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A tecnologia e a geração Me Me Me: como as instituições de ensino devem lidar?

Sustentáveis, otimistas, proativos, contestadores, globalizados, multitarefas e suscetíveis à diversidade são os aspectos positivos percebidos e trabalhados pelos especialistas do Colégio Nossa Senhora do Rosário junto aos seus alunos

Foto/Divulgação
É inegável pontuar que a tecnologia tem mudado a maneira com que as novas gerações olham o mundo e como se comportam em relação às informações que a elas chegam. E isso tem modificado também a maneira como esses jovens, denominados pelo escritor Joel Stein como a geração Me Me Me, encaram a vida, a família, o trabalho e até a educação e, por consequência, o modo como a sociedade, em geral, se porta frente às mudanças de comportamento e de cultura.

Segundo o escritor, por terem nascido em meio à popularização da tecnologia têm como características principais o narcisismo, a autoestima elevada, o descaso e o imediatismo, além de não largarem o celular para nada.

O Colégio Nossa Senhora do Rosário joga luz sobre os benefícios da geração conectada e trabalha em cima das competências e habilidades de seus alunos. De acordo com os orientadores do colégio, Maria Inez de R. Vit e Rodrigo T. Conceição, vários aspectos a tornam única. "São jovens com sensível respeito à diversidade, preocupados com a sustentabilidade, otimistas, proativos, contestadores, globalizados e multitarefas", destacam.


O desafio dos educadores é grande. "Trabalhar com essas características aparentemente antagônicas, mas que, ao mesmo tempo, são complementares e inerentes a uma só personalidade, nos leva a refletir sobre o nosso papel enquanto educadores", destacam Maria Inez e Rodrigo.


Para os orientadores, o caminho é trocar conhecimento e informação através de valores filosóficos e pedagógicos no dia a dia e, dessa forma, promover o uso consciente da tecnologia e da boa convivência em sociedade. "Por conta da velocidade com que as coisas lhes são impostas no mundo de hoje, alguns adolescentes podem desenvolver um comportamento extremamenteimediatista; a exemplo da safra de jovens que entra no mercado de trabalho e não têm a paciência para adquirir experiência e galgar sua ascensão profissional", explicam. Nesse contexto, há ainda aqueles mais ansiosos, que vislumbram somente o lugar no topo e mesmo que sua expertise seja baixa, quando seu objetivo não lhes é conferido, acabam por se sentirem frustrados, insatisfeitos, o que pode resultar em baixa produtividade e demissão.

Dependência tecnológica - O uso exacerbado da tecnologia provoca outras mazelas: questões físicas, como obesidade e queda de acuidade visual, além de alguns fatores sociais, como a dificuldade de relacionamento no mundo real.

As escolas e os orientadores podem e devem ficar atentos para identificar se há um exagero nesse acesso tecnológico. Dentro do ambiente escolar é possível observar esse comportamento em momentos como: intervalo, deslocamentos, término de períodos e ocasiões que antecedem aulas extracurriculares, quando os alunos não possuem um limitador, já que não estão em umperíodo de aula formal. "Ter regras claras para o uso de smartphones no ambiente escolar, determinando quando e onde usá-los é importante. Além disso, outro fator que pode evitar a dependência tecnológica é o fornecimento, por parte da família, de dispositivos e serviços limitados para o acesso à internet, além é claro, das cercas digitais para impedir o acesso a todo e qualquer tipo de conteúdo", afirma Rodrigo.

Pode parecer um cerceamento à liberdade, mas Maria Inez ressalta que esse é um público formado por jovens em construção de sua personalidade e que, por mais que tais bloqueios pesem nesse quesito, são extremamente importantes para protegê-los da ampla exposição, de agressões, bullying, espionagem e até crimes eletrônicos.

"Tudo começa com a família. Um acompanhamento próximo e orientação dos pais é o caminho para que o adolescente desenvolva um bom senso crítico sobre suas ações. A escola também tem papel fundamental, pois contextualiza e afirma, no âmbito de sociedade, os combinados de convivência e respeito, fornecendo ferramentas psicológicas e científicas para que o aluno se desenvolva de forma íntegra e consciente", dizem os orientadores do Colégio Nossa Senhora do Rosário.

Família - O engajamento dos pais na vida dos filhos é de extrema importância e necessário. A família é a instituição que fornece os principais alicerces para o desenvolvimento de um ser humano íntegro, por isso, um relacionamento saudável, nutrido por uma boa convivência e diálogo é fundamental para essa geração.

Para incentivar essa proximidade, no Colégio Nossa Senhora do Rosário, por exemplo, reuniões periódicas são realizadas com a presença de pais e alunos, com o objetivo de estabelecer um canal de comunicação e informação entre eles, por meio de cases apresentados a serem discutidos, juntamente com leituras que podem auxiliar nessa fase.

Família e escola têm o papel de estarem atentas ao comportamento dos jovens, identificando ações que, se continuadas, podem se tornar danosas ao adolescente e/ou ao ambiente no qual está inserido. "Em casos extremos, se necessário, aconselha-se o auxílio de um profissional especializado", pontuam Maria Inez e Rodrigo. Ressaltam, porém, que, em grande parte dos casos, a medida mais eficaz é a conversa franca, o diálogo aberto e a orientação, que permitem ao aluno desenvolver todo seu potencial em prol do crescimento pessoal e do bem coletivo.

Serviços:
Colégio Nossa Senhora do Rosário
Rua Domingos de Morais, 2958 - São Paulo/SP
www.rosarionet.com.br

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