Tecnologia permite monitoramento da saúde do motorista por carro
Corpo e mente sã representam mais longevidade e mais qualidade de vida, por isso cuidados com a saúde são pauta diária de qualquer pessoa. Além disso, prevenir, tratar e monitorar doenças implica nas atividades cotidianas e, se isso não for feito, as consequências podem abranger muito mais aspectos do que podemos imaginar – um exemplo é o trânsito.
A cada nova geração, os veículos vêm equipados com mais recursos para tornar a condução mais segura. Freios de emergência, alertas de saída da pista e sensores de ponto cego já são realidade e novas contribuições importantes já estão em estudo. É o caso de sistemas de monitoramento da saúde do motorista.
O último relatório divulgado pela Polícia Rodoviária Federal em maio deste ano mostra que em 2020, das 394.482 pessoas envolvidas em acidentes ocorridos em estradas e rodovias monitoradas pela PRF no ano passado, mais de 42% estão ligadas a questões da saúde do motorista no momento da ocorrência.
Imagem: Pixabay
Os motivos são classificados pela agência como falta de atenção do condutor, ingestão de álcool, sonolência, visibilidade restringida, mal súbito e consumo de substância psicoativa pelo condutor.
Isso quer dizer que uma batida de carro, por exemplo, pode ser consequência de questões clínicas como fadiga, estresse, cansaço, déficit de atenção, comprometimento do raciocínio e perda de consciência relacionada a doenças cardiológicas e neurológicas. Ou seja, problemas na saúde do motorista não tratados ou controlados podem levar a um acidente e ser fatais, e isso é um assunto sério.
É por isso que pesquisas que desenvolvam maneiras de monitorar a saúde de quem dirige são tão importantes – protegem e, no futuro, podem permitir que mais pessoas possam pegar a estrada, ou seja, com diferentes diagnósticos.
Automóveis com tecnologia para cuidar dos motoristas
Sinônimo de qualidade quando se fala em indústria automobilística, a Alemanha traz um exemplo de como a tecnologia pode atuar como um verdadeiro anjo da guarda ao proteger motoristas em perigo. A companhia de engenharia veicular IAV, junto com o instituto de informática OFFIS e European Medical School Oldenburg-Groningen, ambos ligados à Universidade de Oldenburg, desenvolveram o Car That Cares.
O protótipo consiste em diferentes componentes integrados à arquitetura do veículo – o cinto que acompanha índices de saúde, um software com suporte da inteligência artificial instalado no veículo e uma infraestrutura de nuvem inteligente e segura.
Através destas ferramentas, o assistente digital é capaz de monitorar sinais corporais e transformá-los em ações que protegem o motorista e ainda evitam a ocorrência de acidentes em uma emergência médica.
O assistente digital baseia-se no cruzamento de dados sobre a saúde e a maneira como o condutor está dirigindo. Um wearable agregado ao cinto de segurança do motorista monitora a respiração, pulso, temperatura e índice de oxigênio no sangue, além de conectar o microfone.
Com alta segurança, os dados coletados são enviados à nuvem para compor o perfil para cada condutor. Um software analisa as informações obtidas e, ao identificar o comprometimento do controle da capacidade de dirigir, aciona o assistente para que ative gradualmente ações automáticas que visam proteger o motorista.
O software é capaz de registrar um grande número de situações de emergência e reagir de acordo. Ou seja, o assistente digital consegue entender a proporção do que se passa com o motorista e as medidas tomadas para blindá-lo são desempenhadas de acordo com essa escala.
Ao detectar uma leve falta de ar, por exemplo, alerta o condutor por meio do sistema multimídia. Já quando identifica algo mais sério, como perda de consciência, o sistema busca um local seguro para parar o veículo e inicia uma chamada ao serviço de atendimento de emergência.
Cuidado personalizado que beneficia a todos
Média de idade alta, uma doença pré-existente ou um mal súbito são situações com potencial de risco elevado e, quando inseridas no contexto do trânsito, a gravidade é ainda maior. Em casos de emergências médicas, um motorista que está dirigindo sozinho pode não ter tempo ou capacidade de pedir ajuda.
Além disso, corre o risco de se envolver em um acidente que pode, inclusive, vitimar também a terceiros.
Nesse sentido, dispositivos como o Car That Cares oferecem a possibilidade de proteção amplificada, já que é possível instalá-los em veículos de transporte de carga e de passageiros. Até o momento, os estudos contemplam riscos relacionados à respiração e potenciais infartos. Mas o assistente pode ser treinado para possibilitar a identificação e interpretação de ainda mais sintomas, como o nível de açúcar no sangue, por exemplo.
Por: Andreia Silveira, do site SeguroAuto.org.
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