Eleições 2022: como se proteger contra o vazamento de dados e qual é a punição para quem pratica?
Com as eleições chegando, é importante voltar a
atenção e os cuidados para a preservação de informações e dados
A importância do tratamento de dados no
contexto eleitoral é nítida, se tornando um fator atrativo para criminosos
virtuais praticarem possíveis ataques. Isso pode ser prejudicial para partidos
políticos, coligações, candidatos e, principalmente, titulares, uma vez que
incidentes envolvendo dados sensíveis podem causar descriminação. Durante o
período das eleições, dados pessoais como nome, perfil e título de eleitor
podem ser expostos, além de um grande volume de dados de categoria considerada
sensível, de rol taxativo, relacionados à opinião e à filiação política dos
titulares, cujo tratamento pode gerar riscos a seus direitos e liberdade.
Dependendo do contexto, até mesmo dados
pessoais podem ser considerados sensíveis, merecendo atenção e cautela, de
acordo com as hipóteses legais previstas. Em razão disso, para garantir a
proteção necessária, os titulares de dados devem ficar atentos ao fornecer seus
dados. “Entender a necessidade da coleta e a finalidade do tratamento são
pontos fundamentais, além do cuidado na utilização de aplicativos e
plataformas. A leitura dos avisos de privacidade pode fornecer informações
necessárias para que o titular tenha ciência quanto à segurança de seus dados,”
explica Thiago Vieira, especialista em segurança digital e sócio diretor da
empresa Athena Security.
No caso de dados de partidos políticos,
coligações e candidatos, é necessário o cumprimento da legislação, assim como a
adoção de boas práticas que proporcionem a proteção dos dados. “As leis de
segurança de dados funcionam através da definição de regra para as organizações
que coletam, armazenam e compartilham dados pessoais em meios físicos e
digitais, impondo a necessidade da aplicação de medidas de segurança, técnicas
e organizacionais, aptas a proteger os dados de possíveis violações,” completa
Vieira.
Já quando ocorre o não cumprimento da
LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) pela parte dos agentes de tratamento,
quando instaurado processo administrativo, é possível a aplicação de multa
simples de até 2% do faturamento da organização, ou multa diária, limitada ao
teto de R$ 50 milhões. Além disso, sanções como bloqueio, eliminação e
suspensão da base de dados podem ocorrer. Vieira conta que o Marco Civil da
Internet também prevê sanções como multa de até 10% do faturamento do grupo
econômico no Brasil, suspensão temporária ou até mesmo a proibição de exercício
das atividades.
Nosso país caminha para a transformação
e maturidade com relação à segurança dos dados, com a Autoridade Nacional de
Proteção de Dados como órgão da administração pública responsável por zelar,
implementar e fiscalizar o cumprimento da LGPD, e tem trabalhado em conjunto
com demais órgãos para conscientizar as empresas e demonstrar a necessidade da
proteção de dados. “Podemos considerar como estopim da segurança de dados o
Marco Civil da Internet, que ganhou ainda mais força com a Lei Geral de
Proteção de Dados, trazendo diretrizes mais específicas, fomentando a cultura
da privacidade e proteção de dados,” finaliza Vieira.
Sobre Thiago Vieira- Especialista em segurança digital, sócio diretor da empresa Athena Security, com mais de 10 anos de atuação no setor. Ele é bacharel em Administração e pós-graduado em Gestão e Governança de TI. Atualmente, é responsável pela área de consultoria em governança de TI, privacidade de dados e compliance da companhia.
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