Especialista explica a importância da terapia para problemas emocionais
Nos últimos anos, a pandemia deixou as pessoas mais ansiosas e deprimidas e, com isso, a procura por atendimento em serviços de saúde mental aumentou de forma significativa. Estudiosos afirmam que os efeitos negativos do prolongamento e do agravamento da pandemia no país farão com que essa demanda continue em alta por algum tempo.
Segundo
Elias Daher, psicanalista clínico com 39 anos de experiência em sala de aula,
muitas pessoas não sabem quando é hora de procurar um tratamento. Mas como
identificar isso? O especialista explica que muitas pessoas sofrem com essas
patologias sem se darem conta de que precisam de ajuda. “O problema é que se
não há busca por ajuda profissional no início, quando percebem que algo está
errado, os sintomas tendem a se agravar, e gerar impacto no organismo”,
afirma.
O
psicanalista diz ainda que é preciso identificar os sintomas e sinais de alerta
e evitar se entregar ao sofrimento emocional. Geralmente, a ansiedade começa a
partir de uma situação mal resolvida, desencadeando uma sequência de
pensamentos ruins e medo. O primeiro passo para evitar isso é compreender
como eles estão afetando seu comportamento e o equilíbrio emocional. Os
sintomas mais comuns são:
-Preocupação
constante
-Medo
de ser julgado por seu comportamento
-Aumento
da frequência cardíaca e tensão muscular
-Aperto
no peito
-Distúrbios
alimentares ou do sono
-Sensação
permanente de estar no limite
-Nervosismo,
causando reações desproporcionais aos estímulos
Além
da superação dos conflitos internos, há dois subprodutos gerados pela análise
pessoal que merecem ser citados, que são a melhora do autoconhecimento e o
aumento da autoestima. “Na terapia, aprendemos a dizer não quando a escolha nos
prejudica, o que representa um ganho significativo. Conhecendo o próprio
funcionamento, a pessoa respeita os seus limites, sem impor desgastes
desnecessários a si. O sofrimento emocional consolida crenças limitantes,
porque o indivíduo pode se entregar aos maus hábitos, perder o interesse por
atividades que renovam sua energia e se distanciar cada vez mais das conexões
sociais. A terapia oportuniza reconhecer os próprios valores”, diz.
Elias
explica que em seu consultório procura acelerar este processo, que evolui em
paralelo com a superação do conflito interno.” Quanto mais cedo o paciente se
reconhecer e se gostar, melhor responderá aos desafios da terapia. Utilizo
ferramentas como Roda da vida, Matriz S.W.O.T. para construir um panorama
visual da situação presente”, relata.
Outra
característica da terapia, é que não fornece respostas, mas elabora
questionamentos que fazem o paciente responder por si, fazer as escolhas mais
benéficas ao seu bem-estar emocional. “Eu explico com clareza qual é o papel do
paciente na psicanálise, quanto esforço será necessário para que a superação
consistente seja alcançada”.
Problemas
na relação
Pessoas
que convivem com parceiros tóxicos, por exemplo, nem sempre percebem a
gravidade da situação, pois segundo Elias, são convencidas progressivamente a
se sentirem culpadas, e apesar do sofrimento imposto pela toxicidade da
convivência, mantêm a esperança de que a relação melhore. “Nesse caso, precisam
de ajuda para identificar o problema e se posicionar, antes que adoeçam”,
indica.
O
psicanalista relata que a terapia de casal é uma das atuações mais bem
sucedidas da psicanálise, pois cria o ambiente favorável à clareza de
comunicação. “Cada um expõe suas expectativas e a disposição de atender
o(a) parceiro(a). Neste cenário de empatia, mal entendidos são eliminados e é
restabelecida a convivência saudável que tinham antes”, explica.
Para
finalizar, o profissional lembra que deve-se ficar atento ao processo de
escolha do profissional, ressaltando que esta é uma questão muito importante,
pois existem cursos de formação de psicanalistas com apenas dois meses de
duração. “É pouco para formar um profissional. Pesquisem detalhes sobre a
escola em que se formou, qual a sua linha de atuação, se ele pertence a algum
órgão de classe, esses detalhes funcionam como critérios para uma escolha
consciente”, alerta.
Biografia:
Elias
Daher, 57 anos, psicanalista clínico, com 39 anos de experiência em sala de
aula, 48 livros publicados. Presidente do Sindicato dos Escritores do DF por
dois mandatos consecutivos, entre 2010 e 2015.
Linhas
de atendimento:
Ansiedade
Fobias
Depressão
Stress
profissional (Burnout) Terapia de casal
Formação
Profissional
Ciências
Econômicas, pela UDF
Pedagogia,
pela UNIBF
Pós
em Gestão e desenvolvimento de pessoas.
Pós
em educação corporativa.
MBA Liderança, formação e gestão
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