Na contramão da crise, setor de franquias faz história no Brasil
Enquanto pequenas, médias e grandes empresas fecharam as portas nos últimos dois anos, o setor de franchising faturou mais de R$ 150 bilhões no ano passado. Além disso, especialistas acreditam que o segmento vai crescer mais 10% em 2017.
A recessão da economia brasileira causou uma série de entraves entre empresas, indústrias e consumidores. Foram 1,8 milhão de empresas fechadas em 2015, segundo a Neoway, consultoria especializada em inteligência de mercados. Somente no primeiro semestre do ano passado, o número de falências decretadas subiu 11,3%. E não para por aí, nesse mesmo tempo, os pedidos de recuperação judicial e recuperações judiciais deferidas aumentaram 113,5%.
Na contramão da crise, o setor de franquias cresceu 9,2% no primeiro trimestre de 2016 e faturou mais de R$ 150 bilhões no ano, o que representa aumento de 8,3% em relação a 2015. Para esse ano, e para os próximos cinco anos, a previsão é continuar em expansão. Segundo estudo da ABF, o crescimento vai variar de 7% a 9% em 2017.
A grande pergunta é: o que faz com que a taxa de mortalidade média das pequenas empresas seja de 85% nos primeiros sessenta meses? No setor de franchising esse número cai para 4,3%. Ou seja, os dados mostram que fecham bem menos franquias do que empresas próprias no Brasil.
Por que isso acontece? O CEO da BRCondos, hoje a maior rede de administradoras de condomínios do Brasil, Hugo Fabiano Cordeiro, acredita que essa resposta vem em partes. “Uma franquia pode demandar menos investimento do que criar uma marca do zero. Outra vantagem do franchising, além de você já abrir as portas com a credibilidade de um nome consolidado e reconhecido no mercado, é que o franqueado tem a sua disposição uma série de benefícios como o próprio formato do negócio, que vem com informação, orientação, treinamento e muito zelo por parte do franqueador. O sucesso de cada franquia reflete também no sucesso de toda rede”, explica.
O plano de negócio, segundo o especialista, é essencial para que o empreendedor mantenha-se ativo no mercado, visto que poderá prever os riscos econômicos, políticos e sociais que possam afetar o seu sistema financeiro, por exemplo. “Fora todo o apoio jurídico e de comunicação oferecido pela central de operação e, claro, o benefício de trabalhar com serviços e produtos já testados e aprovados pelos consumidores”, completa.
Cordeiro diz que o empresário já sai com grande vantagem competitiva, pois tem em mãos um planejamento estratégico do mercado, do segmento e até dos concorrentes em alguns casos. “Além disso, a atual conjuntura do país também favorece o setor, pois a crise incentiva que antigos funcionários invistam no próprio negócio, visto que o número de demissões nos dois últimos anos foi muito alto”, acrescenta.
Grande parte dos novos franqueados saíram dos antigos empregos e utilizaram as rescisões trabalhistas para dar esse passo empreendedor. “A segurança do negócio, o baixo investimento e o know how de uma marca reconhecida são pilares fundamentais para construir uma nova história e dar a volta por cima”, conclui Cordeiro.
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