Mês das Crianças: O momento ideal para conversar sobre educação financeira infantil
Especialista em bem-estar financeiro traz 5 dicas para auxiliar os pais neste momento de compras
Por estarmos no mês das crianças, a especialista em bem-estar financeiro,
Rebeca Toyama, aproveita para alertar os pais sobre o momento
ideal para iniciação da educação financeira infantil. Por muitas vezes, as
crianças recebem mesadas e até presentes em forma de dinheiro, mas os pais e
responsáveis nem sempre sabem como iniciar essa conversa tão importante que
pode impactar indiretamente na vida adulta de cada criança.
Segundo uma pesquisa realizada pela CNC
o número de brasileiros endividados bateu recorde: 74% têm alguma dívida. Em
comparação com agosto (72,9%) e setembro de 2020 foram registrados cerca de
67,2%, portanto, esse foi o recorde para a pesquisa iniciada em 2010.
Já o Banco Central do Brasil (BC) junto
ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos, do Ministério da Justiça, criou o
programa ‘Aprender Valor’ que visa ensinar educação financeira aos alunos do
ensino fundamental de escolas públicas. A fase piloto se iniciou em 2020, e a
partir deste ano essa iniciativa entrou em fase de expansão nacional,
possibilitando que outras escolas tenham acesso aos recursos do programa.
Para a especialista, é importante que
exista programas de incentivo à educação financeira, mas entende que seja
necessário uma estratégia de engajamento e comunicação, porque são poucos os
brasileiros que têm acesso, somente aqueles que procuram.
“É de extrema importância tratar da
educação financeira no contexto escolar tendo em vista os impactos na vida
individual e coletiva causados pelo modo como as pessoas lidam com o consumo e
com os recursos financeiros. Levar o tema para dentro das salas de aula tem
como principal desafio o próprio desconhecimento do professor sobre o tema.
Essa lacuna existe na formação profissional não apenas dos educadores, como
também de psicólogos ou médicos que não são preparados para acolher essa
temática em aula ou em práticas clínicas. ”, comenta Rebeca Toyama,
especialista em bem-estar financeiro.
Além do trabalho dentro das escolas, a
especialista alerta que esse também é um dos papéis dos pais em trazer esse
assunto para a vida dos pequenos, pois quanto mais cedo maior será a
consciência em relação ao dinheiro.
“Precisamos ser um bom exemplo para os
filhos, pois eles veem os pais como referência e estão sempre observando seu
comportamento. Na vida financeira, a tranquilidade e liberdade é desejável, mas
o mais importante é que os filhos participem do orçamento doméstico para
começar a entender a dinâmica do fluxo de caixa”, alerta, Rebeca.
E como iniciar a educação financeira na
vida dos pequenos?
É preciso respeitar cada faixa etária
para se iniciar a educação financeira infantil, e neste processo é de extrema
importância as famílias inserirem esse conteúdo nos momentos familiares, como
uma simples conversa e brincadeiras lúdicas que possam mostrar o valor do
planejamento financeiro, além dos bons exemplos que os pais e familiares deixam
para as crianças, muitas vezes sem eles perceberem.
Inserir algumas práticas como mesadas e
ensinar como usar é de grande relevância para esse momento. E o mês das
crianças pode ser uma excelente oportunidade de ensinar a escolher o presente
ou lidar com o dinheiro recebido da família.
“Mostrar para a criança que parte daquele valor é para prazer imediato, mas uma
outra parte é necessário guardar para algo que essa criança queira e que custe
mais do que ela recebe por mês ou por ano. Assim já ensinamos que as dívidas
não são legais e que guardar dinheiro é questão de planejamento. E quando mais
velho podemos ensinar coisas de longo prazo: ‘vamos guardar esse dinheiro para
sua faculdade, primeiro carro ou apartamento’, por exemplo. Então, dessa forma,
a criança aprende que o dinheiro traz prazer imediato, mas também traz
resultados a médio e longo prazo”, explica a especialista.
E para auxiliar as famílias de forma
prática, Rebeca Toyama,
apresenta 5 dicas de como aplicar a educação financeira infantil.
- Comece o quanto antes inserir
esse tema junto aos filhos, respeitando a demanda de cada faixa etária;
- Traga leveza e aborde o assunto
de forma integrada com estudos de matemática, calendário de eventos,
principalmente, aqueles que a criança ganha, pede ou dá presentes;
- Insira o tema fluxo de
caixa mostrando o equilíbrio entre entrada e saída e que o mais saudável é
que primeiro o dinheiro entre para depois sair;
- Sente para planejar o orçamento
da criança, os aprendizados aqui vão além da educação financeira, pois é
uma oportunidade de a criança aprender a mágica do tempo;
- Seja um bom exemplo de
bem-estar financeiro, essa é a dica mais importante de todas, mamíferos
que somos, aprendemos com o que observamos. Cuidar de seu orçamento
doméstico em conjunto com a família é melhor forma de transmitir esse
conhecimento aos filhos.
Sobre Rebeca Toyama
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