Com alta da gasolina, trabalhadores optam por permanecer de home office mesmo após pandemia
9 em cada 10
brasileiros acham que o empregador deve compensar os custos de deslocamento
para trabalho
Teletrabalho:
da missão de evitar o contágio à necessidade de cuidar do bolso
Um dos “efeitos
colaterais” causados no mercado de trabalho, produzido pela pandemia da
Covid-19 em todo o mundo foi o aumento
expressivo de funcionários que passaram a trabalhar de home office em empresas
de diversos segmentos. O vírus, no entanto, apenas acelerou uma tendência que já era realidade em alguns
setores do mundo corporativo.
A medida foi adotada de
forma inevitável em um momento onde o isolamento social foi visto como
essencial por diversos pesquisadores ao redor do globo. Isso porque o cenário
era de medo devido ao alto número de casos que não paravam de aumentar em
diversos países do mundo.
No Brasil, diversas
cidades suspenderam atividades de comércio como feiras, shoppings, lojas, etc.
Apenas quem tinha atividades essenciais à sociedade poderia funcionar. Alguns
exemplos são os supermercados, médicos, farmácias, entre outros.
Fruto do confinamento
de quarentena e com objetivo de reduzir a curva de contágio da covid-19 na
sociedade, surgiu de forma repentina a necessidade de muitas empresas para que
fosse adotado o modelo de home office e assim, continuarem funcionando, mesmo
fora da sede.
É estimado que o equivalente a 56,6%, ou seja, mais da
metade das empresas, de forma parcial ou total, adotaram o modelo de home
office em algum momento ao longo da pandemia. O destaque fica para as
empresas dos setores da indústria e de serviços, que tiveram uma taxa de 73,3%
e 62,7%, respectivamente.
Com o passar do tempo,
no entanto, a curva de contaminação e de mortes causadas pelo coronavírus caiu
e o setor público e privado tiveram flexibilizações nos decretos estabelecidos
de combate à pandemia. Uma das principais medidas foi a volta do funcionamento
das sedes de empresas e, consequentemente, o fim do home office em vários
setores. Com isso, os funcionários passaram a ter uma rotina mais “normal”.
No entanto, diante da crise econômica vivida em
decorrência da própria pandemia e também dos conflitos envolvendo Rússia e
Ucrânia, um novo fator acabou influenciando na decisão da volta ao local de
trabalho: o preço dos combustíveis. A inflação da gasolina, que ultrapassou
o valor de R $7,00/litro, fez com que vários trabalhadores, que tinham a
escolha, optassem por permanecer trabalhando de casa e assim evitar maiores
gastos.
Uma clássica questão de custo benefício
Dados de uma pesquisa
realizada pela OnePoll,
em colaboração com a Citrix Systems, apontam que aproximadamente 54% dos profissionais, quando possível,
optam por trabalhar de home office com objetivo de reduzir os gastos com
combustível, além de poupar o tempo de deslocamento até o local de trabalho.
Nos Estados Unidos, as estatísticas crescem cerca de 3% e a pesquisa detectou
que 57% dos americanos escolheriam este modelo de trabalho. A maior aceitação
do home office acontece em um cenário de crise, onde muitas pessoas não estão
dispostas a ter um carro e ter que pagar um alto valor do combustível, além de
parcelas de IPVA, seguro de
carro e também a manutenção
necessária para manter o veículo funcionando em boas condições.
À medida que o preço da gasolina continua a subir, os trabalhadores se perguntam se os benefícios de trabalhar fora do escritório superam o tempo e o dinheiro associados ao deslocamento.
Metade dos
trabalhadores entrevistados pela pesquisa concorda que o aumento dos preços dos
combustíveis influencia nos planos de retorno ao escritório.
Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de
trabalhadores que preferem evitar custos de deslocamento para o escritório,
atrás apenas dos Estados Unidos
Na linha de redução de
custos, a principal razão pela qual os trabalhadores preferem ir ao escritório
é evitar custos de aquecimento no inverno, sobretudo no sul e sudeste do país,
ou custos de eletricidade no verão, como por exemplo em decorrência do alto uso
do ar-condicionado. Ou seja, dependendo da estação do ano, alguns trabalhadores
preferem ir ao escritório apenas para reduzir os custos de aquecimento (em locais
frios, no inverno) e eletricidade (em áreas extremamente quentes, no verão).
Além disso, 9 em cada 10 brasileiros acham que o
empregador deve compensar os custos de deslocamento para trabalho.
A inflação no mundo fortalece o trabalho híbrido
Desta forma, o trabalho
híbrido ganha força no mundo e deixa de ser apenas uma situação de emergência
sanitária, mas sim uma necessidade prioritária que os empregadores devem levar
em conta para evitar o ‘Fenômeno da Grande Demissão”.
Aos poucos, o mundo corporativo faz treinamentos para aumento de produtividade no modelo e adotam a medida que, além de ser benéfica para funcionários, também pode baratear custos para a própria empresa.
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