A importância da utilização de materiais de qualidade no mercado de Construção Civil
Por Christian Speyer
Mesmo perante
a um cenário de crise provocado pela pandemia de Covid-19, o Brasil apresentou
dados econômicos bastante relevantes em 2021, com destaque para a construção
civil. Segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística
(IBGE), o crescimento total do Produto Interno Bruto (PIB), foi de 4,6%,
enquanto que, só no setor da construção, foi de 9,7%.
Tendo em vista
este cenário aquecido, é fato que as construtoras devem ficar ainda mais
atentas na hora da execução do projeto e isto inclui a seleção dos materiais.
Com tanta demanda, um projeto bem-sucedido certamente será um diferencial. Por
isso, é importante que as empresas levem em consideração, principalmente, a
qualidade dos produtos a serem utilizados nos projetos e sigam à risca a norma
NBR13755, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), de 11/2017, que
estabelece as condições exigíveis para o projeto, execução, inspeção e
aceitação de revestimentos de paredes externas e fachadas.
Neste sentido,
as telas soldadas têm papel
fundamental na execução de obras. Mesmo não tendo uma função estrutural nas
construções, este material pode auxiliar na prevenção de fissuras e no
revestimento de argamassa das fachadas. Além disso, podem ser utilizados como
elemento de reforço na argamassa do revestimento da fachada nas regiões de
elevadas tensões que ocorrem principalmente na interface estrutura-alvenaria.
Principais
desafios do mercado de construção civil
Atualmente, é possível
alegar que um dos principais gargalos do setor está relacionado aos custos.
Contudo, é necessário atentar-se à qualidade dos investimentos, especialmente
quando se trata dos materiais. Muitas marcas, inclusive importadas, vendem
materiais similares às telas soldadas, por exemplo, mas que não seguem as
normas exigidas.
O uso desses
materiais paralelos tende a influenciar no resultado final da obra, uma vez
que, devido à falta de qualidade, como consequência, pode haver a necessidade
de constantes manutenções, eventuais acidentes e demais incômodos, causando
desgaste na reputação das construtoras. Portanto, o que em princípio seria uma
economia, torna-se um prejuízo em diferentes áreas. É importante compreender,
ainda, que os níveis de qualidade devem estar presentes em todos os materiais
envolvidos na obra, mesmo que não tenham funções estruturais.
Como
identificar telas de qualidade
O primeiro
ponto a ser observado na análise de um material é a espessura do fio da tela.
As telas soldadas para ligação de alvenaria mais resistentes, por exemplo,
apresentam fios com espessura em torno de 1,65 mm, garantindo a prevenção de fissuras. Aquelas que
fogem das normas estabelecidas contam com fios com espessura de 1,24 mm. Desta
forma, os fios não são tão resistentes e podem provocar prejuízos à obra.
Já as telas
utilizadas para o apoio de revestimento de argamassa para reforço das fachadas
nas regiões de elevadas tensões, devem apresentar fios com de diâmetro de 1,24mm,
que proporcionam maior resistência a fissuras. Esses produtos também são de
fácil aplicação e fabricadas com fios zincados, garantindo proteção e
durabilidade à tela dentro do revestimento.
Outra
característica das telas de qualidade
superior é a galvanização, ou seja, o processo de aplicação de uma camada de
zinco sobre superfícies de aço ou ferro, feito para evitar a corrosão. Nos
materiais mais baratos, a galvanização é bem mais simples e, como consequência,
além de estarem expostos à corrosão, são menos resistentes. Além disso, é
crucial verificar a certificação do material e se ele se enquadra nas normas da
ABNT. Caso não esteja dentro dos critérios estipulados, esses produtos nem ao
menos devem fazer parte do orçamento da obra.
Por fim, os
preços também devem ser analisados, contudo, é preciso levar em consideração
que o aspecto financeiro não é o primordial, mas sim a qualidade e a prevenção
de riscos. Afinal, a obra se tornará um imóvel e a ideia é que ele perdure por
longos anos. Conclui-se então que, materiais de baixa qualidade não são
duráveis e acabam exigindo muitos reparos e manutenções e, como diz o famoso
ditado popular: “o que é barato, pode sair caro”.
Christian Speyer, é gerente de marketing da Morlan, metalúrgica brasileira com forte atuação nos mercados de agropecuária, construção civil e industrial.
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