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Estudo da Unicid avalia a defasagem na alfabetização infantil no cenário de pandemia

Levantamento foi realizado em outubro, nas instituições estaduais E.E. Orlando Silva e E.E. Dr. Francisco Glycério de Freitas, e mostra os impactos aos alunos do 1º e 2º causados pelos quase dois anos de escolas fechadas;

Participaram do estudo os estudantes de Pedagogia da Unicid sob coordenação das docentes, Luciene Diniz, coordenadora do projeto de Alfabetização e a Drª. Maria Heloisa Aguiar da Silva, coordenadora institucional do Programa Residência Pedagógica, da Instituição

São Paulo, 07 de dezembro de 2021 – O Brasil já enfrentava grandes dificuldades com a alfabetização da população antes da pandemia, quando os dados divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), apontavam uma taxa de analfabetismo no país de 6,6%, em 2019, o que representa cerca de 11 milhões de analfabetos.

Segundo as docentes da Universidade Cidade de S. Paulo (Unicid), Luciene Diniz, coordenadora do projeto de Alfabetização e a Drª. Maria Heloisa Aguiar da Silva, coordenadora institucional do Programa Residência Pedagógica (PRP), os desafios da alfabetização no Brasil serão ainda maiores nesta retomada pós-pandemia, principalmente para estudantes de escolas públicas.

“Muitas dessas crianças interromperam os estudos durante dois anos de escolas fechadas como medida sanitária para não proliferação do vírus. Com o avanço da vacinação e a pandemia mais controlada, as aulas presenciais começaram a ser retomadas neste segundo semestre de 2021. Como previsto, muitas crianças já refletem esses impactos na alfabetização. Nesse levantamento que realizamos em outubro nas escolas estaduais da Zona Leste de São Paulo, E.E. Orlando Silva e E.E. Dr. Francisco Glycério de Freitas, foram encontrados 12 pontos de atenção e dificuldades dos alunos do primeiro e segundo ano”, contextualiza Luciene.

O estudo aponta, conta Luciene, que entre as grandes dificuldades que foram observadas nestas crianças, estão:

  • Crianças que ainda não conhecem o alfabeto;
  • Dificuldade na leitura;
  • Dificuldade na escrita, pulando letras ou esquecendo palavras;
  • Dificuldade para concentração e foco;
  • Dispersão frequente durante as aulas;
  • Pouco conhecimento do Alfabeto;
  • Dificuldade em reconhecer sons de letras e sílabas;
  • Escrita com auxílio (é preciso soletrar ou até mesmo escrever as palavras);
  • Não conseguem copiar da lousa, pois mesmo reproduzindo se perdem e deixam de escrever ou pulam letras;
  • Alunos que mesmo sentando próximos a lousa, têm dificuldade na escrita devido problema de visão;
  • Alunos que não conseguem prestar atenção devido sua rotina em casa (dormir muito tarde, por exemplo, não ter uma rotina estabelecida), isso faz com que cheguem cansados na escola e até dormirem na sala de aula;
  • Crianças que não consegue evoluir na leitura e escrita, pois os pais trabalham e não conseguem acompanhar e auxiliar os filhos nas atividades e na vida escolar.

A docente explica, que levando em consideração as características individuais de cada criança, como o tempo individual de aprendizagem e as dificuldades, esses quase dois anos trouxeram uma referência diferente de trabalho às escolas.

“As crianças estão ficando mais tempo em cada fase de alfabetização, e a resposta esperada para a faixa etária está bem distante do padrão anterior a pandemia. As crianças que deveriam sair do 2º ano com suas fases de alfabetização bem definidas, ainda estão em fases iniciais do processo de alfabetização, portanto, nessa retomada os desafios serão maiores e podem demorar um bom tempo para ser solucionado”, explica a coordenadora do projeto de Alfabetização e professora de Pedagogia da Unicid, Luciene Diniz.

