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Com onda de consórcios, fusões e adesões às redes neutras, distribuidores e fabricantes tendem a se aproximarem mais de ISPs para garantirem previsibilidade de produção

Movimentos que tendem a unir provedores de internet, com a finalidade de proporcionar mais força de negociação na hora de realizar investimentos no mercado de telecomunicações, têm crescido em um ritmo cada vez mais rápido. Fusões entre ISPs, consórcios e até a adesão às chamadas redes neutras são alguns dos movimentos já percebidos pela indústria.

 

De acordo com o gerente técnico e comercial da Fibracem, indústria brasileira especializada no setor de comunicação óptica, Sebastião Rezende, essas movimentações são uma espécie de legado de uma prática exercida há anos.

 

Segundo ele, antes os ISPs se organizavam em grupos para oferecer aos distribuidores e fabricantes, um cronograma de compra e entrega de produtos - cada um concretizando a aquisição com seu próprio CNPJ -, o que trazia benefícios tanto para os provedores, com valores mais atrativos, quanto para os fornecedores, com a previsibilidade de produção. Ou seja, a mesma ideia das fusões, aquisições e consórcios.

 

“A diferença agora é que existe um comprador principal que está ligado a um único CNPJ, mas que mesmo assim mantém a força de negociação por conta do alto volume de compra para os vários provedores”, explica.

 

Também na mesma via, outra possibilidade tem surgido aos ISPs: a de levarem em consideração o ingresso em modelos de consórcios de provedores. A alternativa tornou-se uma forma de se sobressair, mas acima de tudo de continuar vivo no mercado. Essa possibilidade tem sido impulsionada principalmente pela crescente discussão sobre a chegada do 5G ao Brasil.

 

Além desses, o movimento de adesão às redes neutras também tem se tornado um caminho válido e atraente para provedores de pequeno e médio porte. Isso porque, para Rezende, o mercado tem hoje empresas especializadas em lançar fibra em várias regiões do país, inclusive nas mais remotas, com a finalidade de sanar uma deficiência de inúmeros ISPs: a falta de capilaridade de fibra óptica desejada.

 

“O grande ganho com essa modalidade é que, apesar de não ter rede própria em determinadas regiões, um ISP pode aumentar consideravelmente a capacidade do raio de atuação alugando fibras para ativar um cliente que está fora da linha de cobertura do ISP, e de uma forma cada vez mais rápida”, ressalta.

 

Proximidade entre fabricantes, distribuidores e ISPs

De acordo com o gerente técnico, ainda que seja um movimento benéfico, esse cenário tem deixado o mercado bastante dividido e polarizado em dois grupos. De um lado, pequenos provedores – muitos deles ainda sem regularização – que atuam de forma bem regional e de outro lado os grandes grupos procedentes das fusões, consórcios e adesão às redes neutras.

 

Rezende diz ainda que, com isso, a estratégia mais assertiva para os fabricantes é permanecer próximos de ambos os grupos, para entender cada vez mais as demandas e as tendências futuras e novidades de mercado, como as ampliações de redes.

 

“Com isso, será possível pensar cada vez mais em soluções que possam atender as necessidades do mercado, desenvolver produtos para demandas específicas e até, quem sabe, proporcionar condições de pagamento ainda mais atraentes para os provedores de internet”, finaliza.

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