Últimas

IPO: a consequência de um projeto eficiente e não uma meta para as empresas

(*) Por Leo Horta, sócio-fundador da Maitreya

Em inglês, IPO é a sigla para “Initial Public Offering”, ou “Oferta Pública Inicial”, em português. Representa o momento em que a empresa receberá novos sócios, a partir de uma oferta de ações ao mercado. Ao optar por este recurso, a companhia se torna de capital aberto, com papéis negociados no pregão da Bolsa de Valores.

Das 45 companhias que foram à bolsa em 2021, apenas nove estão com ações negociadas acima do preço de abertura, de acordo com levantamento do Valor Data. Já neste ano, o mercado brasileiro de IPOs parou e dezenas de empresas cancelaram ou adiaram seus planos.  Isso demonstra a importância das empresas se preparem pra o crescimento proposto e definirem o melhor momento para o IPO.

Porém, antes de tudo, é necessário que as empresas enxerguem o IPO como uma consequência de um projeto que está sendo colocado em prática de forma eficiente, não como uma meta de negócios.  Ao contrário do que muitos pensam, ela não é a solução para os problemas da empresa, mas sim, acelerar o crescimento da companhia e aumentar suas chances de sucesso na abertura de capital. O primeiro passo é ter claro o valor agregado (estratégia e diferenciais competitivos) e estar atualmente entregando esse resultado no seu dia a dia.  Este é um benefício que vai além das finalidades da mercadoria ou do serviço comprado pelo consumidor. É o que a empresa pode oferecer de diferencial ao cliente, com o objetivo de melhorar a experiência e superar as expectativas e assim, rentabilizando seu negócio. Após essa fase, a empresa pode entender que é o momento de acelerar o seu crescimento e muitas vezes é necessário um investimento adicional e, consequentemente, o capital externo. 

O valor agregado é apenas o primeiro passo para um IPO bem-sucedido. Percorrer uma trajetória estruturada é fundamental para obter sucesso nesse movimento, como ter um diagnóstico estratégico-operacional, implantar e revisar a governança corporativa atual da empresa, revisar a estrutura para fazer frente a esse plano e suportar o crescimento esperado, aprimorando o modelo de gestão e acompanhamento de rotas e correções.

Além disso, mesmo que sua empresa não opte pelo IPO ou que a oferta ainda não esteja no projeto do curto e médio prazo, ela precisa fazer esses passos, pois eles garantem assertividade e um crescimento saudável à companhia. Automaticamente, ao ter esses pontos bem trabalhados dentro da empresa, ela terá ainda mais assertividade durante o momento da abertura de capital.

IPO não é um objetivo, é uma consequência!

--

* Leo Horta, sócio-fundador da Maitreya, consultoria em gestão e transformação empresarial brasileira

Nenhum comentário