Avaliação constante pode mudar aprendizado do Ensino Fundamental ao Médio
Avaliar estudantes não pode ser uma forma de
puni-los, defende especialista
Nota, boletim, recuperação: esforçar-se
no final de cada bimestre para alcançar a média necessária para a aprovação
ainda é uma realidade para muitos estudantes. Mas, com avaliações periódicas, o
acompanhamento constante da aprendizagem é um importante aliado para garantir
um melhor desenvolvimento do ensino e, talvez, em um futuro próximo, mudar esse
cenário.
Essa estratégia é positiva para lidar
não apenas com as dificuldades normais de aprendizado, mas também com os
impactos da pandemia na educação de crianças e adolescentes. Trata-se de uma
maneira de identificar possíveis lacunas na absorção dos conteúdos e, com isso,
corrigir a rota antes mesmo que o estudante passe pela avaliação somativa, que
é a que estabelece notas e/ou conceitos. De acordo com a coordenadora editorial
de avaliações do Sistema Positivo de Ensino, Deise Lucide Martins Dos Santos, a
mudança no perfil de avaliações tem trazido bons resultados. “Em 2020,
percebemos que seria necessário encontrar um caminho para acompanhar mais de
perto o que os estudantes estavam, de fato, aprendendo, em meio à pandemia e ao
ensino remoto. Foi por isso que criamos a avaliação diagnóstica, que ajuda a
entender se aquele aluno classificado como bom realmente consolidou a
aprendizagem”, explica.
Desde 2021, todas as escolas conveniadas
passaram a contar com uma solução integrada de avaliações. O pacote compreende
três tipos de avaliação: a diagnóstica, que permite constatar defasagens e
lacunas, além de identificar se o problema está no conceito do conteúdo
trabalhado ou no cognitivo do estudante; a formativa, realizada ao fim de cada
capítulo do material didático, que ajuda o professor a acompanhar a evolução da
aprendizagem daquele aluno; e, por fim, a avaliação somativa, exigida por lei,
que classifica o aprendizado de acordo com notas e/ou conceitos.
Avaliação não pode ser terrorismo
De acordo com Deise, mais que uma
mudança de processo, trata-se de uma mudança de paradigmas. “É fundamental
trabalhar com os estudantes para que eles não vejam a avaliação como o terror
da escola. Ela deve ser uma possibilidade, e não um acerto de contas. Se pautar
o aprendizado pela ameaça da avaliação, o aluno vai aprender só
momentaneamente, porque ele depende daquela nota para a aprovação. Isso não é aprendizagem”,
ressalta. Segundo ela, escapar dessa lógica é complexo e, ironicamente, tem se
provado um desafio para ser vencido aumentando o volume de avaliações pelas
quais os estudantes passam ao longo do ciclo letivo.
Para a educadora, a avaliação tradicional,
formalmente chamada de somativa, tem um caráter naturalmente excludente. Isso
porque classifica o estudante como bom ou ruim, suficiente ou insuficiente,
aprovado ou reprovado. “Essa característica é um problema tanto para a
autoestima dos jovens, cujos conhecimentos vão muito além dos conteúdos
trabalhados em sala de aula, quanto para o trabalho dos educadores, que se vêem
sem a possibilidade de melhorar os próprios métodos. Ao determinar se o
estudante alcançou ou não a média exigida, não há nada que ajude a entender o
que saiu errado para esse resultado”, explica.
Portanto, além de medir o que está ou
não sendo absorvido, Deise defende que as avaliações também servem a um
propósito mais amplo: o de compreender o que está levando os alunos a aprender
ou não aprender. “A partir do momento que criamos a avaliação diagnóstica,
construímos uma matriz de referência para verificar se o aluno realmente
desenvolveu o eixo cognitivo e o eixo estruturante de cada componente
curricular”, detalha. Ela ressalta que, para uma avaliação cumprir o papel, ela
precisa dosar a linha de raciocínio do aluno e mostrar como esse raciocínio
está evoluindo.
Dessa forma, o propósito não é atingir
uma nota, mas dar ao professor as ferramentas necessárias para acompanhar o que
o estudante absorve do trabalho do dia a dia. Há tempo para retomar os
conteúdos, corrigir erros, revisar conceitos que apresentem lacunas. “Quando o
aluno chega à avaliação somativa, que é aquela que a legislação nos exige, ele
tem a possibilidade de que ela não seja excludente, porque ao longo do ciclo a
avaliação diagnóstica apontou as falhas, e a formativa foi dando informações do
que era necessário trabalhar ou retomar”, finaliza a especialista.
Sobre o Sistema Positivo de Ensino
É o maior sistema voltado ao ensino particular no Brasil. Com um projeto sempre atual e inovador, ele oferece às escolas particulares diversos recursos que abrangem alunos, professores, gestores e também a família do aluno com conteúdo diferenciado. Para os estudantes, são ofertadas atividades integradas entre o livro didático e plataformas educacionais que o auxiliam na aprendizagem. Os professores recebem propostas de trabalho pedagógico focadas em diversos componentes, enquanto os gestores recebem recursos de apoio para a administração escolar, incluindo cursos e ferramentas que abordam temas voltados às áreas de pedagogia, marketing, finanças e questões jurídicas. A família participa do processo de aprendizagem do aluno recebendo conteúdo específico, que contempla revistas e webconferências voltadas à educação.
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