Como acelerar a descoberta para enfrentar as mudanças climáticas
Por Tonny Martins, Gerente Geral IBM América
Latina
De acordo
com um estudo da Organização Meteorológica Mundial¹, a América Latina é
projetada como uma das regiões do mundo onde os efeitos e impactos das mudanças
climáticas, como ondas de calor, diminuição da produtividade agrícola,
incêndios florestais, esgotamento de recifes de coral e os níveis extremos do
mar, serão mais intensos. À medida que esses impactos se tornam mais frequentes
e pronunciados, os cientistas e inovadores estão na vanguarda da busca de
soluções para ajudá-los com seus objetivos de mitigação e adaptação, e os
líderes empresariais estão se tornando mais conscientes de seu papel conforme
as empresas se tornam uma parte importante dessa equação.
Esses
desafios não podem ser resolvidos com métodos desatualizados. Precisamos
trabalhar juntos para acelerar o progresso científico usando novas metodologias
e tecnologias como IA, robótica, computação quântica, computação de alto
desempenho (HPC) e uma abordagem de nuvem híbrida. A mudança climática é uma
preocupação séria que requer ação oportuna e significativa em nível global,
portanto, promover a colaboração e aproveitar a criatividade de todo o
ecossistema de inovação global é fundamental.
Para ajudar
organizações e governos a lidar com as mudanças climáticas, a IBM promove três
abordagens principais para fazer a diferença no futuro:
• Promover
a colaboração em todo o ecossistema: promover a colaboração é essencial,
nos comprometendo com projetos que reúnam um ecossistema ampliado de
universidades, startups, centros de pesquisa e nossos clientes na América
Latina para criar novas soluções que melhorem a qualidade de vida de todas as
pessoas. Recentemente foi inaugurado o Centro de Pesquisa em Inteligência
Artificial do Brasil, parceria
entre IBM, Universidade de São Paulo (USP) e Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo (FAPESP), apresentando avanços nos trabalhos acadêmicos e
pesquisas de ponta em IA para resolver problemas de grande impacto social e
econômico. Um dos projetos que está sendo desenvolvido é um agente virtual que
dominará todo o conhecimento existente sobre a Amazônia Azul, uma vasta região
do Oceano Atlântico na costa brasileira, rica em biodiversidade e recursos
energéticos. É o primeiro conjunto de dados de perguntas e respostas em grande
escala em português e inglês que visa fornecer informações sobre o ecossistema
marinho.
•
Fortalecer a inovação de diferentes pontos de vista: equipes diversas veem o mesmo tópico de
diferentes perspectivas, têm uma melhor compreensão do propósito e se adaptam
às mudanças com mais facilidade. Isso estimula a criatividade e a inovação,
abrindo o leque para novas soluções possíveis. Esta é uma das razões pelas
quais desenvolvedores, cientistas de dados, profissionais de UX, professores,
estudantes, especialistas em meio ambiente e mudanças climáticas, indústrias e
políticas públicas são pessoas-chave a serem incluídas nas equipes de
cocriação. Hoje, vemos diversas equipes colaborando por meio de iniciativas
como a Call for Code, buscando as melhores ideias e aplicativos de
código aberto para ajudar a lidar com os efeitos das mudanças climáticas. Por
exemplo, um dos finalistas regionais de Call for Code na América Latina, a SpecWater, desenvolveu uma solução que analisa o
espectro de luz dentro de uma amostra de água coletada por um dispositivo IoT
para ajudar a monitorar a qualidade da água.
• Tecnologia
em ação, IA e nuvem híbrida para criar um futuro seguro e sustentável: os desafios de hoje exigem uma abordagem
holística que permita às empresas gerenciar melhor os relatórios e a
conformidade ambiental, gerenciar seus negócios com mais eficiência para
reduzir o consumo e planejar o impacto climático em suas estratégias de longo
prazo. Recentemente, anunciamos o IBM Environmental Intelligence Suite, um
conjunto de software que combina novas inovações de IA e automação desenvolvidas
pela IBM Research, com nossas tecnologias de análise de dados meteorológicos e
geoespaciais, para ajudar as organizações a se preparar e responder aos riscos
meteorológicos e climáticos, incluindo como prever e se adaptar a condições
climáticas adversas, bem como recursos de contabilidade de carbono para
ajudá-los a quantificar com precisão sua pegada de carbono, enquanto avaliam
melhor seu próprio impacto no meio ambiente. Por exemplo, isso poderia ajudar
os varejistas a usar a análise de risco climático para proteger locais de
armazenamento no futuro, ou empresas de energia e serviços públicos que
poderiam prever onde fortalecer a infraestrutura crítica para evitar o colapso.
As mudanças
climáticas são uma realidade e é preciso trabalhar de forma coordenada para
aproveitar todas as inovações disponíveis no ecossistema para ajudar a resolver
os desafios mais urgentes que temos como sociedade. A América Latina tem o
talento e a tecnologia para desenvolver soluções hoje que beneficiam nosso
presente e futuro, e as empresas precisam fazer dessa discussão uma prioridade
e tomar medidas reais para se comprometer com a mudança.
¹ Report on the State of the Climate in Latin America and the Caribbean 2020
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