Sucesso do Open Banking depende de boa estratégia de fidelização e segurança
Infosys analisa riscos de novos modelos de negócios para desenvolvimento de soluções para o mercado
*Por Luiz Sassá Jr
Novos modelos de negócios trazem
incertezas e riscos tanto para usuários quanto para desenvolvedores de soluções
inovadoras para o mercado. A chegada do Open Banking no Brasil, apesar de
indicar um passo importante no desenvolvimento do sistema financeiro, também
apresenta alguns desafios para que possa funcionar de maneira adequada e,
principalmente, segura.
No Reino Unido, onde o sistema já
começou a ser utilizado, uma pesquisa feita pela Forrester Research em parceria
com a TransUnion apontou que 86% das pessoas consideram preocupante os riscos
relacionados à violação de informações pessoais. O resultado traz uma reflexão
fundamental sobre esse novo cenário que começa a se desenvolver em solo
brasileiro. A regulamentação e aplicações da LGPD têm auxiliado para combater
esse tipo de problema, mas, ainda assim, os números de ataques cibernéticos,
especialmente direcionados a grandes empresas, só crescem.
É claro que a tecnologia que envolve o
Open Banking foi pensada e desenvolvida com padrões elevados de segurança. Além
disso, até o momento, não houve registro de incidentes de segurança reportados
pelo Banco Central no ecossistema do Open Banking. Entretanto, embora esse cenário
ainda esteja sendo explorado por todas as partes, é preciso considerar desafios
que possam surgir ao longo do processo de implantação da tecnologia, que não se
limitam apenas à segurança, mas também a estratégias de captação e manutenção
dos clientes nas carteiras de cada instituição financeira envolvida.
Primeiramente, com a possibilidade de
que os bancos tenham acesso aos dados dos clientes em potencial, será mais
fácil que eles possam ofertar soluções e condições personalizadas para cada
perfil. Isso significa que os usuários poderão migrar para outras instituições
a depender da oferta que melhor agradar. Por isso, um dos desafios mais
importantes dessa nova fase do setor financeiro brasileiro é com relação a
estratégias de fidelização de clientes. Esse recurso passa pela extração de
dados necessários para que as instituições consigam ter um diferencial
competitivo por meio dos produtos, além de usar as informações de maneira cada
vez mais personalizada. Criar squads para manutenção do ecossistema das
perspectivas de novos negócios e realizar atualizações regulatórias também são
fatores primordiais para evitar diferentes tipos de problemas que possam
envolver a nova tecnologia.
Todo o core do Open Banking foi criado
com base na LGPD, já que a API de consentimento deve declarar quais informações
serão utilizadas e por quanto tempo a instituição deverá ter posse delas. Isso
permite que o cliente possa, a qualquer momento, revogar o acesso de seus dados
com as instituições com as quais os compartilhou. Ainda assim, como relatado
por usuários do Reino Unido, a segurança sobre o acesso a esses dados pessoais
preocupa e deve ser considerada para garantir um funcionamento sem
riscos.
O que quero dizer é que, melhorar a
experiência dos usuários, modernizando cada vez mais seus legados e atuando
fortemente na inteligência de dados são importantes caminhos a serem seguidos
pelas instituições envolvidas no processo do Open Banking. Mas, mais que isso,
permanecer em constante alerta a respeito de condições de privacidade e
consentimento é um trabalho crucial para que a solução seja melhor aceita e
utilizada de forma adequada.
Para contribuir com esse processo, as
empresas de tecnologia, como a Infosys, possuem certificações e produtos que
atendem essas necessidades, como a ISO 27001, por exemplo. Além disso, as
companhias já estão trabalhando no desenvolvimento de soluções voltadas para a
segurança bancária. Essas soluções atuam como um catálogo que reúne milhares de
APIs para atender não apenas o contexto regulatório e de segurança do Open
Banking, mas também no contexto de negócios, para realizar empréstimos, câmbio,
entre outros serviços que passaram a ser oferecidos a partir da chegada da
quarta fase de implantação da tecnologia no Brasil.
A chegada de mais uma etapa também fez
com que muitos testes e novos produtos, com taxas menores, mais flexíveis e com
melhores condições para os clientes fossem realizados. A fase 4 do Open
Banking, iniciada em dezembro, escalonou a implementação a partir das etapas de
obtenção da certificação funcional das APIs e registro no ambiente produtivo do
Diretório de Participantes das APIs relativas a produtos e serviços de seguros,
previdência complementar aberta e capitalização; credenciamento em arranjos de
pagamento; câmbio e contas de depósito a prazo e outros produtos com natureza
de investimento.
O que ocorre é que, nesta nova etapa,
Por outro lado, começa a possibilidade de compartilhamento estruturado de dados
de produtos e serviços não abrangidos nas fases anteriores ou em sistemas
equivalentes no mundo, gerando, é claro, uma grande preocupação por parte das
instituições financeiras. Por isso, pensar em estratégias de escalonamento é
fundamental para que o desenvolvimento dessas soluções seja efetivo.
Por isso, os clientes devem se atentar
aos dados que estão sendo consentidos e com qual instituição estão sendo
compartilhados, além de entender quais canais de atendimento cada instituição
oferece para solução de problemas, com o cuidado de sempre confirmar a
identidade do contato ou do acesso, o que diminui ainda mais as possibilidades
de ser vítima de algum tipo de golpe ou ataque cibernético, por exemplo.
Campanhas de conscientização, por parte das próprias instituições, também são
bem-vindas para ampliar esse sentimento de segurança e privacidade por parte
dos usuários.
Para saber mais sobre a solução de
serviços financeiros da Infosys, confira: https://www.infosys.com/
*Luiz Sassá Jr é diretor de Serviços Financeiros da Infosys Brasil.
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