Também participaram do levantamento, os residentes da Unicid, que fazem parte do PRP e que realizam o projeto de Alfabetização em prol das escolas estaduais. Os alunos elencaram algumas atividades que podem ser trabalhadas a fim de recuperar a defasagem do ensino, principalmente nos anos iniciais. Confira:

  • Construção coletiva do alfabeto ilustrado com imagens de sílabas diferentes;
  • Formar letras com materiais diversos:  massinha, barbante, tampinhas, palitos, grãos;
  • Recorte e colagem das letras em revistas, jornais e rótulos; 
  • Contornar e pintar as letras com tinta, giz e canetinha;
  • Preencher o formato das letras com diferentes materiais;
  • Basquete, Boliche, Charada, Bingo, Pular e Pesca das letras; 
  • Jogo da memória das letras iniciais;
  • Dominó das letras iniciais;
  • Atividades com palavras codificadas: pintar círculos que apresentam apenas as letras que formam a palavra da figura;
  • Atividades audiovisuais; 
  • Atividades com separação das letras e das sílabas;
  • Alfabeto cantado;
  • Músicas, parlendas e rimas que enfatizam as letras trabalhas;
  • Contação de histórias com ênfase nas letras; 
  • Letras no contexto familiar e círculo de amizades.

 

A professora Luciene ressalta ainda a importância do plano de Alfabetização da Unicid para auxiliar as crianças neste momento. “O projeto sugere um caminho de possibilidades para pensar e desenvolver novas atividades. Considero que o importante mesmo está na presença destes alunos na escola, pois a alfabetização é uma fase de olho no olho, estar presente com cada aluno, e os residentes estão fazendo um trabalho singular. Temos em alguns momentos, um residente para cada criança, trabalhando individualmente com essas crianças. O atendimento individual, com auxílio do docente em sala de aula, está trazendo respostas positivas no desenvolvimento destas crianças, como: o resgate da autoestima e da confiança para expor suas dificuldades e medos”.

Segundo a Drª. Maria Heloisa Aguiar da Silva, coordenadora institucional do PRP, o processo de avaliação e sondagem com as escolas, apontaram ainda as dificuldades que as professoras das crianças do primeiro e segundo ano estão enfrentando na alfabetização.

“Durante os relatos muitas sinalizaram que estavam acostumadas com o contato com a criança, explicar, falar, e não tiveram esse acesso aos alunos durante o distanciamento social, o que dificultou ainda mais o processo de aprendizagem. Outro ponto destacado, é que tiveram que ir para uma área tecnológica, a qual elas também tinham dificuldade, tanto no lidar com essa tecnologia, como para criar um material de ensino”, avalia Maria Heloisa.

Por fim, a coordenadora do PRP, indica que o levantamento da Unicid tem por objetivo beneficiar as crianças em seus processos de alfabetização, criar uma rede de apoio, com um trabalho forte de responsabilidade social e oferecer atividades práticas aos alunos do curso de Pedagogia da Unicid.

“O PRP permite a inserção dos estudantes mediante o desenvolvimento de atividades de pesquisa e de práticas de ensino inovadoras que contribuem para a melhoria do ensino na Educação Básica. Além disso, propicia uma vivência prática do cotidiano profissional docente”, aponta.

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Sobre a Unicid - Fundada em 1972, a Universidade Cidade de São Paulo – Unicid é referência na formação de profissionais da área da saúde, com cursos tradicionais e pioneiros na região como Fisioterapia, Odontologia, Enfermagem e Medicina. Além disso, reúne cursos respeitados em diversas áreas do conhecimento, com alunos na graduação, pós-graduação lato e stricto sensu, presenciais e a distância, cursos de extensão e programas de parcerias no Brasil e no exterior. Pertence ao grupo Cruzeiro do Sul Educacional, um dos mais representativos do País, que reúne instituições academicamente relevantes e marcas reconhecidas em seus respectivos mercados, como Universidade Cruzeiro do Sul e Universidade Cidade de São Paulo – Unicid (São Paulo/SP), Universidade de Franca - Unifran (Franca/SP), Centro Universitário do Distrito Federal - UDF (Brasília/DF, Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio - Ceunsp (Itu e Salto/SP), Faculdade São Sebastião – FASS (São Sebastião/SP), Centro Universitário Módulo (Caraguatatuba/SP), Centro Universitário Cesuca (Cachoeirinha/RS), Centro Universitário da Serra Gaúcha - FSG (Bento Gonçalves e Caxias do Sul/RS), Centro Universitário de João Pessoa – Unipê (João Pessoa/PB), Centro Universitário Braz Cubas (Mogi das Cruzes/SP) e Universidade Positivo (Curitiba e Londrina /PR), além de colégios de educação básica e ensino técnico. Visite: www.unicid.edu.br 

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