Cartilha sobre acesso à terra e à moradia orienta pessoas refugiadas e migrantes no Brasil
Publicação responde à demanda desta população e
é resultado de parceria entre ACNUR e Defensorias Públicas da União e do Estado
no Pará
Belém, 21 de dezembro de 2021 – O acesso à moradia é um dos grandes
desafios enfrentados por pessoas refugiadas e migrantes ao chegar em um país de
acolhida. Além de desconhecerem a legislação local, muitas vezes, devido à
vulnerabilidade em que se encontram, ocupam espaços de forma irregular ou são
ludibriados em transações de aluguel e compra de imóveis.
Para atender as demandas desta
população, a exemplo das famílias da etnia indígena venezuelana Warao que vivem
nos municípios de Belém e Ananindeua (PA), a Agência da ONU para Refugiados
(ACNUR), a Defensoria Pública da União (DPU) e a Defensoria Pública do Estado
do Pará (DPE-PA) elaboraram a Cartilha
sobre Acesso à Terra e à Moradia para Pessoas Refugiadas e Migrantes no
Brasil, disponíveis em português e espanhol.
Lançada inicialmente em português e
espanhol, a cartilha aborda diferentes temáticas, como o direito à moradia
previsto na Constituição Federal e em instrumentos normativos internacionais,
as diferenças entre imóveis rurais e urbanos, os conceitos de propriedade e posse, bem como os direitos
e deveres de inquilinos e locatários e as normas que regem essa relação
contratual no Brasil. A cartilha enfatiza, ainda, o direito à não discriminação
garantido a refugiados e migrantes.
A fim de orientar aqueles que pretendem
comprar um imóvel no Brasil, o material traz algumas dicas importantes: “Antes de pagar pelo imóvel, solicite o
documento do terreno ou da casa para verificar se o vendedor é o dono ou se
está comprando uma posse segura. Por exemplo, veja se o vendedor tem um
contrato ou recibo de compra e venda do imóvel em seu nome ou o tempo em que
ele está nessa posse.”
Os procedimentos relacionados à
regularização fundiária também foram destacados. É possível que uma ocupação
irregular seja transformada em regular, mas é preciso saber, por exemplo, quem
é o dono do imóvel, se pertence ao poder público ou se se trata de uma área de
proteção ambiental. Esse passo a passo é fundamental para garantir a segurança
na posse ou a aquisição da propriedade.
A cartilha em espanhol têm como foco a população refugiada e migrante (inclusive indígena) da Venezuela no país. Em breve, novas traduções tornarão a cartilha acessível e útil para pessoas refugiadas e migrantes de outras nacionalidades que se encontram em território brasileiro.
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