Vistoria de saída, evite problemas ou questões financeiras com essas 11 dicas!
O inquilino deve arcar apenas com as avarias que não constam na vistoria de entrada e que não são causadas pela ação do tempo
O inquilino deve arcar apenas com as avarias que não constam na vistoria de entrada e que não são causadas pela ação do tempo
Com a pandemia de coronavírus, o mercado imobiliário viu o número de imóveis vagos aumentando nos maiores centros urbanos do país. As taxas registradas atualmente são superiores a 10%, percentual considerado ideal para equilíbrio de preços no mercado.
No estado de São Paulo, o índice de imóveis vagos encerrou o segundo trimestre de 2021 em 24,3%, segundo a AAIBC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo). Foi praticamente o mesmo percentual de junho do ano anterior.
No Rio de Janeiro, a oferta também está acima do normal. Há mais de 20% de imóveis residenciais disponíveis para aluguel, o maior índice desde 2016, principalmente no Centro, onde 37,6% dos imóveis estão vazios, conforme estudo divulgado pela administradora de condomínios Apsa referente a junho.
Embora a perspectiva seja de uma diminuição na quantidade de imóveis vagos a partir do segundo semestre, graças ao avanço da vacinação, o home office prolongado ou permanente e a crise econômica motivaram a saída dos inquilinos, em um movimento de deslocamento nas cidades.
Neste contexto, os inquilinos que estão deixando as habitações devem realizar a vistoria de saída do imóvel, que garante que a propriedade se encontra nas mesmas condições em que foi alugada. Esta atenção é essencial, mesmo se houver quebra de contrato de aluguel por parte do inquilino ou do locatário.
Como funciona a vistoria de saída
A devolução do imóvel na condição em que
foi alugado é uma obrigação prevista na Lei do Inquilinato:
“Art. 23. O locatário é obrigado a:
(...)
II - servir - se do imóvel para o uso
convencionado ou presumido, compatível com a natureza deste e com o fim a que
se destina, devendo tratá - lo com o mesmo cuidado como se fosse seu;
III - restituir o imóvel, finda a
locação, no estado em que o recebeu, salvo as deteriorações decorrentes do seu
uso normal;
(...)”
Esse mecanismo legal assegura os
direitos e deveres do inquilino e também do proprietário. Assim, reparos e
consertos, quando necessário, recaem sobre a parte responsável pelo dano.
A vistoria é feita cerca de uma semana
antes da finalização ou quebra do contrato de locação.
O laudo técnico de saída é comparado ao
de entrada, permitindo identificar se o imóvel continua nas mesmas condições em
que foi entregue ao locatário ou se será necessário algum reparo. Quando as
duas partes estiverem de acordo, o laudo é assinado e ocorre a finalização do
processo de locação.
Dicas para a vistoria de saída
Muitas controvérsias podem acontecer ao
desocupar um imóvel. Para evitar ser lesado neste momento, é preciso seguir
algumas dicas. Veja a seguir:
Faça a vistoria de entrada
A vistoria
de entrada não é discriminada pela Lei do Inquilinato,
razão pela qual, às vezes, ela deixa de ser realizada. O inquilino deve
solicitar à imobiliária que o processo seja realizado para que, na entrega do
imóvel, seja possível comparar os danos e evitar prejuízos indevidos.
Saiba o que é avaliado
Toda a estrutura do imóvel passa pela
vistoria. Isso inclui paredes, teto, piso, portas, janelas e vidros, além de
acessórios (suportes de toalhas, torneiras e afins), mobiliário e
eletrodomésticos da casa. São para estes itens que o morador precisa focar para
devolver a habitação em ordem.
Caso tenha havido mudanças elétricas e
hidráulicas devido a benfeitorias, os sistemas também precisarão ser
analisados.
Resgate os acordos sobre benfeitorias
As benfeitorias (obras de melhoria
não-essenciais) realizadas por aqueles que moram de aluguel precisam de
autorização prévia por escrito do locador.
Em alguns casos, antes de se mudar, é
preciso retirar a benfeitoria; em outros, o dono do imóvel permite que a obra
permaneça, dependendo do que for combinado quando da realização da benfeitoria.
Desocupe o imóvel
Para evitar que a vistoria precise ser
refeita, procure desocupar o imóvel antes da data marcada para o check up,
assim o proprietário e a imobiliária poderão observar todos os detalhes. É
fundamental retirar a mobília e os eletrodomésticos (exceto se eles pertencem
ao proprietário), bem como alimentos, louças e roupas dos armários.
Faça uma limpeza
Uma boa limpeza é capaz de solucionar
diversos estragos. Portanto, antes da vistoria, deixe o imóvel limpo, sem
poeira, manchas, respingos de tinta, entulho e restos de alimentos.
Faça uma boa pintura
A pintura costuma ser um dos principais
pontos de discussão entre as partes. A maioria dos contratos exige uma pintura
nova nas paredes, em tonalidade neutra, quando o imóvel é entregue.
Para evitar dor de cabeça, providencie
uma pintura de qualidade, sem falha de textura, irregularidade de massa corrida
ou falta de lixagem. O ideal é usar a mesma tinta da parede original ou
similar.
Atenção aos detalhes
Furos nas paredes precisam ser
preenchidos, interruptores e espelhos de tomadas devem estar limpos e bem
fixados e itens como suporte de toalha, torneiras, trinco da porta e afins têm
que estar inteiros - ou nas mesmas condições em que foram entregues.
Contrate um profissional
Se o morador não tem familiaridade com a
execução dos reparos necessários, a melhor solução é contratar um profissional,
que poderá fazer o serviço corretamente, sem necessidade de refações após a
vistoria.
Leve seus itens pessoais
Todos os pertences pessoais precisam ser
retirados do imóvel, até mesmo aqueles que o inquilino não quer mais, como um
calçado ou produtos de limpeza. Leve os itens para doação, pois eles não podem
permanecer na habitação.
Participe da vistoria final
A vistoria final vai avaliar se o imóvel
está condizente com o que é exigido no contrato. É importante que o locatário
acompanhe esse processo, uma vez que ele pode contestar alguma observação com
documentos e fotos comprobatórias.
Resolva com o diálogo
Se o locador apontar algum problema que
não é responsabilidade do inquilino, como um vidro rachado que já estava na
propriedade quando o contrato foi assinado, o diálogo é sempre a melhor
opção para se tentar chegar a um acordo.
Nessa situação, também é importante
apresentar as fotos do momento da entrada para comprovar que o estado do imóvel
corresponde àquele em que foi recebido no começo do contrato.
Respeitando estas dicas, será muito mais
fácil ser aprovado na vistoria. Depois disso, é só entregar as chaves e
regularizar os documentos para encerrar o ciclo no imóvel e permitir que ele
retorne ao mercado imobiliário.
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