Em meio a transformações no ecossistema de
startups, capital intelectual permite a otimização da performance em um menor
período de tempo
A nova fase que o ecossistema de
startups enfrenta com a alta dos juros básicos - alcançando 13,25% ao mês - e
os efeitos econômicos gerados pela guerra na Ucrânia se transformaram em
desafios para o crescimento das empresas, que encontram dificuldades no
levantamento de capital. No entanto, há um outro tipo de investimento que
também é capaz de impulsionar a escalabilidade dos negócios, mas que ainda é
deixado de lado pelos empreendedores: o intelectual.
De acordo com Daniel Abbud, CEO e
sócio-fundador da 7Stars Ventures, holding de investimento em startups em
estágio inicial, receber o capital intelectual é um caminho para aumentar as
chances da startup otimizar a performance em um menor período de tempo. “O
apoio intelectual é uma forma de evitar que os empreendedores de primeira
viagem caiam em armadilhas do dia a dia da operação, enquanto que, para os
investidores que exercem esse papel, é uma garantia a mais de que o capital
investido vai ser melhor direcionado”, diz Abbud.
Além do valor financeiro, o executivo
explica que a holding também proporciona às investidas um networking e uma
equipe de especialistas destinados a prestar uma mentoria com foco no
amadurecimento de cada negócio. Confira abaixo algumas das startups que foram
impulsionadas por meio do capital intelectual:
Alfred Delivery
A Alfred Delivery, por exemplo, uma plataforma de entregas last mile com
foco em pequenas e médias cidades brasileiras, faturou R$ 12,2 milhões em
2021. Com presença em mais de 250 municípios em todo o país, a empresa
oferece serviços de intermediação de entregas de produtos dos mais variados
segmentos. Atua em mais de 13 mil estabelecimentos comerciais, somando 2,5
milhões de entregas já realizadas em todo o país, por meio de empreendedores
licenciados, que trabalham de forma 100% digital na gestão do negócio em suas
respectivas regiões.
“Para lidar com a expansão do setor de delivery no Brasil, preparamos a
nossa equipe com treinamentos mensais sobre empreendedorismo, tecnologia,
humanização e entre outros, focando em novos aprendizados e na realidade dos
parceiros que atendemos. Além disso, também realizamos uma preparação com os
entregadores licenciados, para facilitar o seu dia a dia”, comenta Myrko
Micali, CEO da Alfred Delivery.
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Quero 2 Pay
A Quero 2 Pay é uma fintech de meios de pagamentos por maquininhas de
cartão que nasceu com o objetivo de democratizar o acesso à tecnologia
financeira e, assim, alavancar e empoderar empreendedores ao redor do Brasil.
Localizada em São Paulo, a empresa apresenta em seu portfólio os serviços de
POS -point of sale- (Queridona Smart), Q2 Lupa, Q2 Link e programa de agentes
autorizados com foco em microempreendedores.
“Inicialmente, a marca era uma ticketeira, que precisou ser remodelada por
conta do aparecimento da Covid-19, que fez o setor de entretenimento sofrer
com os cancelamentos e interrupções dos eventos. Nesta fase, o apoio da
mentoria foi fundamental para a pivotagem. Inclusive, nos ajudou a colocar o
negócio no mercado em apenas um mês, chegando a R$ 1 bilhão em transações nos
primeiros 18 meses de operação”, conta Gabriel Andrade, CEO da Quero 2 Pay.
Atualmente, a startup tem presença nacional em 2.100 mil cidades e em mais de
24 mil estabelecimentos.
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Take
A Take alinha comodidade e praticidade ao disponibilizar vending coolers,
como são conhecidas as geladeiras que comportam até 210 garrafas long neck e
70 latas de cervejas em condomínios ou complexos comerciais.
“O negócio funciona com base no conceito Take and Go. Ou seja, pague e leve. O
consumidor não precisa se preocupar em enfrentar filas e pode, ao invés
disso, autorizar o pagamento pelo aplicativo. Esse tipo de inteligência
artificial já é conhecido internacionalmente, mas fomos os primeiros a
utilizá-lo no Brasil, um sistema que reconhece por imagem e identifica qual
bebida está sendo retirada do cooler. Mas foi necessário também ir em busca
de muito conhecimento para realizar as adaptações, tanto no equipamento como
para os hábitos de consumo. Aqui, ter o apoio de um time especializado tornou
o caminho mais simples”, explica Gustavo Almeida, CEO da Take.
Em números, a startup alcançou o faturamento de R$ 16 milhões em 2021,
chegando a 2.500 máquinas instaladas. Para 2022, a meta é ter 8.000 pontos de
vendas em todo o território nacional.
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