MS à frente da COP 26
Por Alessandro
Coelho – Pres. do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho
Diante de
todas as propostas concretas apresentadas na COP 26, que acontece em Glasgow
neste ano, podemos afirmar que a agropecuária sul-mato-grossense, está à frente
das discussões ou, no mínimo, em consonância às exigências do mundo.
Enquanto se
discute a valorização daquelas que preservam a matas nativas, com pagamentos
por serviços ambientais, temos casos concretos já em execução em propriedades
rurais da capital e do Pantanal. E técnicas de neutralização de emissão de
carbono, na pecuária e na agricultura, desenvolvidas pela Embrapa e outras
entidades de pesquisas, já são aplicadas há alguns anos em MS, com resultados
positivos.
E nosso
estado tem um formato de atuação específico, que contribui bastante com que o
agro, se desenvolva de maneira sustentável e legal. Aqui as ações são
desenvolvidas em união com o executivo estadual, entidades representativas,
empresas de pesquisa e a ponta, que é o produtor rural, e todas são pensadas e
executadas levando em contato o tripé sustentável, que considera o ambiental,
social e econômico.
Exemplos
dessas operações está na meta do Governo de MS de neutralizar a emissão de
carbono até 2030. Para que isso se concretize, há um empenho e forte
investimento em ciência, posteriormente há também a apresentação dessas
questões, de forma direta, ao produtor rural, dentro da porteira. Essa
aplicação, quase que instantânea, nos coloca à frente de outros estados e
países, que ainda buscam alternativas, para se comprovarem sustentáveis.
Cito três
iniciativas que comprovam essa celeridade do produtor rural sul-mato-grossense,
diante dos demais estados, quanto as metas ambientais. A primeira delas é a
prática do plantio direto e as integrações entre diferentes culturas, (ILPF),
bastante usual entre propriedades rurais, capazes de sequestrar o arroto do
boi, ou de sequestrar e fixar o carbono no solo, atingindo o objetivo que muito
ainda nem traçaram.
Na sequência,
na pecuária, temos o PSA – Pagamento por Serviços Ambientais, que tem sido
bastante discutido pelo Governo Federal, e que de certa forma, já é praticado
por aqui. É o caso do Programa Carne Sustentável do Pantanal, em que o
pecuarista recebe desconto do ICMS, por se dedicar a uma pecuária que se
sobressaia à legislação ambiental (uma das mais rigorosas do mundo).
Na capital, o
Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho, é integrante do Conselho
Gestor da Área de Proteção Ambiental dos Mananciais do Córrego Guariroba (APA do
Guariroba), uma iniciativa que faz pagamentos àqueles que preservam rios que
abastecem a cidade, esses são produtores rurais, que de certa forma, produzem
água.
São exemplos de que estamos no caminho, e destaco que iniciativas como a retirada da vacina contra aftosa e a valorização da carne originada no Pantanal, abrirão mercados novos e criam um nicho para nossa proteína, de forma que possamos avançar, tornando-nos fornecedores de carne sustentável, atendendo demandas de crédito carbono e buscando os pagamentos por serviços ambientais (já sancionado pelo poder executivo), dinamizando a renda do produtor rural sul-mato-grossense, pagando quem preserva.
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