Tecnólogos das Fatecs podem contribuir para a melhora da mobilidade em centros urbanos
Transporte Terrestre é um dos cursos que formam profissionais para ajudar a diminuir dificuldades de locomoção em regiões metropolitanas
Detalhe do Laboratório de Sinalização Ferroviária do curso de Transporte Terrestre da Fatec Tatuapé/Foto: Gastão Guedes |
Foi justamente pensando na região, que o professor do curso superior tecnológico de Transporte Terrestre das Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs) Barueri e Tatuapé, Ricardo Barbosa da Silva, sistematizou o conceito de mobilidade precária. Geógrafo formado pela Universidade de São Paulo (USP), o educador se dedicou ao estudo do tema desde a graduação até o pós-doutorado na Universidade Autônoma de Barcelona.
De acordo com o professor, as dificuldades relativas à mobilidade na região, apesar de se agravarem a partir da década de 1990, já são detectadas desde os anos de 1930. É uma soma de fatores na qual se destacam o aumento da população nas periferias e a maior quantidade de carros nas ruas.
“Na primeira metade do século 20, já era possível perceber a construção e o remodelamento das vias expressas radiais do centro para a periferia, associado à ampliação da especulação imobiliária”, explica Silva. Padrão de desenvolvimento que se consolida definitivamente na década de 1960, com o estabelecimento das indústrias transnacionais automobilísticas na região. “Esse modelo vai se ampliar nos primeiros anos da década de 1990, com uma nova escala da expansão periférica metropolitana e a popularização do transporte individual privado.”
Produção de conhecimento
Para desenvolver pesquisas colaborativas entre professores e estudantes da Fatec Tatuapé que impactem positivamente na melhora da qualidade de vida nos centros urbanos, surgiu no final de 2016 o Núcleo de Pesquisas Cidades Sustentáveis (Nupecids).
O objetivo da iniciativa é unir conhecimentos dos três cursos presenciais da unidade – Construção de Edifícios, Controle de Obras e Transporte Terrestre. “A sustentabilidade é um conceito comum a todos os nossos cursos. Pretendemos, além de dar ainda mais subsídios para que nossos tecnólogos se destaquem no mercado de trabalho, enriquecer a prática em pesquisa e, principalmente, aplicar esse conhecimento em benefício da sociedade”, diz Silva.
Tecnólogos e mobilidade
Transporte Terrestre é um dos cursos que podem formar profissionais para ajudar a diminuir as dificuldades de mobilidade nas áreas de grande densidade demográfica. Com foco na infraestrutura de transporte, o tecnólogo é capaz de compreender projetos e planos de mobilidade, considerando a realidade de cada cidade em particular, minimizando impactos ambientais e podendo proporcionar melhor qualidade de vida às pessoas.
De acordo com Ricardo Barbosa da Silva, “aparentemente, a sociedade começa a entender que precisa de profissionais qualificados para ocupar funções estratégicas em órgão públicos e privados, com embasamento técnico e científico para gerar soluções para problemas de transporte e mobilidade”.
No entanto, devido à complexidade do problema e das regiões onde se apresenta com mais gravidade, é fundamental que a mobilidade urbana seja tratada de forma transdisciplinar, acredita Silva. “Outros cursos das Fatecs podem auxiliar direta ou diretamente nas soluções para a mobilidade urbana. Posso destacar Construção Civil - Movimento de Terra e Pavimentação e Logística”.
O Guia das profissões tecnológicas disponibiliza mais detalhes sobre os cursos oferecidos pelas Fatecs. No site do Vestibular, é possível conferir as vagas oferecidas em cada unidade no segundo semestre de 2017.
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