Avaliação para Seguro dos bens patrimoniais de uma empresa: Como definir com segurança o valor correto da Apólice?
José Carlos Almeida*
Ouvindo um conceituado
contabilista sobre assuntos diversos de sua área, sendo alguns de interesses
comuns, foi surpreendente sua afirmação de que continuam ocorrendo, e de forma
até predominante, a contratação de seguros dos ativos patrimoniais de uma
empresa sem nenhuma precisão em relação aos corretos valores para tal
finalidade. Isto porque, predomina a adoção de valores irreais para os itens
que deveriam estar protegidos na eventualidade de ocorrência de um sinistro.
Segundo ele, a premissa
básica para proteger os bens conquistados ao longo da vida profissional de um
empresário e que estão permanentemente expostos a riscos externos - como
incêndios, raios, inundações, acidentes e furtos - é através do seguro
patrimonial, que é considerado a solução ideal para se ter tranquilidade e
segurança em relação a esse patrimônio, garantindo a sua reparação em caso de
danos.
Deve-se considerar
também que, os complexos industriais, de agroindústria, de mineração
/processamento, infraestrutura, etc. estão em constante alteração de sua
estrutura operacional. Quer seja em função de novos investimentos ou
desinvestimentos provocados por mudanças no panorama do mercado, inovações
tecnológicas ou novas configurações nas estratégias de produção globalizada.
Desta maneira, é fácil perceber a importância do constante monitoramento dos
valores em risco visando evitar o pagamento de prêmios super ou subestimados.
No primeiro caso o segurado estaria desperdiçando dinheiro e no segundo.
correria o risco de entrar em cláusula de rateio no caso de um sinistro e com
issso não recuperar, como esperava, o valor total dos danos sofridos.
No passado era comum
que a determinação do montante segurado tivesse como base o valor contábil dos
ativos.
Naturalmente, essa
prática hoje indica valores distorcidos. Isto porque, até 1995 o valor residual
contábil era depreciado e corrigido monetariamente e a partir dessa data, o
valor residual contábil passou a ser somente depreciado, deixando de existir a
correção monetária.
Assim, fica claro que,
o valor residual contábil apresenta uma curva de valorização inversa daquela do
custo de reposição de um ativo novo ou mesmo depreciado. Ou seja, atribui-lhe
um valor inferior, visto que não foi corrigido monetariamente.
Dessa forma temos que,
a avaliação técnica dos ativos efetuada por empresa especializada em Engenharia
de Avaliações, estando, portanto, de acordo com as determinações normativas da
NBR 14653 da ABNT, é a única maneira segura para a real apuração do valor em
risco.
Assim, uma avaliação
técnica para fins de seguro deve contemplar os seguintes procedimentos: vistoria
detalhada de cada ativo, cotações ou orçamentos de fornecedores para
determinação do valor de reposição novo e, finalmente, o cálculo da depreciação
técnica, necessária para o estabelecimento do valor máximo para seguro e,
também, seu valor atual.
Outra vantagem da
contratação de avaliação técnica para fins de seguro, é que as informações
contidas nos laudos, complementadas pelos investimentos e desinvestimentos
ocorridos a cada ano e devidamente informados pelo segurado, permitem a
segura atualização técnica do Valor de Reposição no período entre as avaliações
periódicas.
Portanto, o relatório
de avaliação deve espelhar a realidade do imobilizado técnico operacional e
fornecer para os Gerentes de Risco importantes ferramentas para formatar as apólices
e negociar com as seguradoras condições diferenciadas no que diz respeito a
custos, franquias e cláusulas especiais.
*José Carlos Almeida é
engenheiro, empresário e diretor presidente da JC Engenharia de Avaliações.
cliente@jcengenharia.com.br
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