Na avicultura, prevenção é sinônimo de alimento seguro
Por Eva Hunka, médica veterinária pela UFRPE, mestre em medicina veterinária preventiva pela Unesp e gerente de negócios biológicos da Phibro Saúde Animal
A avicultura
brasileira produz proteínas (carne e ovos) de alta qualidade para um mundo em
que, cada vez mais, escutamos a expressão "alimento seguro". Em meio
a tantas ocorrências e novas instruções normativas, uma das grandes
preocupações da sociedade está relacionada aos riscos da Salmonella e aos
resíduos de antibióticos na carcaça de aves. Essa preocupação constante faz com
que os avicultores invistam na produção com qualidade e desenvolvam programas
de biossegurança, aumentando as estratégias de controle de contaminantes no
abatedouro.
Agentes tidos
como corriqueiros na granja, com a bactéria Escherichia
coli – importante responsável pelo uso de antibióticos devido às
infecções secundárias e ao agravamento no quadro de enfermidades respiratórias
–, precisam ser combatidos. Ou melhor, prevenidos, visto que a melhor e
principal arma contra a E.
coli são os antibióticos. Assim, prevenção torna-se palavra de
ordem.
Para produção
de um alimento seguro, além de ações diretas – como medidas de biossegurança,
controle de reservatórios e boas práticas de produção –, podemos lançar mão de
medidas indiretas, como o uso de produtos alternativos. Porém, a vacinação é
parte indispensável, principalmente em termos de controle de Salmonella. Um
ótimo exemplo é a utilização de vacinas de amplo espectro de ação – a exemplo
de Salmin Plus, produzida pela Phibro Saúde Animal –, que possuem proteção
cruzada contra as Salmonellas dos grupos B, C e D, ampliam o leque de proteção
e impedem que as bactérias se estabeleçam com residentes na granja.
Alguns
exemplos de "sorotipos residentes" incluem a S. Infantis que, muitas
vezes, passa despercebida porque não causa doenças nas aves apesar de ser
frequentemente associada a casos de infecção alimentar em humanos. Já a S. Kentucky tem baixa
prevalência na indústria avícola, porém com um agravante: sua relevância
relacionada à resistência antimicrobiana foi identificada recentemente. Em
algumas granjas, os sorotipos de Salmonella de grande relevância para a saúde
pública podem se tornar residentes, incluindo S. Enteritidis, S. Typhimurium e S. Heidelberg,
dentre os mais importantes.
Com a sociedade se tornando mais exigente em termos de qualidade dos alimentos que consome e o avanço global rumo a uma produção cada vez mais sustentável e segura, o tema "controle integrado" será uma pauta frequente. Nesse sistema todas as peças da engrenagem precisam funcionar bem. O programa vacinal abrangente precisa complementar o programa de biossegurança e as boas práticas no processamento dos animais devem começar ainda na granja, que precisa ser vista como "única", pois o que aparentemente aumenta os custos no campo, na verdade reduz prejuízos e pode também aumentar consideravelmente os ganhos no abatedouro.
Nenhum comentário