Fintechs brasileiras se recuperam de impacto da pandemia e 65% delas esperam dobrar a receita ainda em 2022, apontam PwC Brasil e ABFintechs
Estudo Fintech Deep Dive 2022 também revela o
crescimento no percentual das empresas que receberam investimentos em 2021
São Paulo, agosto de 2022 – As fintechs brasileiras parecem ter
deixado os reflexos da crise provocada pela covid-19 para trás. Impactado
diretamente pela pandemia, esse segmento demonstra ter recuperado fôlego em
2021 e prevê um crescimento ainda maior neste ano. Esta é a constatação
da quarta edição da pesquisa Fintech Deep Dive, conduzida pela PwC Brasil em
parceria com a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs). Foram ouvidas 156
fintechs de diferentes áreas de atuação e portes, entre março e abril de 2022.
Um dos indicadores que sustentam a recuperação das empresas de serviços
financeiros digitais é o faturamento. O estudo revela que em 2021 o percentual
de empresas com crescimento negativo ou zero reduziu para 21%, em 2020 este
percentual era de 39%. Antes da pandemia, em 2019, este índice foi de
26%.
O clima de otimismo fica ainda mais evidente quando comparado com a perspectiva
de crescimento para 2022. Entre as empresas participantes da pesquisa, 65%
esperam dobrar o faturamento neste ano. “A pandemia foi abrasiva para a
economia nacional como um todo. O que percebemos foi a resiliência na forma de
atuar das fintechs e a recuperação tem acontecido. Os novos investimentos que
estes negócios receberam contribuem com esta análise. Em 2019, 36% das nossas
entrevistadas alegaram ter recebido algum aporte, índice que cai para 26% em
2020 e chega a 41% no ano passado”, aponta Luís Ruivo, sócio da PwC Brasil.
Outro sinal da recuperação do mercado de fintechs são os indicadores de
captação de recursos entre R$1 milhão e R$10 milhões em 2021. O volume de
investimentos é semelhante aos patamares pré-pandemia. Enquanto no ano passado,
41% das fintechs conquistaram algum tipo de investimento, em 2020, apenas 26%
conquistaram algum tipo de captação. Em 2019, este percentual foi de 36%.
Open banking e PIX são o
caminho
Ao se preparar para o futuro, as fintechs brasileiras já sabem no que
apostar. Pelo que foi constatado na pesquisa Fintech Deep Dive 2022, estas
empresas tendem a explorar as possibilidades do PIX e diversificar a oferta de
produtos e serviços para atrair clientes. O open banking também está no radar.
De acordo com o estudo, 72% das fintechs no Brasil estão desenvolvendo soluções
alinhadas com as regulamentações associadas ao PIX ou ao Open Banking. Para
79%, já é possível colher benefícios dessas iniciativas ou preveem resultados
positivos em até um ano.
“O open banking tem muito potencial, que ainda não foi totalmente explorado. O
mercado vai seguir em transformação em virtude desse recurso, já temos a
regulação, mas ainda é preciso cuidar da infraestrutura de integração do open
finance, o que exige tempo. Em um futuro próximo, devemos ver marketplaces de
crédito e outros serviços financeiros, por exemplo”, analisa Diego Perez,
diretor da ABFintechs.
Quem são as fintechs
brasileiras hoje
O estudo também revela que o segmento de fintechs está consolidado no
Brasil. A constatação pode ser vista no percentual de empresas em expansão ou
consolidação que reduziu de 39% para 31% de 2020 para cá. Com o mercado tomado,
novas empresas têm surgido de forma mais contida na comparação com anos
anteriores. Entre os principais segmentos de atuação das fintechs estão:
crédito, meios de pagamento e bancos digitais.
De todo modo, ao realizar um raio-x no segmento, por meio do estudo, é possível
resumir o perfil das fintechs brasileiras no cenário atual em três principais
características: jovens, otimistas e em busca de equilíbrio financeiro. O
levantamento mostra que 68% das organizações têm menos de cinco anos de
existência.
Já na busca pela estabilidade financeira, 35% das empresas ouvidas alcançaram o
chamado “break-even” – quando custo total e receita total se equiparam. Mais de
dois terços delas atingiram esse patamar em até dois anos. Mesmo período
esperado para alcançar esse ponto para 52% das fintechs que ainda não o
atingiram.
Sobre a PwC
Na PwC, o nosso propósito é construir
confiança na sociedade e resolver problemas importantes. Somos um Network de
firmas presente em 155 países, atuando no Brasil há mais de 100 anos, dedicados
à prestação de serviços de qualidade em auditoria e asseguração, consultoria
tributária e societária, consultoria de negócios e assessoria em transações.
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Sobre a ABFintechs
A Associação Brasileira de
Fintechs (ABFintechs), fundada em 2016 por empreendedores de quatro
fintechs, possui mais de 500 associadas e tem como missão garantir que o maior
número possível de Fintechs se tornem realidade como negócio, além de fazer do
Brasil uma referência em inovação no setor financeiro, passando a ser um
fornecedor para o mundo de inovação disruptiva em finanças. Com importante
papel no desenvolvimento de questões regulatórias, a Associação realiza um
trabalho próximo a Agências Reguladoras e Autarquias como a Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), Banco Central do Brasil (BCB), Superintendência de Seguros
Privados (Susep), Ministério da Economia, dentre outras, com importantes
conquistas alcançadas até o momento como a Instrução CVM 588, Resolução 4656 do
BC e Sandbox regulatório. Conta com representantes no Comitê Nacional de
Iniciativas de Apoio a Startups, do Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações, foi indicado como órgão oficial na estrutura de
governança do Open Banking no Banco Central.
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