Análise de dados revoluciona a cobrança de impostos no Brasil
* Por Ricardo Saponara
São Paulo, outubro de 2021 - Pesquisa do Gartner mostra que 36% dos
CIOs da área governamental planejam aumentar os investimentos em Inteligência
Artificial e Machine Learning. No Brasil, o setor público entendeu que, ao
examinar profundamente dados, é possível detectar problemas e descobrir novas
soluções para desafios sociais que anteriormente pareciam intratáveis. Em meio
às crescentes demandas por transparência tributária, o setor público tem
trabalhado no desenvolvimento de plataformas sofisticadas de análise de dados
para ajudar a aumentar a arrecadação de impostos, direcionar iniciativas e
aumentar a eficiência de suas organizações.
Quando pensamos no Brasil, existe uma
série de estruturas de impostos: sobre a renda, sobre o consumo e sobre a
produção, entre outros. Nesse contexto, existem diversos órgãos envolvidos na
cobrança, que são as Secretarias da Fazenda no âmbito municipal e estadual,
além das estruturas de arrecadação federal. Eles precisam ser muito proativos
no controle e na gestão de arrecadação de encargos, especialmente para buscar
situações em que existe uma clara evasão fiscal - como nos casos em que se
coloca mais carga dentro de um caminhão do que está descrito na nota, por
exemplo. Além disso, há a elisão fiscal, que acontece dentro das regras da lei,
mas com o máximo possível de manobras para se pagar menos impostos.
O que ocorre é que existe uma linha
muito tênue entre a elisão e a evasão, na qual diferentes interpretações levam
a uma situação onde ocorre a falta de pagamento de imposto. Neste caso, tanto a
Secretaria da Fazenda quanto a Receita Federal ficam atentas para conseguir
identificar brechas e cobrar o pagamento correto do imposto. Com isso, busca-se
evitar um déficit fiscal no governo.
Existe grande necessidade de
compartilhamento de informações de outros órgãos governamentais para com esse
órgão, que é responsável pela identificação de falta de pagamento de impostos.
Portanto, informações como a estrutura societária da empresa e seu histórico de
venda é muito importante para que esse perfil seja traçado e anomalias sejam
identificadas. Muitas Secretarias da Fazenda, em estados como Mato Grosso do
Sul e Rio de Janeiro, além do Ministério da Economia, já investiram no uso de analytics e modelos de machine learning para este
fim e estão obtendo ótimos resultados.
No entanto, é preciso reunir alguns
elementos para que isso ocorra, e ter um orçamento previsto para essas
atividades é um deles. Deste modo, é necessário saber quem exatamente são as
pessoas envolvidas nessa análise e quais os processos, para que o uso de analytics e resultados sejam
entregues com a maior clareza possível. Imagine quão fácil seria se, em vez de
a Receita ter uma atitude mais reativa e esperar o nosso envio de informações
para fazer o processo, pudesse elaborar previamente e proativamente grande
parte da nossa declaração por já ter recebido as informações das empresas
relacionadas à nossa vida financeira. Isso traria grandes eficiências para o
próprio governo.
Apesar desta operação totalmente
amparada por analytics
ainda não ser uma realidade no setor público, estamos em um ponto de virada.
Cada vez mais órgãos governamentais estão sendo pressionados para baixar
impostos, ou pelos menos não criar novos impostos. E com o teto dos gastos, não
podem gastar mais do que o previsto. Assim, o trabalho de arrecadação tem que
ser otimizado, para que governos possam arrecadar o máximo possível de maneira
justa.
Neste cenário, a análise avançada de
dados é um grande aliado, que auxilia na estruturação para a atual evolução
tributária que está sendo discutida. Para transformar algo, é importante ter um
bom conhecimento de todas as variáveis de possibilidades. Quando falamos de
impostos, analytics
possibilita justamente isso.
* Ricardo Saponara é Líder de prevenção
à fraude para América Latina no SAS
Sobre o SAS
O SAS é líder global em Analytics e a maior empresa de software de capital fechado do mundo. Fundada em 1976, suas soluções são usadas em mais de 80 mil empresas em todo o planeta, incluindo 93 das top 100 companhias listadas na Fortune Global 500. No Brasil, o SAS está presente desde 1996 com escritórios em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF), atuando em setores como finanças, telecomunicações, varejo, energia, governo, educação, entre outros. A empresa também é mundialmente reconhecida por suas boas práticas de Recursos Humanos, inclusive no Brasil, onde foi incluída seis vezes consecutivas entre os três melhores empregadores do país pelo ranking Top Employers Institute. Confira o site: www.sas.com/br
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