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ABIMAQ alerta sobre os riscos da reoneração da folha de pagamentos

A demissão de mais de 42 mil trabalhadores é prevista como consequência imediata


“A reoneração da folha de pagamentos vai ser mais uma ceifada no setor de bens de capital que hoje é a metade do que faturava em 2013”. Essa avaliação foi feita por José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, sobre a Medida Provisória 774/17 que acaba com a desoneração da folha de pagamento.

Para Velloso, com a reoneração haverá o aumento médio de 4% nos custos sobre a receita líquida de vendas para o exportador. “O maior custo de produção levará o setor a perder ainda mais participação no mercado externo, já que irá se transformar em aumento de preços face à ausência de margem para absorver essa elevação de custo”.

O presidente executivo da ABIMAQ também apontou que a medida vai implicar na redução das exportações em cerca de 20%. “Isso equivale uma perda de receita anualizada da ordem de R$ 5bilhões”.

Demanda interna

Já nas vendas para o mercado interno o fabricante terá um acréscimo médio da ordem de 1,5% no seu custo sobre a receita líquida de vendas. “Inevitavelmente haverá mais perda no market share face ao bem importado,que resultaria em uma perda adicional na receita do setor de R$ 6bilhões”, ressalta José Velloso.

A reoneração poderá gerar ainda o fechamento de 19 mil postos de trabalho, ocasionada pela perda no mercado externo, e de 22.800 pessoas ocupadas no mercado interno, devido à perda de espaço no mercado nacional. “No total seriam mais 42 mil empregos perdidos, além das 80 mil vagas, aproximadamente, que o setor já fechou nos últimos quatro anos”.

Segundo Velloso, o governo brasileiro tem mostrado que não coloca como prioridade a exportação de bem de alto valor agregado. “O Brasil prioriza a exportação de bens primários ao invés de privilegiar a indústria que gera renda, emprego e que agrega valor na economia do país”.

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