Cartão de crédito é um grande vilão?
*Por Ricardo Maila Hiraki
O desenvolvimento
econômico de muitos países se baseia no crédito e consumo que sua população
realiza, e talvez o maior símbolo da sociedade nas últimas décadas seja o
cartão de crédito.
Em estudos americanos
existem basicamente dois grupos de clientes que utilizam esse meio de
pagamento.
Em um primeiro grupo,
que representa metade dos usuários, temos as pessoas que pagam as faturas
mensais em dia e não pagam juros adicionais, porém todos os seus consumos geram
um custo para os vendedores de 1.5% até 3.5%, o que eleva os preços a todos os
clientes.
Do outro lado, existe
uma outra metade de compradores que deixam de pagar a fatura em dia e consomem
juros adicionais, além da transação de compra.
Assim, o cartão de
crédito adiciona na média dos preços dos produtos e serviços aproximadamente
8%.
Emissores de cartões de
crédito querem fugir daqueles clientes que não podem pagar, mas querem estar
muito próximos daqueles que são bons pagadores, mas que eventualmente se
desorganizam e pagam juros adicionais, e é nisso que apostam usando várias
técnicas.
Técnicas do cartão de
crédito
As principais
estratégias para o lucro com o cartão de crédito, são fáceis de identificar.
Por exemplo, as versões
de cores dos cartões, afinal, esse é um modo de mostrar status social e de
pertencer a um grupo.
Dessa forma, os cartões
black se tornaram desejados e é um modo de gerar mais consumos.
Além disso, temos
também o programa de pontos gera uma sensação de estar ganhando algo que não
teria.
Porém, a tática gera um
gatilho para atrair as pessoas que muitas vezes deixam de resgatar ou então os
custos de anuidades superaram os prêmios.
Outro ponto a observar
é que, no Brasil criamos uma armadilha adicional: a oportunidade de parcelar
compras.
Se já era um desafio
conseguir controlar o consumo sem ver o dinheiro sair da conta e com o
pagamento em 30 dias depois, imagine parcelando diversas compras? Os riscos de
um desequilíbrio só tendem a crescer.
Consequências e
cuidados do crédito
Quando pensamos do
ponto de vista social, o cartão de crédito se tornou mais um gerador de
desigualdade social.
Afinal, consumidores
mais simples têm menos benefícios e maiores riscos de inadimplir, ficando
presos aos juros, porém consumidores com maior renda têm mais benefícios e
caminhos mais sólidos para não se endividar.
Enquanto isso, as
empresas de cartões de crédito e meio de pagamento lucram centenas de bilhões
de reais ao ano.
Mas como combater isso?
Educação financeira é a solução.
Lembre-se de se
planejar e estabelecer seus limites em todo começo ou fim de mês, para assim
conseguir visualizar o seu fluxo mensal.
Além disso, é
importante avaliar seu comportamento e saber identificar suas dificuldades, e
se for o caso, não tenha um cartão de crédito para emergências, mas sim uma
reserva própria.
Sobre Ricardo
Hiraki
CEO e co-founder da
Plano Fintech, também sócio da agência de marketing digital Oca11. É
administrador e pós-graduado pela FGV e Mackenzie e foi Head de Gestão
Financeira por quase dez anos no mundo corporativo. Tem como objetivo levar
saúde financeira ao máximo de brasileiros através da startup e visitar mais de
150 países.
Sobre a Plano
Criada em 2018, a Plano
é uma fintech de educação financeira que oferece soluções financeiras para
pessoas que querem melhorar sua relação com dinheiro. Por meio de uma plataforma
digital, eles desenvolvem um planejamento financeiro e auxiliam seus usuários a
enxugarem excessos e encontrarem estratégias para diminuir custos e despesas. A
empresa atua em mais de 590 cidades do Brasil, com mais de 40 profissionais
altamente qualificados em seu time. Para mais informações acesse: https://planofp.com.br/ ou pelas redes
sociais @planofp
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