Toxina botulínica é usada em tratamento que ajuda na recuperação dos movimentos
Espasticidade é caracterizada pelo aumento
involuntário da contração muscular
São Paulo, maio de 2022 - Ao contrário do que muitos pensam, a
toxina botulínica não está relacionada apenas com a aplicação estética. Os seus
benefícios terapêuticos estão sendo utilizados, com sucesso, dentro da
neurologia, como no tratamento da espasticidade.
Este sintoma é caracterizado pelo
aumento involuntário da contração muscular, causando dor e podendo dificultar a
execução de atividades diárias, como falar, comer e se movimentar, por exemplo.
Podendo atingir qualquer músculo, a espasticidade acontece quando a parte do cérebro
ou a medula espinhal, que controla os movimentos voluntários dos músculos,
sofre algum dano, como o acidente vascular cerebral ou ser consequência de
paralisia cerebral.
“A espasticidade é comum em pacientes
com esclerose múltipla, pois esta doença atinge o sistema nervoso afetando os
movimentos musculares. Também pode atingir pessoas com paralisia cerebral,
traumatismo craniano e acidente vascular cerebral”, explicou a médica
neurologista e membro titular da Academia Brasileira de Neurologia, Dra. Inara
Taís de Almeida.
A gravidade da espasticidade depende das
lesões que cada paciente teve no cérebro ou medula espinhal, podendo surgir
contração involuntária dos músculos, dificuldade para dobrar as pernas ou
braços, espasmos musculares e deformidades nas articulações. Por meio dos
sintomas, o neurologista consegue identificar o grau da lesão e qual será o
tratamento indicado.
Além dos remédios e da fisioterapia,
a toxina botulínica pode ser usada para diminuir a rigidez muscular e
facilitar a movimentação das articulações. Na maioria dos casos, o especialista
indica o uso em conjunto com sessões de fisioterapia.
“A espasticidade não tem cura, mas a
toxina botulínica tem ajudado muitos pacientes a recuperar parte dos
movimentos. As injeções podem ajudar a tratar essas contrações musculares, pois
aplicadas nos músculos ou grupos de músculos, ela diminui o sinal entre os
nervos e os músculos, evitando os espasmos ou enrijecimento”, contou a
especialista.
O histórico do paciente é que vai
determinar de quanto em quanto tempo ele precisará receber a toxina botulínica,
mas, em média, as aplicações são realizadas a cada 6 meses. Esse tratamento não
é indicado para quem tem distrofias musculares, mulheres grávidas ou que estão
amamentando.
Dra. Inara Taís de Almeida - Neurologista e Neuroimunologista
de São Paulo, membro titular da Academia Brasileira de Neurologia. Graduação em
Medicina pela Faculdade de Tecnologia e Ciências e residência médica na
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Fellowship clínico
(especialização) em Neuroimunologia no Ambulatório de Doenças Desmielinizantes
na Universidade Federal de São Paulo - Unifesp.
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