Como a maioria das pessoas reage a um movimento de mudança?
Transformação de empresas é um fenômeno interpessoal, por isso deve-se em primeiro lugar reconhecer quem são as principais partes interessadas na transformação, estabelecer quais principais perspectivas de cada uma, garantir que a voz de cada parte é ouvida, e divulgar o processo de mudança de para obter consenso.
Segundo Tessa Basford (McKinsey
Quarterly), transformações têm a melhor chance de sucesso quando se concentram
em quatro ações principais, para mudar a mentalidade e o comportamento das
pessoas: criar modelos de comportamento em que as pessoas possam se espelhar,
fomentar a compreensão e a convicção, reforçar a mudança por meio de mecanismos
formais, desenvolver talentos e habilidades.
Na prática percebemos que as pessoas
mudarão de mentalidade se você criar modelos de comportamento em que elas
possam se espelhar porque as pessoas, enxergando seus líderes e colegas se
comportarem de maneira diferente poderão ter mais aceitação a mudarem também.
As pessoas acabam imitando indivíduos e grupos que as cercam, consciente e
inconscientemente.
Outra alternativa é fomentar a
compreensão e a convicção – as pessoas entendem o que está sendo pedido a elas
e entendem que isso faz sentido. As pessoas buscam congruência entre suas
crenças e ações, acreditando no “porquê”. Acreditar no “porquê” inspira
as pessoas a apoiarem as mudanças.
Reforçar a mudança com mecanismos
formais é outra técnica interessante, na medida em que as recompensas positivas
e consequências negativas a atitudes contra a transformação moldam o
comportamento das pessoas, embora muitas vezes as organizações reforcem as
coisas erradas.
Desenvolver talentos e habilidades é
outra alternativa, na medida em que acreditamos que você pode ensinar novos
truques a um cachorro velho! Nossos cérebros permanecem plásticos na idade
adulta, e as pessoas abraçarão a mudança se acreditarem possuir as habilidades
para sobreviverem à transformação.
É recomendado também que os líderes
desenvolvam um storytelling de transformação que ajude todas as partes
interessadas a entenderem para onde a empresa está indo, por que está mudando e
por que essa mudança é importante. Construir um ciclo de feedbacks para sentir
como o storytelling está sendo recebido também é útil.
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Estevão Rocha é professor de Turnaround na FIA Business School. Engenheiro naval (Poli/USP), extensão em economia (Harvard), finanças e marketing (FEA/USP), tecnologia (Singularty University), mestrando (University of Liverpool). Foi head global de M&A da Atento (NYSE), reestruturador de empresas pela KPMG e IVIX, diretor da G4S (LSE) e associado no private equity Artesia. Assessorou mais de uma centena de empresas.
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