Como a Inteligência Artificial pode fomentar a inovação no setor de finanças
Por Nedyr Pimenta Filho
A presença de Inteligência Artificial (IA) no dia a dia das
pessoas torna-se cada vez mais habitual. Uma realidade em quase todos os
setores da economia, as ferramentas
tecnológicas atuais têm gerado valor às empresas e aos clientes, baseadas
na estruturação de dados. E, no setor de finanças, este contexto não é
diferente.
De acordo com a pesquisa FEBRABAN de Tecnologia
Bancária 2022, atualmente 78% dos bancos já utilizam aplicações de IA em
seus processos. Segundo o estudo, estas tecnologias vão desde chatbots,
presente em todos os players participantes da pesquisa que adotaram algum tipo
de IA, até ferramentas cognitivas e de aconselhamento, melhorando a experiência
do cliente e garantindo ainda mais assertividade nas atividades internas dos
bancos.
Além disso, com a implementação do Open Finance e,
consequentemente, o aumento do número de dados no setor de finanças, as
oportunidades de utilização da Inteligência Artificial podem ser
potencializadas, gerando novos modelos de negócio, expansão das ofertas de
serviços e ampliação dos canais de atendimento e de distribuição, tudo isso a
partir da integração das APIs.
O que é a Inteligência Artificial e como ela pode auxiliar o setor
de finanças
De um modo geral, a Inteligência Artificial é um processo de
definição estatística. Ou seja, é utilizado um número elevado de dados para
estabelecer uma tendência ou possibilidade de escolha assertiva. Embora não
seja determinante, a IA é mais efetiva que o sistema baseado em regras, utilizado
por grande parte das instituições.
Certamente, com a substituição deste modelo pela Inteligência
Artificial, o nível de qualidade das escolhas será elevado, uma vez que elas
serão mais adequadas ao perfil do cliente. Isto porque, diferentemente das regras,
uma rede neural, por exemplo, utiliza diversas alternativas para aprender e
elaborar as melhores opções. Com o sistema de regras, as alternativas
utilizadas na elaboração da metodologia podem ser antagônicas, já que algumas
regras podem interferir em outras, afetando a assertividade das ações.
Principais tendências de IA para o setor de finanças
Atualmente, o setor tem se empenhado para garantir um alto nível
de segurança, tanto dos dados de clientes, quanto às estruturas antifraude.
Ainda de acordo com o levantamento da FEBRABAN, 64% das instituições do
segmento devem optar por tecnologias relacionadas à inteligência Artificial
para apoiar a implementação da LGPD.
No entanto, as aplicações não se limitam somente a isto. Outras
tendências têm se destacado entre as instituições, como atendimento ao cliente,
identificação de melhores investimentos e de poder de pagamento dos usuários.
Neste sentido, algumas aplicações específicas têm ganhado adeptos neste
segmento.
A pesquisa, referenciada anteriormente, apontou as principais
tendências de IA, que já são utilizadas no setor, e que devem ser incorporadas
por outras instituições nos próximos anos.
Os chatbots, que são em maioria robôs responsáveis pelo
atendimento aos clientes, agilizam o processo de atendimento e garantem mais
assertividade e eficiência neste atendimento, colaborando para a fidelização
dos usuários. Outra ferramenta que ganha destaque é o RPA (Automação Robótica
de Processos), que, como o próprio nome diz, são bots responsáveis por
automatizar processos realizados, até então, manualmente. Este tipo de
tecnologia favorece os bancos com relação à redução de custos e desperdícios,
ganhando mais agilidade nos processos internos.
Além disso, de acordo com a pesquisa, a terceira aplicação mais
utilizada pelas empresas que adotam IA, trata-se da Inteligência Cognitiva,
capaz de analisar e interpretar documentos e dados eficientemente, contribuindo
para melhorar as opções de crédito e adequando o perfil de cada cliente. Este
processo, além de assegurar mais efetividade nos serviços oferecido, reduz
tempo de análise no back office e, consequentemente, os custos das
instituições.
As ferramentas de segurança também estão entre os destaques. A
Biometria Facial, por exemplo, é utilizada por 53% das instituições que
disseram investir em IA. Já a Biometria por Voz, mesmo que ainda pouco
explorada, tem apresentado forte crescimento nos últimos anos. Estas
tecnologias aumentam o nível de segurança dos clientes e reduzem os riscos
cibernéticos e de fraudes.
Neste contexto, podemos observar um aumento exponencial na
utilização de Inteligência Artificial nas mais diversas áreas do setor de
finanças. Com a evolução destas tecnologias, conseguimos prever um setor
bancário muito mais alinhado às expectativas dos clientes e personalizado de
acordo com as necessidades específicas de cada usuário. E, este desenvolvimento
contribui não apenas para o fortalecimento econômico do país, mas para a
ampliação e adequação das ofertas de serviços financeiros à realidade da
população.
Nedyr Pimenta Filho é
Diretor de Inovação da Provider
IT, uma das principais consultorias e
provedoras de serviços de TI do país.
Nenhum comentário