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Apartamentos cada vez menores movimentam o setor de serviços

O aumento da procura por 'studios' abre as portas para franquias de limpeza e autoatendimento dentro dos condomínios

Imagem: Gpointstudio/Freepik

No estado de São Paulo, dos 50.000 apartamentos lançados entre janeiro e setembro de 2021, 37.500 têm no máximo 45 metros quadrados, de acordo com o Sindicato de Habitação de São Paulo (Secovi-SP). Os números refletem uma tendência do setor imobiliário, já que as famílias estão cada vez mais enxutas, há  uma alta densidade demográfica e é perceptível a queda no poder de compra. O sonho de morar próximo aos centros urbanos, portanto, exige se adequar a configurações menores, entre 23 m² e 35 m². 

Espaços como área de serviço, escritório e lazer saíram porta a fora e se transformaram em áreas comuns. Essa reconfiguração tem provocado um aquecimento nas oportunidades de negócio para o setor de serviços: praticamente dentro de casa, na extensão de seus lares, lavanderia a minimercados surgem como opções práticas, seguras e acessíveis. Modelos de negócio pensados especificamente para atender esta demanda tem crescido nos últimos anos e formatados em licenciamentos ou franquias, têm conseguido imprimir um ritmo de expansão ainda mais acelerado. 

De 500 para mais de 5 mil limpezas residenciais mensais 

Independente do tamanho da família e do espaço, a limpeza é sempre necessária. A rede Limpeza com Zelo viu o número de apartamentos novos crescerem, só em São Paulo foram lançados pouco mais de 80 mil em 2021 segundo dados do Secovi-SP, gerando a necessidade de serviços residenciais, proporcionando um crescimento exponencial nos primeiros meses de 2022, de 500 para mais de 5 mil por mês.  

Para Renato Ticoulat, presidente da rede, as menores metragens dos apartamentos influenciaram no aumento da demanda por serviços especializados, mudando o conceito de diaristas para horistas (trabalho por hora). "Residências menores e a falta de espaço para guardar produtos e equipamentos alavancaram a contratação de empresas que fornecem mão de obra, além de ser uma oportunidade de otimizar o tempo. Nossa meta é realizar 50 mil limpezas até o final do ano."

Pensando nesse novo nicho, a rede criou um marketplace para condomínios. “O morador pode acessar a plataforma, escolher o serviço, agendar on-line, fazer o pagamento pelo cartão de crédito, transferência, pix ou boleto, além de poder também habilitar a contratação recorrente”, explica Renato. Na plataforma de gestão, o morador pode acompanhar todas as atividades realizadas e avaliar os serviços disponíveis como: manutenção, limpeza, encanador, lavanderia, passadoria, pet sitter e dog walker.

A máquina de lavar se tornou opcional

Com o espaço restrito, muitos condomínios optaram por oferecer lavanderias coletivas aos moradores. O CEO da rede de lavanderias self-service Lavô, Angelo Max Donaton, explica que mudança também parte do fato que, cada vez mais, as pessoas estão optando por simplificar o dia a dia, como é o caso da troca do carro próprio pelos veículos de aplicativo, por exemplo. 

De modo geral, o espaço de lavar roupas é administrado pelo próprio condomínio, que fica responsável pela manutenção e atendimento. Contudo, observando este mercado, a Lavô formatou um modelo de negócio em que o franqueado fica responsável por toda manutenção, atualização de maquinário e atendimento, livrando o condomínio destes custos. “A lavanderia fica restrita ao uso dos moradores, o que evita filas, e conta com um preço mais barato, valor médio de R$ 12 reais para lavar ou secar até 10 kg de roupa”, comenta Donaton. 

As máquinas profissionais, além de agilidade, representam economia nas contas do condomínio. Os equipamentos consomem apenas 2 watts por ciclo, contra 9 watts da máquina doméstica. Já o consumo de água também é menor, 56 litros por lavagem, enquanto, em casa, este gasto pode chegar a 190 litros. O empreendedor ainda lembra que uma lava e seca custa em média R$ 2,5 mil, valor de mais de 200 ciclos. 

O mercadinho do bairro entrou no condomínio

Com as áreas comuns ganhando destaque nas novas configurações de condomínios, muitos apostam até na inclusão de um mercadinho próprio para os moradores, como é o caso da Minha Quitandinha, que nasceu com o intuito de ser um minimercado autônomo que tem a missão de levar conveniência a condomínios residenciais ou comerciais. Com base no conceito de honest market, a loja opera durante 24 horas por dia, sete dias por semana, disponibilizando uma média de 700 diferentes produtos ao consumidor. 

“Atualmente, os gestores de condomínios e moradores se acostumaram de tal forma a essas novas tecnologias, que acabam trocando, por exemplo, um deslocamento à padaria ou uma espera de aplicativo de entrega pela facilidade de encontrar itens essenciais em sua própria residência em um ambiente mais agradável e com um mix personalizado, que vai desde congelados a produtos de limpeza e higiene pessoal”, diz Douglas Pena, CRO da Minha Quitandinha. 

Para o morador é tudo intuitivo. Basta escanear o código de barras dos produtos que deseja adquirir com o smartphone e pagar diretamente pelo app, via cartão de crédito ou débito cadastrado. Já a geladeira de bebidas alcoólicas conta com um sistema que só destrava depois de confirmar que o usuário tem mais de 18 anos, pois o cadastro de menores é vetado pelo número do CPF, visto que a plataforma está linkada com a Receita Federal.

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