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Adaptação à linguagem e democratização do acesso: as redes sociais como ferramenta de ensino

Professor goiano faz sucesso com conteúdos de física no Tik Tok e soma mais de 280 mil visualizações

César Augusto é professor de Laboratório Studio Maker, Química e Física Aplicadas na Escola Canadense de Goiânia - Maple Bear
Divulgação
 

Não é nenhuma novidade que o mundo vem adotando novas estratégias e tecnologias em todas as áreas para promover a adaptação dos usuários de qualquer sistema e a adequação às realidades mais modernas. Com a educação não é diferente e, por isso, o conhecimento, ensino e aprendizado já tem sido repassado e compartilhado de maneiras surpreendentes, principalmente, quando falamos da geração Z, os chamados nativos digitais. 

Esse grupo de pessoas, nascidos a partir do final da década de 90, tem uma íntima relação com o mundo digital, com a internet e com a informática. São pessoas que cresceram jogando videogames, que acompanharam de perto as inovações tecnológicas e que gostam de consumir essas inovações quando possível. Em 2020, com o avanço da pandemia, a suspensão de aulas e atividades presenciais em escolas, por exemplo, o uso da tecnologia foi algo cotidiano.

No entanto, pegou de surpresa muita gente que não estava acostumada com esse universo. Desde então, a implantação do sistema de ensino a distância (EAD), a tecnologia e as redes sociais se tornaram mediadoras na relação entre educadores e estudantes. Mesmo após o retorno às unidades escolares, o uso das tecnologias virtuais e à distância parecem ser um caminho sem volta. Alguns professores continuaram utilizando as redes para ensinar e souberam aproveitá-las para melhorar o desempenho dos alunos. 

Em Goiânia, por exemplo, o professor da Escola Canadense Maple Bear, César Augusto Paiva, que é mestre em física, viralizou no Tik Tok compartilhando conteúdos da disciplina na plataforma de vídeos. Na área das exatas há cerca de 20 anos, ele inovou e vem se destacando. “Eu produzo vídeos para o TikTok há quatro meses. A ideia surgiu da necessidade que eu tinha de ter uma conta pública que pudesse receber conteúdos que eu já produzia na conta privada do Instagram. Várias pessoas pediam para eu tornar público alguns conteúdos, mas eu resistia. Eu tinha um certo preconceito com a plataforma, por achar que ela se resumia a danças ou algo do tipo. Percebi que eu estava completamente errado”, disse.

Democratização do conteúdo
De acordo com César Augusto, uma grande vantagem das redes sociais é a democratização dos conteúdos, já que são postados na internet e qualquer pessoa pode visualizar. “As redes sociais podem ser boas ferramentas pelo caráter democrático de acesso que elas carregam e por elas adaptarem constantemente a linguagem dos usuários”, afirma. 

“Com a criação da minha conta no TikTok descobri que vários alunos já estavam ali há muitos meses e anos e se identificavam com a maneira informal que diferentes conteúdos são produzidos. Isso pra mim foi uma interessante descoberta, pois busquei me apropriar ainda mais desse canal de comunicação com os estudantes”, destaca o professor.

Criação de conteúdo
Em relação a criação dos conteúdos, César Augusto conta que faz a seleção dos temas a partir da Matriz Curricular do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), de uma aula experimental que realizou ou, ainda, a partir de um “viral” que naquele momento consegue ter diálogo com o universo da Física. Os vídeos começaram a ser produzidos durante a pandemia. “Eu me dediquei a estudar edições, criar narrativas, divulgar conteúdos para o formato on-line em que nos encontrávamos. Oferecia pelo meu Instagram, um universo restrito. O TikTok valoriza muito a nossa capacidade de contar uma história e fazer as pessoas reagirem a ela”, ressalta.

“O que mais me chamou a atenção no início de tudo é que meus conteúdos se tornaram assunto entre os estudantes. Eles falavam da organização, da caligrafia, das animações, das edições e especialmente do aspecto criativo. Eu fiquei muito feliz quando percebi que alguns alunos buscavam reproduzir técnicas de estudo, mapas mentais, divisórias de caderno, experiências. Enfim, eu percebi que poderia gerar uma certa influência também fora do ambiente da sala de aula”, diz o professor que já soma mais de 280 mil visualizações de estudantes de todo o país. 

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