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Alérgicos, atenção redobrada no Natal!

As ceias natalinas, que representam a união em muitos lares, poderão gerar um verdadeiro pesadelo para quem já sofre com as incômodas alergias. Segundo uma revisão de estudos divulgada em 2008 na publicação Current Opinion in Pediatrics, leite bovino, soja, amendoim, ovo, castanhas, trigo, peixes e frutos do mar são os alimentos responsáveis por 90% dos casos de alergia alimentar. E as mesas de Natal, como todos sabem, são repletas de muitas destas comidas detestadas pelo sistema imunológico dos alérgicos. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), inclusive, afirmam que 35% das pessoas ao redor do mundo já apresentam algum tipo de alergia, percentual que deverá estar muito atento a essas delícias natalinas para não transformar a festa familiar em um problema grave de saúde.

Segundo o coordenador técnico do Brasil Sem Alergia, o médico Marcello Bossois, o leite de vaca, presente em diversos pratos das celebrações de final de ano, como no caso da rabanada, é o maior causador dos quadros de alergia alimentar. A caseína, proteína do leite bovino, é uma das principais responsáveis pelo problema. “O sistema imunológico identifica a substância como estranha ao organismo, resultando em uma hipersensibilidade imunológica. A reação dá origem a variados sintomas gastrointestinais e respiratórios”, explica.

O médico lembra, entretanto, que não é só a alergia alimentar que pode se manifestar pela ingestão do leite bovino. A intolerância alimentar, que já afeta mais de 100 milhões de brasileiros, é outro processo desencadeado pelo alimento. Para a médica Patrícia Schlinkert, uma das idealizadoras do projeto social Brasil Sem Alergia, o leite de vaca, ao lado dos grãos e do café, é o campeão da doença. “A intolerância é provocada pela lactose, o açúcar do leite. Pessoas intolerantes à lactose não possuem a lactase, enzima capaz de digerir a substância. “É importante não confundir alergia com intolerância, já que os agentes causadores e os sintomas são distintos”, comenta a especialista.

O ovo, outro alimento que tem presença garantida nas ceias como nos bolos, nos fios de ovos e no bacalhau à portuguesa, é outro vilão dos pacientes com alergia. Ele possui ovalbumina e ovomucoide, duas proteínas presentes na clara - que frequentemente geram reações adversas. Especialistas do Brasil Sem Alergia recomendam que os alérgicos não comam nenhuma parte do alimento, já que há um contato direto entre a gema e principalmente a clara.

Alergistas destacam a preocupação com o camarão. Segundo afirmam, os frutos do mar, crustáceos e moluscos são a principal causa de reação alérgica grave (choque anafilático) entre os brasileiros. Existem pacientes que sequer podem estar no mesmo ambiente onde é servido um prato contendo o alimento, já que o camarão pode liberar no ar toxinas altamente irritantes e perigosas aos alérgicos.

As castanhas, nozes e amêndoas também têm sua presença garantida no Natal. Ricos em proteína, esses frutos são outros grandes causadores dos sintomas alérgicos, que poderão ser desde uma diarreia ou cólicas abdominais até reações respiratórias como rinite ou sinusite. O Dr. Bossois alerta que repercussões dermatológicas também poderão surgir como resultado de uma alergia alimentar. “Eczemas de pele e urticárias são muito comuns durante processos alérgicos”, lembra.

Bebidas alcoólicas

Muito consumidos no Natal, Os vinhos branco e tinto, assim como as cervejas, são outros que não são nada bem-vindos pelos alérgicos. O processo de fermentação, parte importante na produção dessas bebidas alcoólicas, dá origem a grandes volumes de leveduras e bactérias, facilitando a fabricação de histamina pelo organismo. A histamina, por sua vez, é um composto orgânico produzido pelo sistema imunológico que funciona como um mediador inflamatório e é responsável pelos mais variados tipos de processos alérgicos.

Assim como no caso do suco de uva, essas bebidas apresentam ainda altas concentrações de sulfitos, um grupo de compostos conhecido por causar inúmeros sintomas de alergias como espirros, coriza e tosse. Presentes ainda em azeitonas, vegetais em conserva e frutos do mar como lulas e polvos, os sulfitos também podem causar reações cutâneas ou diarreia.

Sobre o Brasil Sem Alergia

Com mais de 200 mil atendimentos gratuitos já realizados (superior à população de Resende-RJ), o Brasil Sem Alergia é um projeto social que oferece gratuitamente diversos procedimentos de prevenção, combate e controle de processos alérgicos e de doenças imunológicas. Com três postos na Baixada Fluminense (Duque de Caxias, Xerém e Nova Iguaçu), um na Zona Oeste do Rio (Realengo) e uma unidade na Região dos Lagos (Iguaba Grande) e a recém inaurgurado posto de Curitiba. A equipe da ação social oferece testes alérgicos, atendimento médico, orientação multidisciplinar e exame de espirometria (teste de sopro). O projeto está à disposição de toda a população do Rio de Janeiro de segunda a sábado, com agendamento através dos telefones 21 40638720 para Rio e Grande Rio e 41 40421827 para Curtiba e regiões além da marcação pelo site www.brasilsemalergia.com.br

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