Mais de 5 milhões de negócios no Brasil estão inadimplentes; Pronampe é opção para crise
Foto: Freepik
Com a crise da pandemia do
novo coronavírus e a escalada da inflação, que resulta em juros altos, mais de
5,5 milhões de micro e pequenos negócios se tornaram inadimplentes no país,
informou o Serasa. Ainda segundo o órgão, o número de empreendimentos que adquiriram
alguma dívida pode chegar a um pouco mais de 6 milhões.
As empresas que atuam no setor de serviços são as que mais adquiriram dívidas e
chegam a representar mais da metade dessa fatia de endividados. Em seguida,
aparece o comércio e por último a indústria. André Luís Barbosa dos Santos,
contador e presidente do Conselho Regional de Contabilidade da Bahia (CRCBA),
destaca que muitos donos de negócios precisaram recorrer a empréstimos para
sobreviver à pandemia, no entanto, apresentam dificuldades para quitar as
dívidas.
A inadimplência no país alcançou 4,5% em dezembro do ano passado; em março de
2022, o índice já indicava 5%, com um total de empréstimos vencidos em torno de
R$ 20 bilhões, estima o Sebrae. O presidente do CRCBA explica que diante do
atual cenário empresários podem optar pela renegociação das dívidas.
O governo deve conceder empréstimos para microempreendedores individuais,
micro, pequenas e médias empresas por meio do Pronampe até 31 de julho deste
ano. A estimativa inicial é de que sejam concedidos entre R$ 30 e R$ 40 bilhões
somente no Pronampe até dezembro.
Os juros do Pronampe, que correspondem às taxas anuais da Selic, é atualmente
de 13,25%, ou seja, mais 6%. Logo, os empréstimos terão uma taxa de pelo menos
19,25% ao ano, explica André Luís Barbosa.
O crédito para empréstimos poderá chegar a 30% da receita bruta anual da
empresa, considerando o exercício anterior ao da contratação. No entanto, para
negócios com menos de um ano de funcionamento, o limite do empréstimo será de
até 50% do capital social ou de até 30% da média da sua receita bruta mensal.
“Ainda com o aumento das taxas do Pronampe, o valor do empréstimo para as
pequenas empresas apresentam custo médio anual de 60%. Para parte dos
empresários endividados o crédito concedido ainda é competitivo se levar em
consideração o praticado pelo mercado. Apesar da alta da Selic evidenciar que
os empréstimos ficaram mais caros, o programa ainda é considerado atrativo”,
ressalta o presidente do CRCBA.
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