Emprego: 3 milhões abriram MEI em 2021, mas 19 milhões seguem na informalidade
Autônomos são responsáveis por maior parcela de
empregos, mas grande parte atua na informalidade por não entender a
formalização
Enquanto somente 3 milhões de
trabalhadores autônomos se registraram como microempreendedores individuais
(MEIs) em 2021, 19,2 milhões seguem na informalidade. Os dados são de um
comparativo entre os registros do Sebrae obtidos no último ano e um
levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Para Nycollas Liberato,
diretor-executivo do Students For Liberty Brasil (https://www.studentsforliberty.org/brazil/),
os brasileiros têm perfil empreendedor, mas a burocracia e a desinformação
impedem a formalização.
“Estamos falando de uma população que
não é apresentada ao básico da educação financeira e que, ainda assim, é o
tempo todo encorajada a trabalhar por conta própria, se arriscando sem qualquer
instrução prévia”, explica.
Desde 2021, o Students For Liberty
Brasil vem trabalhando na conscientização empreendedora da população. Para
isso, a entidade desenvolveu um curso direcionado a alunos da rede pública, com
foco no Ensino Médio e na Educação de Jovens e Adultos (EJA), o Brasil
Empreende. São aulas on-line e gratuitas ofertadas por meio de parcerias com
escolas e outras instituições de todo o Brasil.
“É interessante como o debate sobre
empregos está sempre presente nos poderes políticos, mas raramente chega à sociedade,
como é o caso das últimas reformas trabalhista e previdenciária. As mudanças
foram aprovadas, mas a população não sabe quais são os novos direitos e
deveres. Nesse cenário, a desinformação é o caminho perfeito para a
informalidade”, comenta Nycollas.
Para alcançar esse lugar desconhecido da
formalização, os trabalhadores lidam com extensos processos e até custos. “É um
sistema realmente burocrático. A pessoa precisa ter acesso a internet,
apresentar documentos, entregar relatórios e ir até a prefeitura, além de pagar
uma contribuição mensal de imposto. O que pode ser ainda mais difícil para as
micro ou pequenas empresas, já que as taxas cobradas são maiores e as
exigências também”.
Com mais de 200 pessoas atendidas
somente em 2021, o desafio do Brasil Empreende é fechar mais parcerias para
expandir a sua atuação pelo país. “Nosso intuito é mostrar que empreender é bom
quando é feito com responsabilidade e conhecimento. As pessoas precisam saber
que não é porque estão fora do mercado de trabalho formal que não têm direitos.
O empreendedorismo é um mecanismo muito importante nesse processo de
formalização, além de ser uma ferramenta de empoderamento”, conclui.
Sobre o Students For Liberty Brasil (https://www.studentsforliberty.org/brazil/)
No Brasil desde 2012, a entidade é um braço do Students For Liberty, maior
organização estudantil em prol da liberdade do mundo - presente em 110 países,
e tem como propósito educar, desenvolver e empoderar a próxima geração de
líderes da liberdade.
Nenhum comentário