Práticas sustentáveis e ESG não são mais diferenciais das empresas, e sim pré-requisitos
*Bruno Arcuri, CEO e cofundador da Diel
Energia
Nos dias atuais, a inserção no contexto
ESG (sigla em inglês para Ambiente, Social e Governança) deixou de ser um
diferencial das empresas e tornou-se um pré-requisito para que ela seja
considerada uma companhia com boas práticas de mercado. A incorporação de ações
de sustentabilidade ambiental, inclusão social e de governança no ambiente
corporativo possibilitam que as organizações se destaquem, atraindo clientes e
investidores, obtendo maior lucratividade e gerando melhores resultados para a
empresa e para a sociedade como um todo. No entanto, tais ações precisam de um
planejamento estratégico para serem viabilizadas.
Peguemos como exemplo a letra E, parte
do termo que se refere ao meio ambiente. Em 2021, um dos grandes eventos mundiais
sobre o tema foi a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 26). A reunião
com representantes de vários países mobilizou empresários do mundo inteiro,
pois tinha como um dos objetivos principais buscar alternativas para garantir a
longevidade das empresas com medidas sustentáveis. A pauta está ganhando mais
relevância e a tendência é que as leis ambientais sejam cada vez mais
rigorosas, o que tem gerado uma corrida das companhias que ainda precisam se
adequar por completo a essas normas.
Sem dúvida, um dos assuntos mais
discutidos na conferência e que está na agenda de diversas instituições, tanto
públicas quanto privadas, é a redução na emissão de carbono. O gás é um dos que
tem mais contribuição no aquecimento global e nas mudanças climáticas, e a não
preocupação de alguns empreendedores quanto a sua diminuição nos processos de
suas respectivas marcas tem prejudicado as reputações desses indivíduos perante
o mercado e a própria sociedade. Por outro lado, não basta ter boa vontade
sobre a questão para resolvê-la, afinal, percorrer um caminho mais sustentável
está associado ao modo como as operações são realizadas.
No caso de uma companhia que utiliza
equipamentos que consomem muita energia, por exemplo, uma solução para emitir
menos gás carbônico é pensar na eficiência energética. Atualmente, há
dispositivos que permitem que haja um maior controle operacional dos aparelhos
de climatização, minimizando os desperdícios e fazendo com que as máquinas
operem adequadamente. Plataformas com tecnologias inovadoras, como de Internet
das Coisas (IOT) ou inteligência artificial, são fundamentais para trazer mais
economia, seja em relação à redução do carbono ou mesmo dos custos, visto que a
própria manutenção de equipamentos se simplifica com esses recursos.
Além disso, estas medidas sustentáveis
podem garantir a fidelidade do consumidor. Primeiramente, pela boa imagem que
passa ao cliente por ser uma empresa preocupada com o meio ambiente. Em segundo
lugar, por demonstrar que o produto desenvolvido pela empresa está apoiado na
realidade e atende às discussões atuais. Por conta disso, nos últimos anos
surgiram muitas climatechs e energytechs que estão ajudando as empresas a
acelerarem suas práticas sustentáveis. Um exemplo é a Diel, startup que resolve
problemas práticos de gestão da refrigeração, fazendo com que companhias
reduzam suas pegadas de carbono e tenham mais eficiência energética.
E se uma determinada organização ganha a
confiança do seu público, é uma questão de tempo até mais investidores também
confiarem nela. Isso acontece por conta do entendimento do mercado de que, por
aquela organização estar pautada em práticas sustentáveis, ela preza por
assuntos relativos à responsabilidade ambiental, empatia, diversidade e
crescimento saudável. Definitivamente, esse é o futuro do sucesso corporativo,
seja no âmbito ético ou financeiro, o que faz com que empresas que já possuem
uma linha de trabalho voltada para a sustentabilidade estejam mais preparadas
para os desafios vindouros.
Aos novos negócios e empresários que
precisam correr atrás do prejuízo, não há outra opção a não ser ter foco em
planejar e executar uma gestão adequada dos recursos ambientais que são
utilizados direta ou indiretamente no processo produtivo, além da mitigação dos
impactos negativos gerados pela empresa. O uso racional dos recursos naturais,
a redução da emissão de gases de efeito estufa e do desperdício, a busca pela
eficiência energética e o tratamento de resíduos sólidos são algumas das ações
indispensáveis para que a corporação atinja o ESG, sigla que veio para ficar no
mundo empresarial.
*Bruno Arcuri é CEO e cofundador da Diel
Energia, startup que desenvolveu a primeira plataforma de gestão de
refrigeração para empresas. Engenheiro elétrico e mestre em Estudos e Demanda
de Energia, ele também participou de importantes projetos no setor de energia,
como o COMPERJ, da Petrobras, UTE Parnaíba, da ENEVA, e como gerente de novos
negócios na Sustainable Ventures, no Reino Unido.
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