Descobrir o potencial dos profissionais é uma das chaves para determinar o futuro das empresas
O CEO do Grupo Soulan, Marcelo Souza, garante
que o novo desafio da área de RH é descobrir o potencial dos profissionais
Marcelo Souza_CEO do Grupo Soulan
Divulgação Soulan RH
Estamos vivendo novos tempos e quando me
refiro a isso não se trata apenas de relembrar tudo o que a pandemia nos trouxe
em termos de aprendizados, adaptabilidade e novas formas de se relacionar tanto
no trabalho como na vida social. Neste artigo, quero destacar a nova era na
qual a área de recrutamento e seleção está ingressando.
Licenças. Afastamentos. Altos índices de
desemprego. Números recordes de vagas. São muitas mudanças, mas a principal
vivenciada pelas equipes de Gestão de Pessoas é a priorização das habilidades
dos candidatos no momento de decidir qual deles será contratado. Fato é que as
empresas, corretamente, diga-se de passagem, não estão mais recrutando apenas
por experiência, passando a valorizar também o potencial dos candidatos. Note
que não estamos afirmando que não estão mais deixando de levar em conta
experiência profissional ou formação, mas que esses não são mais os únicos
aspectos que estão sendo considerados no momento de uma contratação.
O Fórum Econômico Mundial estima que 54%
dos trabalhadores em todo o mundo precisam de requalificação. Já uma pesquisa
de 2021 da McKinsey revelou que o emprego se correlaciona fortemente com a
proficiência em várias áreas de desempenho e que os altos ganhos mostraram
estar ligados a pontos fortes no desenvolvimento do plano de trabalho,
questionamentos, autoconfiança e consciência organizacional. O que estes dados
nos confirmam é que o futuro do trabalho passa, obrigatoriamente, pela
capacidade de desenvolvimento de novas habilidades por parte dos profissionais,
e não apenas pelo conhecimento técnico.
Como comprovação disso, um estudo
recente da DCMS mostrou que o Reino Unido tinha 234 mil vagas de emprego
abertas, sendo que 64% dos empregadores não encontravam candidatos adequados
para os cargos vagos, segundo a Youth Employment. E segundo projeções do ONS
(Office for National Statistics), órgão do Reino Unido semelhante ao IBGE, até
2050 os empregadores exigirão que 60% dos trabalhadores sejam altamente
qualificados, em comparação com os 40% disponíveis no mercado.
A partir desses dados, podemos concluir
que existem vagas, mas não temos profissionais qualificados para preenchê-las.
Sendo assim, qual será o desafio dos profissionais de recrutamento e seleção
daqui para frente?
Do avanço tecnológico passando pelo
período de incerteza proporcionado pela pandemia e as mudanças subsequentes nas
expectativas dos funcionários, o novo normal exige que as empresas contratem
pelo potencial. E em meio à forte concorrência, os gerentes de RH e
recrutamento devem agir rapidamente.
A melhor forma de fazer isso é recrutando
profissionais pelo potencial que eles têm de aprender novas habilidades e
aplicá-las às demandas em constante mudança do ambiente de trabalho. Muitas
organizações ainda confiam em currículos ao tomar decisões de contratação, mas
a personalidade é muito mais preditiva do sucesso em um cargo do que a
experiência. Concentrar-se no potencial sobre a experiência passada também
ajuda a remediar a escassez de habilidades, expandindo o pool de talentos ao,
simultaneamente, abrir portas para talentos mais diversos.
O uso de ferramentas de avaliação
psicométrica é a forma mais segura e confiável para descobrir os melhores
talentos. Existem seis traços de personalidade que são capazes de indicar o
nível de sucesso que uma pessoa terá em seu trabalho: conscienciosidade,
resiliência, curiosidade, audácia, competitividade e aceitação à ambiguidade.
Esses traços podem ser descobertos a partir de relatórios detalhados que
apresentam dados sobre a personalidade dos candidatos.
Algumas avaliações, como o Indicador de
Traço de Alto Potencial (HPTI), desenvolvido pelo psicólogo do trabalho Ian
MacRae e pelo psicólogo Dr. Adrian Furnham, medem diretamente os níveis de
conscienciosidade e de resiliência. Já se você quiser descobrir o nível de
curiosidade que um candidato tem, o ideal é utilizar uma ferramenta de
personalidade capaz de revelar o quanto um candidato está motivado pela
novidade, bem como obter informações úteis sobre o quanto aberto, reflexivo e
socialmente consciente um indivíduo é, já que ela mede autoconsciência,
consciência social, autogestão e habilidades sociais. Ter alta Inteligência
Emocional é preditivo de sucesso em cargos gerenciais envolvendo pessoas.
Essas ferramentas estão disponíveis para
as empresas e podem otimizar e aumentar o nível de assertividade na escolha dos
profissionais, reduzindo assim os encargos financeiros e culturais que uma
contratação equivocada pode gerar para empresas e equipes.
Marcelo Souza – CEO do Grupo Soulan e Country Manager da Thomas International Brasil
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