Performances de estética negra e resgate de memórias encerram programaçã de artes visuais da Mostra Motumbá: Memórias e Existências Negras
Nos dias 18 e 23/03, Énzio Rosa apresenta “Cuidado Black”, e no dia 25/03, Flip Couto realiza a performance de “Sangue”
A atividade Memória e Ativismo: Práticas Para a Vivência e Elaboração de Uma Poética Negra – oficina ministrada por Sidney Santiago Kuanza, do grupo Os Crespos (14 a 17/3) – pretende estimularuma imersão pela história do Teatro Negro no Brasil. Voltada para atores, incluindo estudantes, diretores, educadores, ativistas e pesquisadores, a oficina alia técnicas de exploração corporal que auxiliam na busca pelo autoconhecimento e ajudam a construir os elementos do personagem, além de desenvolver a linguagem presente no processo teatral.
A segunda quinzena do mês destina-se a duas performances relacionadas a temas do convívio com o outro. Na primeira delas, Cuidado Black, com Ézio Rosa (18 e 23/3),o artista senta num banco à espera de alguém que apareça para preencher uma cadeira vazia posicionada em sua frente e queira trançar o cabelo. A interação de diálogo com a pessoa dura até a finalização da trança. Durante o papo, palavras dessa conversa são destacadas e anotadas no espelho. A intenção é refletir sobre a intimidade colocada em público. Já em Sangue, com Flip Couto (25/3), o ponto de partida se dá num ambiente em que as relações interpessoais acontecem de maneira dinâmica e espontânea. O intuito é trazer a experiência das conexões pré-estabelecidas entre o público e a obra, resgatando memórias de cada um.
A mostra Motumbá – Memórias e Existências Negras integra diversas linguagens artísticas e ações culturais com o objetivo de apresentar um panorama das poéticas, estéticas e temáticas produzidas e interpretadas por grupos e artistas negros e da periferia. Segue até março com programação variada, oficinas, debates, apresentações de teatro, performances, dança, shows musicais, saraus literários e muito mais.
Abaixo, mais detalhes sobre a programação de performance que a mostra Motumbá preparou para o mês de março:
OFICINA
Memória e Ativismo: Práticas Para a Vivência e Elaboração de Uma Poética Negra – Oficina ministrada por Sidney Santiago Kuanza, do grupo Os Crespos
A oficina ministrada por Sidney Santiago Kuanza é uma imersão pela história do Teatro Negro no Brasil e uma exploração corporal por procedimentos e técnicas que auxiliam no autoconhecimento e na construção de personagem, linguagem e vivências dentro do processo teatral. Ator, produtor, diretor e pesquisador de estéticas negras, Kuanza é integrante do grupo Os Crespos. No teatro, atua desde 2000, tendo trabalhado com grandes nomes da cena contemporânea, como Frank Castorf, Cibele Forjaz, José Fernando de Azevedo, Celso Frateschi e Zé Henrique de Paula, entre outros. É colaborador da Revista “O Menelick 2º Ato”, escrevendo a coluna “Traços & Relatos”, na qual pesquisa a trajetória de atores e atrizes negros, e é coautor da revista “Legítima Defesa”, publicação sobre Teatro Negro que teve duas edições.
Público: atores, estudantes de teatro, diretores, profissionais da dança, educadores, ativistas e pesquisadores
Duração:3h
Quando: 14 a 17/3 (terça a sexta, das 15h às 18h)
Local: Sala de Espetáculos I
Ingresso: inscrição mediante envio de currículo resumido para oficinadeteatro@belenzinho.sescsp.org.br até 8/3; grátis
Número de vagas: 20 pessoas
Não recomendado para menores de 16 anos
ARTES VISUAIS
Cuidado Black – com Ézio Rosa
O artista coloca-se na área de convivência, sentado sobre um banco alto, com uma cadeira vazia em frente, e fica à disposição de pessoas que queiram trançar o cabelo. No espelho está escrito “Cuidado Black”. Ao receber a primeira pessoa, uma conversa é iniciada e tem duração aproximada de uma trança. Caso não haja novos participantes dispostos a serem trançados, outras tranças poderão ser feitas numa mesma pessoa. Durante essa ação uma conversa é disparada em torno do título da performance “Cuidado Black” e palavras dessa conversa são destacadas e anotadas no espelho. A ação se coloca entre a intimidade disparada no ato de trançar o cabelo do outro e a dimensão pública dessa conversa-performance.
Duração:4h
Quando: 18/3 a 21/3 (sábado aterça, das 16h às 20h)
Local: Área de Convivência
Ingresso: grátis
Livre
Sangue – com Flip Couto
Tendo como ponto de partida o ambiente dos bailes blacks dos anos 1970, festas de bairros, reuniões de famílias negras e as diversas relações presentes no dinâmico cotidiano das cidades, a obra busca criar um ambiente relacional tendo o autodepoimento como disparador de sensações, sonoridades, gestos, imagens e ritmos. Esses estímulos criam um fluxo de improvisação que culmina em um resgate/transformação das memórias de cada um. O processo traz como poética a experiência dos vínculos pré-estabelecidos entre público e obra que se encontram e se diluem em um mesmo espaço, podendo se transformar numa coisa só. “Sangue”é a união das individualidades e suas composições e a circulação das vivências familiares conscientes e inconscientes.“Sangue” é corpo. Um corpo negro, um corpo homo, um corpo positivo.
Quando: 25/3 (sábado, às 19h)
Ingresso: grátis
Não recomendado para menores de 18 anos
M O T U M B Á – Memórias e Existências Negras
Data: até março de 2017
Local: SESC Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000, Belenzinho, São Paulo (SP)
Mais informações: (11) 2076-9700 ou www.sescsp.org.br/belenzinho e
Agendamento de grupos: pelo e-mail agendamento@belenzinho.sescsp.org.br ou (11) 2076-9704. Atendimento das 10h às 17h.
Estacionamento: Credencial Plena – Primeira hora: R$ 4,50. Adicional por hora: R$ 1,50.
Outros – Primeira hora: R$ 10. Adicional por hora: R$ 2,50.
Preço promocional para espetáculos – Credencial Plena: R$ 5,50. Outros: R$ 11.
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