O que fazer para que as crianças de hoje cheguem saudáveis aos 100 anos?
Um estudo global do renomado instituto The Economist (Intelligence Unit) foi apresentado em Darmstadt, Alemanha, há algumas semanas, durante o evento intitulado 100 anos saudáveis, as crianças estão preparadas?
A pesquisa mostra, entre muitas conclusões importantes sobre o futuro de nossas crianças, que os bebês que nascem hoje têm expectativa de vida de 107 anos. Essa constatação exige debate sobre aumento da longevidade e soluções para que as pessoas desfrutem do futuro com saúde.
O evento foi organizado pela empresa farmacêutica alemã Merck, uma das principais empresas globais de ciência e tecnologia. Para discutir as ações necessárias para um futuro saudável, a Merck reuniu especialistas e profissionais com sólida formação e experiência de campo de diversas organizações de renome como ONU, UNICEF, UNAIDS, Federação Mundial da Obesidade e McKinsey.
Graças à minha experiência à frente de organizações da sociedade civil que tratam de desenvolvimento saudável para as nossas crianças, fui convidada para representar o Brasil num dos painéis de discussão sobre os rumos para que as crianças se desenvolvam plenamente, aptas a viver mais de um século com saúde.
As principais conclusões do estudo do The Economist sobre o papel das escolas na vida saudável das crianças são:
Há pouca evidência de que os atuais programas educacionais das escolas estejam conseguindo deter os crescentes níveis de obesidade e distúrbios mentais.
Tenho mais de 25 anos de trabalho com políticas sociais e à frente de organizações da sociedade civil organizada, por isso explanei sobre as mudanças que vêm ocorrendo no Brasil na faixa etária escolar, com um contingente cada vez maior e mais precoce de crianças com sobrepeso e obesidade e, ao mesmo tempo, anêmicas.
Nas escolas e na vida dos brasileiros, a falta de atividade física, é mais um componente preocupante quando se pensa em 100 anos de vida.
Essa realidade, que está em total conformidade com a pesquisa da The Economist, leva-nos a refletir sobre quais seriam os caminhos a ser percorridos com urgência pela sociedade e nas políticas públicas para reverter esse quadro.
Penso que a solução passa por melhor educação, mais conscientização e acesso. Ainda que o Brasil seja um país de desigualdades extremas, é possível, com vontade política e apoio das comunidades, transformar a presente situação e brecar o escalonamento do problema.
Aumentar a ingestão de alimentos de qualidade, incluindo verduras e legumes no dia a dia e finais de semana, aumentar de três para cinco vezes as atividades físicas semanais, são ações simples que podem reverter o quadro da obesidade com anemia.
Saladas coloridas, legumes cortadinhos, não exigem tempo e as crianças passam a gostar. Atividades físicas não precisam de equipamentos caros ou elaborados, um jogo de peteca, pega-pega, roda, amarelinha - brincadeiras que se faziam e que se perderam na correria da vida atual.
Para os pais, brincar com os filhos é muito mais gostoso e saudável do que ficar na frente da televisão ou computador. Cabe destacar que os problemas da obesidade e os males que ela pode acarretar, também atingem os pais.
Se quisermos que nossas crianças cheguem aos 100 anos de idade com saúde, precisamos investir, agora, no cuidado com alimentação e em atividade física para eles. Quanto mais cedo os bons hábitos para uma vida saudável são estimulados, mais sólidos eles se tornam.
Joyce Capelli é Presidente e Diretora Executiva da Inmed Brasil
A pesquisa mostra, entre muitas conclusões importantes sobre o futuro de nossas crianças, que os bebês que nascem hoje têm expectativa de vida de 107 anos. Essa constatação exige debate sobre aumento da longevidade e soluções para que as pessoas desfrutem do futuro com saúde.
O evento foi organizado pela empresa farmacêutica alemã Merck, uma das principais empresas globais de ciência e tecnologia. Para discutir as ações necessárias para um futuro saudável, a Merck reuniu especialistas e profissionais com sólida formação e experiência de campo de diversas organizações de renome como ONU, UNICEF, UNAIDS, Federação Mundial da Obesidade e McKinsey.
Graças à minha experiência à frente de organizações da sociedade civil que tratam de desenvolvimento saudável para as nossas crianças, fui convidada para representar o Brasil num dos painéis de discussão sobre os rumos para que as crianças se desenvolvam plenamente, aptas a viver mais de um século com saúde.
As principais conclusões do estudo do The Economist sobre o papel das escolas na vida saudável das crianças são:
- As crianças de hoje serão menos saudáveis do que os adultos de hoje com mais de 65 anos quando atingirem essa idade.
- Problemas relacionados ao estilo de vida são susceptíveis de contribuir para doenças crônicas na vida adulta e já estão causando problemas de saúde entre as crianças.
- Nos cinco países estudados (África do Sul, Índia, Arábia Saudita, Alemanha e Brasil), as escolas se dedicam aos principais problemas detectados, como falta de exercício físico, por exemplo, mas ignoram os problemas de saúde mental de muitos jovens;
Há pouca evidência de que os atuais programas educacionais das escolas estejam conseguindo deter os crescentes níveis de obesidade e distúrbios mentais.
Joyce Capelli (à esquerda) representa o Brasil em evento na Alemanha.
Tenho mais de 25 anos de trabalho com políticas sociais e à frente de organizações da sociedade civil organizada, por isso explanei sobre as mudanças que vêm ocorrendo no Brasil na faixa etária escolar, com um contingente cada vez maior e mais precoce de crianças com sobrepeso e obesidade e, ao mesmo tempo, anêmicas.
Nas escolas e na vida dos brasileiros, a falta de atividade física, é mais um componente preocupante quando se pensa em 100 anos de vida.
Essa realidade, que está em total conformidade com a pesquisa da The Economist, leva-nos a refletir sobre quais seriam os caminhos a ser percorridos com urgência pela sociedade e nas políticas públicas para reverter esse quadro.
Penso que a solução passa por melhor educação, mais conscientização e acesso. Ainda que o Brasil seja um país de desigualdades extremas, é possível, com vontade política e apoio das comunidades, transformar a presente situação e brecar o escalonamento do problema.
Aumentar a ingestão de alimentos de qualidade, incluindo verduras e legumes no dia a dia e finais de semana, aumentar de três para cinco vezes as atividades físicas semanais, são ações simples que podem reverter o quadro da obesidade com anemia.
Saladas coloridas, legumes cortadinhos, não exigem tempo e as crianças passam a gostar. Atividades físicas não precisam de equipamentos caros ou elaborados, um jogo de peteca, pega-pega, roda, amarelinha - brincadeiras que se faziam e que se perderam na correria da vida atual.
Para os pais, brincar com os filhos é muito mais gostoso e saudável do que ficar na frente da televisão ou computador. Cabe destacar que os problemas da obesidade e os males que ela pode acarretar, também atingem os pais.
Se quisermos que nossas crianças cheguem aos 100 anos de idade com saúde, precisamos investir, agora, no cuidado com alimentação e em atividade física para eles. Quanto mais cedo os bons hábitos para uma vida saudável são estimulados, mais sólidos eles se tornam.
Joyce Capelli é Presidente e Diretora Executiva da Inmed Brasil
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