De pesquisador a empreendedor: como desenvolver uma empresa no setor da saúde?
Por Paulo Humaitá, CEO da Bluefields
A cada ano surgem novas healthtechs,
empresas de base tecnológica voltadas para o setor da saúde. Segundo a
Associação Brasileira de Startups, o número de empresas que atuam na categoria
de saúde e bem-estar chega a 396, sendo esse o terceiro maior setor de atuação
de startups no Brasil.
Healthtechs são ótimos negócios para
melhorar a qualidade de vida das pessoas e muitas vezes demandam uma etapa de
validação mais robusta do que a maioria das startups. É estratégico que um
pesquisador esteja à frente das empresas desse setor, já que pesquisas e
análises científicas são a base para o desenvolvimento desse empreendimento.
Portanto iniciar uma healthtech não é nada fácil, mas com algumas orientações
essa ideia pode ser tirada do papel.
Identificar o tipo de negócio
O primeiro passo para começar a
empreender é entender qual o problema que você quer resolver. Há inúmeras áreas
que possibilitam a criação de um novo negócio e é imprescindível a organização
dessas ideias.
Compreender profundamente as hipóteses
iniciais do negócio, até mesmo nos moldes de uma nova pesquisa científica, é
algo essencial ao empreendimento e deve ser discutido antes mesmo da empresa
começar. Essas hipóteses precisam ser colocadas à prova a partir de testes de
mercado. Essa preparação ajuda o empreendimento a capturar valor até deixar a
solução atraente para o mercado.
Pilares de sucesso
Quais os fatores que podem fazer desse
projeto um sucesso? Quantas vidas essa healthtech consegue impactar? Quais os
diferenciais da inovação na área? Como a solução será validada tecnicamente e
mercadologicamente? Saber as respostas dessas perguntas é essencial para
iniciar.
Além disso, é essencial saber quais são
os riscos desse desenvolvimento tecnológico. Uma saída é aproximar o projeto do
mercado antes de dar início ao desenvolvimento para saber se a ideia é
interessante. Para isso, é interessante o uso de MVP (produto minimamente
viável, em inglês) que consegue validar o potencial de uma ideia antes que seja
investido muito dinheiro e tempo. Investir em relacionamento com potenciais
parceiros que ajudem a viabilizar a entrada dessa primeira solução no mercado é
um ativo que funciona muito para startups que não possuem uma grande rede à sua
disposição.
Rede de colaboradores
Uma pessoa pode ter uma ideia genial de
negócio, mas é praticamente impossível dar vida à ela se for sozinha. Inovações
que dão certo são resultados de um time de founders com habilidades
complementares.
Startups compostas somente por
pesquisadores, o famoso “time do lab”, acabam tendo muitas dificuldades quando
sentem ausência de características empreendedoras necessárias, além da
capacidade técnico-científica. Saber dialogar com grandes empresas, modelar
negócios, negociar com clientes e investidores, por exemplo, são skills
indispensáveis para alavancar uma startup.
Não tenha medo de iniciar
Iniciar um novo negócio pode parecer
assustador para muita gente, principalmente para pesquisadores que nunca
fizeram isso antes. Porém é importante entender que aos poucos tudo vai se
encaixando.
Comece estruturando o tipo de negócio,
pense nos pilares de sucesso e nos diferenciais, busque por profissionais
capacitados e que consigam colaborar com o negócio da melhor maneira e não
tenha medo de dar o primeiro passo.
Além disso, buscar ajuda de pessoas que
já trabalham com algo parecido com o seu projeto pode ser uma boa ideia. Essas
pessoas já passaram por várias etapas e poderão auxiliar de alguma forma.
Aproximar-se de pessoas que sabem como gerenciar uma empresa pode ser uma ótima
alternativa também, já que gerir um empreendimento pode ser mais trabalhoso do
que o esperado.
Outro ponto importante é a colaboração
entre grandes empresas e startups nos programas de inovação. Na Bluefields,
aproximamos empreendedores das startups, grandes empresas e mentores da área de
biodigital (saúde, alimentação, agronegócio, etc) e, ainda, acompanhamos de
perto a evolução de cada startup, auxiliando na implementação de métodos que
aceleram a execução, além de conectar essas empresas a investidores.
Por fim, ser um pesquisador não é um
impedimento para empreender. Na verdade, é uma ótima ideia, já que cada vez
mais healthtechs surgem no país e quanto mais aproveitamos a chance de usar a
tecnologia para impactar positivamente na saúde, mais a sociedade ganha.
Sobre a Bluefields
Desde 2016 a Bluefields impulsiona
startups ao oferecer soluções para as diferentes etapas da jornada: validação,
aceleração de startups e inovação corporativa, especialmente nos setores da
Convergência Biodigital (agronegócio, saúde e alimentos), Nanotecnologia e
Educação. Com cerca de 200 startups aceleradas, possui programas como o Sparks
para empreendedores iniciantes, e o Biodigital Startups, para empresas dos
setores de agro, alimentos e saúde que desejam fazer inovação aberta com
startups. Ao acelerar, a Bluefields cumpre a missão de transformar vidas
através do empreendedorismo, porque afinal, as startups de hoje são as grandes
corporações do amanhã.
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