Food Chaining: 4 técnicas práticas para inserir novos alimentos
Seu filho não come? Aprenda a aumentar o
cardápio
O pesadelo de toda mãe é aquele período
que a criança se recusa a comer praticamente todos os alimentos. Além das
opções ficaram extremamente restritas, o fantasma dos problemas nutricionais
começam a pairar e aí o medo não nos faz enxergar como é possível mudar o
quadro da recusa e seletividade da criança.
Para ajudar vocês nessa jornada,
compartilho dicas que utilizei com minha filha, minha principal motivação para
trabalhar nesse universo e que também aplico na clínica com meus pacientes.
Por isso, deixa o medo de lado,
arregasse as mangas e convide seu filho (a) para preparar com você as refeições
e veja a mágica acontecer.
As técnicas abaixo são baseadas no food
chaining, um método utilizado em todo mundo e criado pelas fonoaudiólogas
americanas Cheri Fraker e Laura Walbert para pessoas e crianças com extrema
seletividade alimentar.
Crianças que não aceitam alimentos
sólidos, apenas pastosos, como sopa.
Dica: sempre partir de um alimento que a
criança goste e aceite com facilidade para inserir outras opções.
Neste caso, usamos muito a estrutura
sensorial.
1- Separar a sopa de sabor único em
dois, dividindo os ingredientes para diferenciar os sabores (cuidado aqui para
não criar receitas muito distintas no sabor);
2 - Aos poucos, comece a separar
os ingredientes variando os sabores, diminuindo a quantidade de ingredientes em
cada receita até o que até que chegue no momento em que estejam separados por
sabores únicos;
Durante o processo é importante observar
o que a criança mais gosta para fazer a mistura do alimento que quer inserir.
Transição do purê de frutas para a
fruta picada para estimular a ingestão de alimentos mais sólidos e a
mastigação.
Dica: Comece pela fruta que a criança
mais gosta para facilitar o processo.
1- Ofereça a fruta em purê;
2- Comece a preparar o purê menos
pastoso e mais rustico, evitando processa-lo tanto. Neste momento é importante
dedicar mais tempo para a refeição;
3- Prepare a fruta com uma textura mais
grossa e pedacuda. Esse processo sensorial é muito importante para criança
identificar a textura da fruta;
4 – Nessa fase, aposente o processador e
ofereça a fruta raspada. Você pode optar por raspa-la antes ou na frente da
criança, enquanto serve;
5 - Faça a transição para pedaços
pequenos ou chips de fruta e permita que a criança explore o alimento com as
próprias mãos;
Apresentação de uma nova proteína
(frango para peixe)
Dica: Proteínas possuem texturas
diferentes, principalmente pelo preparo, por essa razão, é importante que ela
identifique o aroma e sabor em outras apresentações.
1 – Apresente isca de frango e permita
que a criança tenha contato sensorial (como o frango não tem uma cor muito
atraente e um sabor suave, capriche no sabor e coloração);
2 - Ofereça file de frango (opte por
cortes pequenos ou médios para que ela associe com o aspecto das iscas);
3- Ofereça frango empanado. Esse é um
prato que a criança tende a aceitar com facilidade e é uma ótima estratégia
para a transição;
4 – Prepare nugget de peixe empanado e
ofereça. Procure não diferenciar muito o tempero;
5- Volte ao início e prepare isca de
peixe. Faça o corte parecido com o do frango;
Associar um sabor novo a um conhecido. A
estratégia do suco é bem legal.
Dica: Neste caso a cor é bem importante,
por isso, explore a experiência sensorial da visão. Para os sucos, use a
laranja como base.
1- Convide a criança para selecionar os
alimentos que mais agradam a criança. Coloque cenoura, beterraba, espinafre,
para que ela escolha as cores;
2 - Envolva a criança no processo de
preparo, desde a lavagem até o momento de processar as frutas;
3 - Separe os sucos por cor e sugira que
a criança escolha as cores para os integrantes da família, incluindo ela.
Repita o processo com frequência.
A introdução alimentar é um momento
muito especial entre pais e filhos e criam conexões incríveis, desde o preparo,
até o momento da refeição, por isso é importante incluir as crianças em todos
os processos, pois além da familiaridade que a criança cria com o alimento,
também reserva momentos incríveis e afetuosos.
Gostou das dicas? Experimente criar
novas formas de interagir com seu filho. Não se esqueça de promover e preparar
um ambiente agradável para as refeições em família.
Dra. Carla Deliberato (Fonoaudiologa);
Carla Deliberato é fonoaudióloga
dedicada ao estudo e tratamento de recusa e seletividade alimentar. Desde 2019
Carla lidera uma clínica especializada em São Paulo – a Care Materno Infantil
conta, além da fonoaudiologia com uma equipe de nutricionista, psicologia,
neurologista, gastroenterologia, endocrinologista, psiquiatra e pediatria
dedicados a atender crianças de 06 meses à 12 anos
Estudou com referências mundiais
no assunto como Kay A. Toomey, PhD, e Erin S. Ross, PhD, no Instituto Fleni, em
Buenos Aires no curso “Assessment and Treatment Using the SOS Approach to
Feeding”, e Suzanne Evans Morris, PhD, no Neurofuncional Chile, em
Santiago com o curso “Feeding The Whole Child- A Mealtime Approach”.
Para conhecer o trabalho da Dra. Carla
Deliberato (CRFa 2-13919 ) acesse:
https://fonocarladeliberato.com/
https://www.facebook.com/fonocarladeliberato/
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