O que são 'spamtraps' e por que se preocupar com elas
*Por Thiago Catino
Com a popularização do
e-mail, as formas de evitar o recebimento de mensagens indesejadas, o chamado
spam, se tornam mais eficientes ano após ano. Por princípio, mensagens como
newsletters, e-mail marketing e outros envios em massa só podem ser realizados
com a concordância do destinatário. Esta concordância fica clara através do
chamado opt-in.
No entanto, muitas
empresas usam “atalhos” para construir uma base de contatos de forma rápida e
acabam optando por comprar listas de e-mail. Essa prática é a receita certa
para contaminar a base de contatos existente da empresa com spamtraps, ou seja,
endereços de e-mail pelos quais os provedores de serviços de internet (ISPs, na
sigla em inglês) conseguem rastrear os enviadores de spam e bloquear seus IPs.
Mais do que problemas com bloqueio, cair em uma spamtrap pode custar a
reputação de um negócio.
Existem dois tipos de
spamtraps. As spamtraps reais, que são criadas pelos ISPs para receber e
rastrear mensagens mal-intencionadas. Não existe um motivo legítimo para que
uma mensagem chegue a um desses endereços, visto que eles não pertencem a
nenhum usuário real, e nunca fazem opt-in, o que significa que é impossível que
elas entrem em seu banco de dados se você estiver seguindo as melhores práticas
para a construção da sua base de e-mails.
O outro grupo é formado
pelas spamtraps recicladas. São endereços de e-mail inativos que passam a ser
monitorados pelos provedores após um certo tempo de inatividade por parte do
proprietário da conta. O efeito desse tipo de armadilha sobre a reputação do
remetente é menor que o de uma spamtrap real, mas cada mensagem enviada a esses
endereços também é registrada como uma ocorrência de spam, visto que a conta
não pertence mais a um usuário ativo. Por este motivo, não deveria estar na
lista de nenhum remetente. Logo, o uso de listas antigas também é um problema:
um banco de dados mal gerenciado e sem atualização pode causar consequências
severas para a reputação do remetente.
A falta de cuidado ou a
pressa para acelerar campanhas de e-mail marketing levam à contaminação das
listas e cobra um preço alto: se o seu IP for bloqueado por uma spamtrap real,
além de arcar com a interrupção da campanha e as despesas que isso possa gerar,
restabelecer a reputação de remetente pode levar, em alguns casos, de seis
meses a um ano. Além disso, a falta de adesão às melhores práticas de aquisição
de e-mails é o principal fator causador dos problemas de entregabilidade. E a
baixa taxa de Inbox significa, inevitavelmente, piores resultados com suas
campanhas de e-mail.
Além de construir a
base de forma lícita e manter as listas de e-mail atualizadas, vale ficar de
olho nos registros de retorno, os chamados logs de bounce: é possível obter
informações valiosas sobre o motivo da não entrega de suas campanhas a partir
desses registros. Porém, se você já caiu em uma spamtrap, principalmente do
tipo real, o jeito é se preparar para soluções parciais e para os altos custos
do processo de recuperação da sua reputação.
Verifique suas listas
de e-mail cuidadosamente antes da próxima campanha, reconfirme todo o seu banco
de dados e busque por qualquer anormalidade em suas inscrições. Isso pode te
custar um grande volume de e-mails cadastrados e diminuir o tamanho da sua
base. Porém, a efetividade de suas campanhas de e-mail marketing, o retorno
sobre o investimento, seus resultados, e a reputação de remetente da sua marca
agradecerão o esforço.
*Thiago Catino é Gerente Sênior de Customer Success da Validity
Nenhum comentário