Semana Nacional do Doador de Sangue
Doadores
voluntários salvam vidas em gesto de amor e solidariedade ao próximo
A médica hematologista da Fundação São Francisco
Xavier, Gabriela de Luca Oliveira/Crédito: Divulgação FSFX
O
consultor de telecomunicações, Luiz Carlos Pereira, 58 anos, é um exemplo de
amor e dedicação ao próximo. Apoiador de campanhas de fraternidade, ele dedica
parte do seu tempo a arrecadar recursos e mantimentos para pessoas carentes,
além de visitar hospitais. Há mais de 15 anos ele também se tornou um doador de
sangue voluntário e um grande divulgador da importância da doação. Neste mês de
novembro ele está comemorando seu aniversário (20) fazendo o que mais gosta.
Ele participa de mais uma campanha do Dia Nacional do Doador de Sangue
Voluntário, celebrado em 25 de novembro.
“Doar
sangue para mim já é um hábito, uma ação natural e normal. É uma contribuição
como cidadão, como ser humano. Eu tenho muita satisfação em doar um pouco do
meu sangue e saber que estou contribuindo para salvar vidas. É uma causa que eu
faço questão de propagar. Sempre peço a amigos e parentes para também doarem.
Doar sangue é um processo simples, rápido e indolor. Não há o que temer”,
incentiva.
O
consultor lembra que doou pela primeira vez para um amigo e não parou mais. “Um
amigo iria passar por uma cirurgia na Santa Casa e precisava de doação de
sangue. Eu me prontifiquei a ir doar e foi neste momento que percebi a
importância da minha ação. Os hemocentros precisam de voluntários para manter o
estoque necessário para muitas pessoas. Dali em diante eu doo regularmente,
umas quatro vezes ao ano”. Atualmente o consultor, que reside na cidade de
Cubatão, é doador no Hospital de Cubatão.
Ação
do sangue
O
sangue tem papel fundamental para o funcionamento do corpo humano. “Por mais
que a medicina e a ciência estejam avançados, não há nada que substitua ou faça
o papel do sangue. É ele quem leva oxigênio para os tecidos, defende nosso
organismo contra infecções e é responsável pela coagulação. Por isso é tão
importante contar com a ajuda de doadores voluntários”, diz a médica
hematologista da Fundação São Francisco Xavier, Gabriela de Luca Oliveira.
A
especialista explica que uma pessoa tem cerca de cinco litros de sangue no
corpo e em uma doação ela chega a doar até 450 ml. “Não existe prejuízo para o
doador. O corpo humano repõe esse volume em cerca de 24 horas. A gente
costuma falar que é pouco para quem doa e muito para quem recebe”.
O
sangue é um componente fundamental para muitas pessoas em tratamento ou em
situações de risco, além de apoiar em procedimentos médicos e cirúrgicos.
“Todos os dias temos nos hospitais diversas situações em que são necessárias as
transfusões de sangue, sejam elas de feridos em emergências de todos os tipos,
traumas, acidentes ou mesmo quem vai passar por uma cirurgia. Receber uma
doação de sangue nestes casos é vital para salvar a vida dessas pessoas”.
Rede
do Bem
Para
agradecer a voluntários como Luiz Carlos e conscientizar mais pessoas sobre a
importância da doação de sangue, além de informar sobre todo o processo, é
celebrado anualmente o Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue.
Muitos hemocentros pelo país, ainda realizam a semana Nacional do Doador de
Sangue, que, neste ano de 2021, será de 22 a 27 de novembro.
No
Brasil, cerca de 1,8% da população é doadora de sangue. Em países da Europa,
esse índice chega a 5%. A hematologista lembra que no momento mais crítico da
pandemia, o volume de doações chegou a cair 50%. “Tivemos um período muito
difícil ainda neste ano. Muitas pessoas tiveram receio de ir até os
hemocentros. Mas estávamos preparados. O banco de sangue do Hospital de
Cubatão, por exemplo, chegou a ligar para muitos doadores, seguimos rígidos
protocolos de segurança com máscara, álcool em gel e distanciamento. Com o
avanço da vacinação e o retorno dos doadores, esta situação está se
normalizando”.
Segundo
a hematologista, todo o procedimento que envolve uma doação e coleta de sangue
segue rígidos padrões. “Fazemos uma testagem da amostra do sangue doado para
verificar a qualidade dele e o tipo. Existem mais de 300 tipos de sangue, mas
tudo é verificado e analisado. Além disso, o doador passa por uma triagem, um
processo de entrevista para termos mais informações sobre a vida dele e
segurança”.
Quem
pode doar
A
hematologista explica que para ser um doador é preciso ter uma vida saudável e
idade entre 16 e 69 anos. Para os menores de 18 anos, é necessária uma
autorização de responsáveis legais. O candidato a doador também deve pesar mais
de 50k. No dia da doação, ele estar descansada e ter se alimentado normalmente.
Outro ponto importante é não ter ingerido bebida alcóolica nas últimas doze
horas.
Luiz
Carlos é um doador consciente dos bons hábitos de vida. “Eu tenho uma
alimentação saudável, não fumo, bebo socialmente e gosto de praticar esportes”,
conta. Ele conta que além de ajudar outras pessoas, a doação de sangue também o
tranquiliza em relação a sua boa saúde. “Quando doamos, o nosso sangue passa
por testes e é como fazer um check-up. É sempre bom estar com os exames de
sangue em dia”.
Fatores
de risco
Apesar
de grande parte da população estar apta para doação, existem alguns casos que
são de alto risco e, por isso, impedem algumas pessoas de serem voluntárias.
Não
podem doar pessoas que tenham tido doenças como hepatite, doença de chagas,
sífilis ou seja HIV positivo. Também estão na lista de não doadores, quem tenha
feito tatuagem, maquiagem definitiva ou mesmo colocado um piercing há menos de
um ano.
A
especialista também reforça que não podem doar, pessoas que sejam usuárias de
droga e pessoas que tenham tido relações sexuais com parceiros desconhecidos.
“É extremamente importante a conscientização e a entrevista que realizamos com
todos os voluntários. Mesmo após essa triagem, nós também passamos para a etapa
dos testes”.
Gabriela
ressalta que as pessoas que tenham dúvidas se podem ou não ser doadoras
voluntárias devem entrar em contato com um hemocentro. Lá eles passarão as
informações.
Intervalo
Segundo
a hematologista, o intervalo entre as doações é de dois meses para os homens e
três meses para as mulheres. Quem se vacinou contra a covid-19 precisa aguardar
uma semana para poder doar.
E para quem já teve a covid-19 e quer ser um doador voluntário, é preciso somente aguardar um mês após a melhora dos sintomas.
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