendida x população total);
- Sustentabilidade Financeira (despesas com a limpeza urbana x despesas totais);
- Recuperação dos Recursos Coletados (material reciclável recuperado x total coletado);
- Impacto Ambiental (quantidade destinada incorretamente x população atendida).
Confira o estudo completo no site do Selur: http://www.selur.com.br/publicacoes/islu-indice-de-sustentabilidade-da-limpeza-urbana-para-os-municipios-brasileiros/
Sobre o SELUR
O SELUR (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana do Estado de São Paulo) é o órgão responsável por centralizar os esforços das empresas paulistas de limpeza urbana. A instituição representa o conjunto de ações fundamentais para a sociedade, que incluem coleta e transporte de resíduos sólidos, manutenção da limpeza pública, além do tratamento e destinação final do descarte feito pela comunidade – desde residências até estabelecimentos comerciais e hospitalares. O SELUR tem ainda o objetivo de divulgar informações tanto para a colaboração do setor com os gestores públicos como o de conscientizar os cidadãos comuns da relevância social, ambiental e econômica dos serviços prestados pelas suas associadas e seus milhares de colaboradores.
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