Investir em 2022: melhor no curto ou longo prazo?
Por Jorge Castellar*
As flutuações econômicas nos
últimos anos moldaram um cenário desafiador para os investidores em 2022. O ano
começa tendo a inflação como condutora da economia, com menos fluxo de dinheiro
e preços mais altos. No acumulado de 2021, o IPCA, principal métrica da
inflação brasileira, encerrou com alta de 10,06% em 12 meses.
Ainda sob a lupa do contexto
macroeconômico, elemento fundamental para tomada de decisão, neste início de
ano, as projeções de crescimento para o Brasil são de menos de 0,50% para o
PIB, com inflação superando 5% e, consequentemente, estimativa de Selic (a taxa
básica de juros da economia) a 11,5% para controlar a alta dos preços. Contudo,
é importante considerar que na jornada de investimentos, todo ativo que gera
uma renda variável está exposto a desafios do ambiente externo; são obstáculos
que exigem atenção, mas não significam que a segurança da aplicação esteja
necessariamente em risco.
Mesmo com projeções
desafiadoras para 2022, é possível organizar as finanças para fazer aplicações
considerando a melhor escolha de investimento. O primeiro passo para minimizar
os possíveis riscos é definir com clareza o objetivo previsto para o lucro que
se espera obter. Isso ajuda a determinar qual tipo de investimento faz mais
sentido de acordo com a realidade do investidor. A partir daí, é preciso
analisar como investir no longo e no curto prazo, considerando as vantagens e
desvantagens de cada estratégia.
Antes de qualquer tomada de
decisão, é importante ter em mente que, além de definir o objetivo final do
investimento, sua eficácia também é garantida e mensurada a partir do valor
disponível para a aplicação, além do tempo que a reserva pode ficar aplicada.
Investimentos de curto prazo, por exemplo, são aqueles mantidos por um ano ou
menos, referenciados como investimentos "líquidos", que podem ser
transformados em dinheiro de forma rápida e fácil.
Contudo, apesar de parecer
muito atraente, esse tipo de aplicação está suscetível a um número maior de
riscos e, em geral, exige que o investidor desempenhe um papel mais ativo de
gestão, que pode tomar bastante tempo de sua rotina. Já o investimento no longo
prazo é aquele que pode ser mantido por pelo menos três anos (não há limite
máximo para esse prazo) e está relacionado a metas de longa duração, tais como
aposentadoria ou educação dos filhos.
Embora nenhum investimento
seja totalmente isento de riscos, os investimentos de longo prazo tendem a
enfrentar ameaças menores, pois o período de tempo mais longo pode “amortecer”
o impacto das desacelerações do mercado, ao dispor de mais prazo para a
recuperação de potenciais perdas de valor. Eles também são mais adequados para
quem prefere não monitorar os investimentos de forma constante e também pode
ser vantajoso do ponto de vista tributário, uma vez que uma grande quantidade
de receita renderá aos poucos, em vez de ser um fluxo repentino de dinheiro.
De forma geral, o ponto de atenção
do investimento no longo prazo é que não existem muitas formas de desfrutar de
ganhos de maneira rápida. Neste sentido, o setor imobiliário é uma das exceções
que podem maximizar os ganhos potenciais: com um imóvel, enquanto se espera
para usufruir de lucros significativos em um longo espaço de tempo, é possível
contar com o aluguel para garantir rendimentos mais imediatos vindos dos
inquilinos.
Todas essas considerações ajudam
a consolidar uma jornada de investimentos bem-sucedidos, mesmo com o atual
cenário desafiador. Vale lembrar que, no Brasil, alguns dos desafios tendem a
ser corriqueiros, por isso, o investidor que contar com uma carteira bem
protegida enfrentará menos adversidades. É importante ter um bom planejamento
financeiro para desfrutar da melhor maneira das oportunidades já disponíveis e
das que ainda estão por vir.
*Jorge Castellar é diretor global de vendas da Bricksave e possui MBA em Finanças pelo IBMEC.
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