Janeiro, mês de férias... e de cuidado redobrado com seus filhos
Por Dr. Sérgio Costa, Ortopedista com Especialização em Cirurgia de Joelho, Artroscopia e Próteses pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP); Pós-Graduado pela Faculdade de Medicina da USP em Ortopedia e Traumatologia; Mestre pela USP; e Coordenador da Equipe Médica do Hospital São Luiz, unidade Itaim
Foto/Divulgação |
Se a criança caiu de bicicleta, por exemplo, e ficou semi-inconsciente, chame imediatamente o resgate. Verifique as vias aéreas (boca e nariz) e confirme se ela está respirando. Evite mexer na criança e, caso perceba sinal de fratura, não tente colocar os ossos no lugar. Isso pode agravar seu quadro. Garanta que a criança respire, mantendo livre acesso das vias aéreas. Para isso, mantenha a calma, evite tumulto ao seu redor e tente conversar com a criança até o resgate chegar, para que ela não entre em estado de inconsciência.
Se o caso não for muito grave, apenas limpe as feridas com água corrente e algum antisséptico. Pode ser usado também água corrente e sabonete. Compressa com gelo no local atingido diminui o hematoma e alivia a dor. Muitas pessoas acreditam que certos produtos podem ajudar, como sal, pasta de dente ou pomadas. Isso é lenda. Não utilize em hipótese alguma. Se a batida foi na cabeça, mesmo que tenha sido leve, é importante leva-la ao Pronto-Socorro para fazer exames de imagem e se certificar que não houve nenhuma lesão interna.
Se, no hospital, o diagnóstico for de fratura, o tratamento será a imobilização com gesso e repouso. Mas, em casos mais graves, como fraturas expostas ou que possam comprometer algum órgão, haverá necessidade de cirurgia para alinhar o osso e, posteriormente, realizar a imobilização. As fraturas mais comuns são na mão, no braço, no cotovelo e no antebraço. Isso porque, por uma questão de reflexo, os membros superiores são a nossa defesa. Quando caímos, a primeira reação é nos proteger com as mãos e/ou os braços para amenizar a queda. A Ortopedia encara a fratura de cada osso de maneira isolada, e tem uma classificação diferente para cada um deles. Geralmente, as fraturas articulares (perto da articulação) e aquelas com desvios grandes são consideradas cirúrgicas.
O fato é que crianças se machucam mais do que os adultos, pois elas têm mais ousadia, menos medo e, dependendo da idade, uma coordenação motora em desenvolvimento. Daí a importância do monitoramento constante dos pais ou responsáveis. Vale frisar que o adulto deve informar à criança sobre os riscos de cada atividade que fizer, além de exigir dela o uso de acessórios de segurança quando fizer uso da bicicleta ou do skate, por exemplo, como capacete, luvas, cotoveleiras, joelheiras e tornozeleiras. É bem provável que a criança relute em usar os acessórios. Por isso, coloque também seus itens de segurança, pegue sua bicicleta e diga que vai passear com ela. Filhos adoram imitar os pais, e este será um excelente exemplo a ser dado!
Nenhum comentário