Mês da Mulher: mesmo sendo as responsáveis pela criação do primeiro bar no mundo, mulheres ainda enfrentam desafios trabalhando como bartenders
A história das mulheres no universo das bebidas
começou há 3.500 anos antes de Cristo, quando uma mulher chamada Kubaba criou o
primeiro bar no mundo na cidade de Kish, na antiga Suméria
No dia 08 de
março é comemorado o Dia Internacional da Mulher. A data que simboliza a luta
por direitos iguais foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU)
no ano de 1975. Desde então, as mulheres conseguiram conquistar espaços
importantes em áreas predominantemente masculinas no mercado de trabalho.
Atualmente é possível encontrar mulheres que realizam manutenção de carros,
consertos domésticos e que trabalham como bartenders. Mas essa história de
mulheres na área da bebida não é de hoje.
Tudo começou há 3.500 anos antes de
Cristo, quando uma mulher chamada Kubaba criou o primeiro bar do mundo na
cidade de Kish, antiga Suméria. Nessa época os bares recebiam o nome de
Taverna, e eram as mulheres que preparavam as cervejas, cuidavam do espaço que
também vendia caça e até oferecia hospedagem. Com o passar do tempo, o lugar
passou a ser considerado imoral e impróprio para as mulheres. No século 16 as
tavernas voltaram, mas agora com o nome de bar. As mulheres foram perdendo o
seu protagonismo nesse cenário, tanto que o termo barman englobava apenas os
homens.
Isso só começou a mudar nos anos 80,
quando o termo bartender foi criado para classificar qualquer pessoa,
independentemente do gênero, que trabalha atrás do balcão. “Sofremos muito com assédio e pressões
diárias dentro e fora do ambiente de trabalho, mas percebo que empresários tem
observado e agido para uma mudança. As mulheres tem ganhado espaço também ao
assumirem papéis de coordenação e chefia e muitas estão caminhando para o
empreendedorismo”, explica a bartender parceira da Kalvelage, Wakana Morishita.
Nascida no Japão, criada no Brasil, em
Marília, interior de São Paulo e morando atualmente em Blumenau (Santa
Catarina), Wakana cresceu em um ambiente de experimentações gastronômicas, já que sua
família teve um restaurante no interior de São Paulo por vários anos. “Sempre gostei de harmonizar bebidas e
comidas, mas tinha uma certa dificuldade com os destilados até conhecer o
universo da coquetelaria em uma das minhas viagens. Como era muito caro
consumir bebida alcoólica no Brasil, eu mesma decidi estudar essa área para
preparar meus drinks em casa”, diz Wakana.
Sua principal profissão hoje é na área
de bebidas, onde ela atua como consultora, mixologista e bartender, mas ela
possui formação como bióloga, onde atuou por mais de 10 anos no ramo de
gerenciamento ambiental em indústria multinacional do ramo têxtil, químico e
mecânico. Apesar dos avanços, o preconceito ainda aparece quando o assunto é
mulheres e bebidas.
“É necessário sempre dar mais de si e
entregar mais do que os homens. Isso está mudando lentamente, mas as mulheres
ainda não têm a mesma remuneração que os homens ou ainda são substituídas no
momento de assumir cargos de maior responsabilidade”, ressalta Wakana. Mas o preconceito não
fica restrito apenas por conta de gênero, muitas pessoas costumam ter uma visão
estereotipada com quem trabalha no ramo de bebidas, pois acreditam que, por
causa do ambiente, não é um trabalho sério como outras profissões.
Para conseguirem apoio e mais espaço, as
mulheres bartenders costumam ser solidárias e se ajudam através de grupos
criados em redes sociais. O objetivo é continuar com a história iniciada pela
Kubaba e não deixar que o pioneirismo das mulheres no universo das bebidas seja
esquecido.
“É de enorme importância a formação de
coletivos de apoio em diversos níveis (como o Coletivo Ada Colleman), grupos de
Whatsapp, entre tantos outros para o fortalecimento e também a percepção de que
não estamos sós no caminho. Uma apoia a outra na jornada”, finaliza Wakana.
Sobre a Kalvelage
Determinados a produzir uma vodka de
qualidade internacional no Brasil, os irmãos Marcos e Maurício Kalvelage
fundaram, em 2012, a empresa que carrega seu sobrenome e tradição, a Kalvelage
Distillery em Santa Catarina.
A Kalvelage recebeu em 2014 seu primeiro
prêmio internacional e desde então já são mais de 20 prêmios distribuídos entre
diversos concursos internacionais, fazendo dela uma destilaria respeitada e
reconhecida no segmento.
Saiba mais em http://www.kalvelagedistillery.com/
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